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A rua precisa ser de todos

Entenda a importância do 1,5m e veja vídeos de ações pedindo respeito, como a que espalhou as placas “1,5m porra” na cidade de São Paulo.

No início de 2012, placas como essa foram espalhadas pela cidade de São Paulo, causando polêmica até entre os ciclistas. O termo utilizado era uma resposta às agressões sofridas nas ruas. Foto:Reprodução

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O artigo 201 – aquele, do 1,5m – não existe à toa. O Código Brasileiro de Trânsito tem intrínseca em seu texto a proteção à vida. Essa distância é suficiente para o ciclista cair sozinho e, ainda assim, não ser colhido pelo carro; para que o deslocamento de ar do carro em velocidade mais alta não o desequilibre; para que o ato de desviar de um buraco, que derrubaria o ciclista, não resulte em um toque de retrovisor, que pode levá-lo para debaixo das rodas do carro que o atingiu (ou do que vem atrás).

A distância de um metro e meio também é suficiente para que as pessoas sintam segurança em utilizar a bicicleta nas ruas, ainda que não exista ciclovia. É suficiente para que mais pessoas usem as ruas com suas bicicletas, mostrando demanda e exigindo mudanças, que devem vir em forma de ciclovias, compartilhamento, sinalização, aceitação, respeito, fim da impunidade e cada vez mais gente pedalando nas ruas.

Quem escolhe uma mobilidade menos agressiva ainda é agredido por quem não acredita que a situação possa mudar. Deveriam os ciclistas abandonar suas pedaladas e passarem a utilizar um carro cada um, para vermos se a cidade melhora? Por mais absurda que a pergunta possa parecer, é essa a lógica que alguns tentam impor, ao recusar-se a reconhecer o direito de circulação das bicicletas nas vias.

Os ciclistas não pedem muito. Não querem “roubar” lugar dos carros, não querem impedir que automóveis circulem na ruas: basta os motoristas mudarem de faixa para ultrapassar uma bicicleta, como fariam com qualquer outro veículo lento (ônibus, caminhão, ou mesmo outro carro). Simples assim.

Ciclista, ocupe a faixa. Para sua segurança.

Veja aqui como ultrapassar um ciclista de forma segura
e divulgue a seus amigos que dirigem.

Um trânsito mais humano e seguro depende de todos nós.
Faça sua parte, respeitando e compartilhando a informação.

Placas

O vídeo abaixo elucida a questão das placas que apareceram na cidade de são Paulo no início de 2012. Foram criticadas por alguns pelo texto agressivo, mas aplaudidas por outros por dar voz à maior reclamação de quem usa a bicicleta (ou desistiu de usá-la) nas cidades brasileiras: a falta de respeito de maus motoristas que, propositalmente ou por total desconhecimento do perigo que oferecem, colocam os ciclistas em risco de morte ao passar perto demais de seus corpos.

Outras ações

Essa ação não foi a primeira, mas ganhou repercussão pelo momento e por ter sido considerada agressiva por alguns. Entendemos a agressividade do texto como um desabafo, de quem não aguenta mais ver um desrespeito desnecessário ser ainda defendido por quem acredita que “não há espaço” para a bicicleta nas ruas.

Foto: Cabelo

Dizer que não há espaço para os ciclistas nas ruas congestionadas constitui um enorme contrassenso: não há espaço para sua pequena bicicleta, portanto volte a usar o carro. Porque, aí sim, teremos espaço para todo mundo. É isso mesmo?

Veja o vídeo de uma das ações anteriores. Placas pedindo respeito ao 1,5m já são colocadas nas ruas há muito tempo, mas não havia discussão sobre o assunto, o que resultou em uma ação com um texto mais agressivo. Os ciclistas estavam cansados de pedir por favor, ao vento, e serem ignorados.

Como ultrapassar um ciclista com segurança

Esse vídeo da CicloLiga mostra na prática como deve ser feita uma ultrapassagem segura. O vídeo foi feito antes do início da fiscalização do respeito aos ciclistas na cidade de São Paulo, que multou quase