Rosangela Lurbe nos recebeu no condomínio onde mora, em Moema. A ciclofaixa passa bem em frente ao seu prédio. Foto: Vá de Bike

Entrevista com Rosangela Lurbe, presidente da AMAM

O Vá de Bike conversou com Rosangela Lurbe, presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Moema (AMAM). Ela nos contou que a associação não é contra a ciclofaixa e que o abaixo assinado não é pela sua retirada. Leia nossa análise e assista a entrevista em vídeo.

Rosangela Lurbe nos recebeu no condomínio onde mora, em Moema. A ciclofaixa passa bem em frente ao seu prédio. Foto: Vá de Bike

A implantação das ciclofaixas de Moema causou muita polêmica, propagada pela imprensa e com forte repercussão entre os ciclistas. Apimentada por matérias afirmando que os comerciantes tentariam retirar as ciclofaixas e por alguns depoimentos desastrosos, criou-se um clima desagradável e totalmente desnecessário.

O Vá de Bike conversou com Rosangela Lurbe, presidente da AMAM (Associação dos Moradores e Amigos de Moema), para entender melhor o posicionamento dos moradores e comerciantes em relação à ciclofaixa. Rosangela nos contou que a AMAM não é contra a ciclofaixa e que o abaixo assinado não é pela sua retirada (ela me mostrou o texto, infelizmente esqueci de fotografar).

Estacionamento

As reclamações da AMAM são antigas e referem-se essencialmente à retirada de vagas de estacionamento da região. Quase 3000 foram retiradas nos últimos anos, segundo a associação. A presidente me mostrou documentos mostrando que a negociação com a CET, o abaixo assinado e o envolvimento do Ministério Público são pelo retorno de parte dessas vagas, pela flexibilização de horário da Zona Azul e outras solicitações relacionadas ao uso das vias para estacionamento.

Perguntei a ela se a ciclofaixa retirou vagas de estacionamento ou se apenas as deslocou um metro para o lado. Ela me esclareceu que na Rouxinol/Aratãs não houve mudança, mas que a Iraí/Pavão perdeu algumas vagas, porque a Zona Azul que ficava na direita da via foi passada para a esquerda, onde há muitas guias rebaixadas e menos espaços onde seja possível estacionar.

Lurbe sugeriu que as vagas de Zona Azul fossem colocadas no lado direito da via. Assim, em determinado horário as vagas seriam de Zona Azul, em outras de estacionamento livre e, em alguns trechos que sofrem mais com o congestionamento no horário de pico, poderia haver horários de estacionamento proibido. Isso também evitaria os problemas com motoristas que não percebem o carro estacionado próximo ao semáforo, na Zona Azul do lado esquerdo, permanecendo atrás deles depois que o sinal abre. O Vá de Bike concorda com essa sugestão, que ainda evitaria acidentes com portas de carros abrindo sobre a ciclofaixa.

A favor da bicicleta

Talvez não houvesse ficado claro de início, mas a ciclofaixa é uma oportunidade para trazer um novo público ao bairro, que também consome e contribui com o comércio. E Rosangela afirma não ser contra o uso da bicicleta: há a vontade de usar, mas como muitos moradores de São Paulo ela ainda tem receio de pedalar nas ruas da cidade. “Na praia eu uso a bicicleta, vou até ao mercado, coloco as compras na cestinha”.

Rosangela disse ainda que pretende ir na manifestação Milionárias de Bike, marcada para esse sábado, onde moças elegantes pretendem mostrar que é possível usar a bicicleta mesmo bem vestidas e de salto. “Só não vou de salto, porque tenho medo de cair”. Alguém empresta uma bike linda para ela pedalar conosco? 🙂

Entrevista

Assista ao vídeo da entrevista com Rosangela Lurbe, com imagens de João Lacerda:

26 comentários em “Entrevista com Rosangela Lurbe, presidente da AMAM

  1. Bom dia,

    Acredito que a Dna. Isabel, desconhece que é a maioria que não tem carro. E mais por que a minoria que tem carro é a quem tem “direito absoluto” do uso das ruas? As ruas são publicas e portanto o direito ao uso dos espaços é de todos. Não soube, ate hoje, quando que um Ciclista, sem carta, como diz Dna Isabel, tenha provocado um acidente e matado alguem? Não sei o que a carta traria de aumento de segurança, posto que são exatamente os motoristas, com carta, que ocasionam milhares de mortes no ano, por todo o Mundo.
    De novo reafirmo, ate hoje as ruas foram porjetadas para uso dos Donos de automoveis, e não ao uso da maioria que não tem carro. Posso lhe dizer, Dna. Isabel, tenho carro mas sempre que possivel não o tiro da garagem.
    Por um mundo melhor… “…so a bicicleta salva…” rs

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  2. Sou totalmente contra a ciclovia. Acho q se ciclista quer rodar, tem q ter placas nas bicicletas, e carta para o ciclista. Rodará nas mesmas faixas dos carros, sujeitos as mesmas leis e penalidades. Isso sim é justiça. Não podemos mais admitir um país onde só as minorias são favorecidas e a grande “massa” tem q ser constantemente sacrificada para benefício das minorias. Justiça é igualdade para todas…de direitos e deveres. Portanto, tire carta, Sr. ciclista, e seja multado quando não se comportar adequadamente. E enfrente o trânsito como todo paulistano faz.
    Acho q o Sr. Prefeito deveria se preocupar com o problema da Eletropaulo na região de Moema, constantemente surrada por essa empresa com desligamentos simultâneos, principalmente aos finais de semana, do que com espaço para pessoas brincarem de bicicleta. São Paulo é uma cidade urbana. Se teremos ciclistas, q sejam registrados e sigam as mesmas regras dos demais cidadãos.

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    1. Quanta urbanidade. Quanta barbaridade.
      Por onde começar? Eu tento entender a realidade daquele que quero criticar. O argumento de minorias favorecidas em detrimento das maiorias soa estapafúrdio, daí supor que seja simples ignorância a consideração de que a massa sacrificada seja representada pela população que anda de carro em Moema.

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  3. A prefeitura poderia alargar a calçada ocupando o espaço da ciclofaixa, consequentemente transformando-a numa ciclovia, ou ciclofaixa sobre calçada. Desta forma, poderia inclusive “roubar” alguns centímetros da calçada, ao invés de “penalizar” somente os motoristas.

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  4. Caros paulistanos, eu morei em moema 33 anos e trabalho na região, em nenhum momento desde a implantação da ciclofaixa eu notei os moradores e comerciante contra, notei sim um questionamento quanto ao projeto piloto que não foi adaptado a nossa cultura.
    Eu na qualidade de arquiteto e urbanista tenho convicção que nenhum profissional gabaritado foi consultado para implantação da mesma, creio que a PMSP em conjunto com a Cet estão equivocadas quanto a cultura do brasileiro e as leis de transito.
    Vamos aos itens principais que devem ser relevantes:
    01 – Nova pavimentação total da via, inclusive onde implantaram a ciclofaixa (muito irregular o piso).
    02 – Implantar a ciclofaixa na faixa de menor velocidade dos veiculos para minimizar o risco de acidentes, fato que não acontece atualmente pois esta na esquerda.
    03 – Vagas Zona Azul ou Desembarque de pessoas dos veículos tem ser sempre em um lado do calçamentos, quando não temos vias de transbordo, o que aconteceu foi um total equivoco pois todos os usuários estão vulneráveis nesta implantação.
    04 – Integração com transporte de massa e seu pátio para deixar as bicicletas. No futuro próximo creio será evidente a ligação do metro linha lilás, corredor de ônibus Av. Ibirapuera e Av. Santo Amaro e Vila Olímpia o Trem Metropolitano na Marginal.
    Portanto creio que um estudo de profissionais da área em conjunto com as autoridades e associação de bairro e comerciantes será muito mais fácil de achar um denominador em comum. Vamos implantar o nosso respeito e apoio ao ciclista para uma São Paulo melhor.

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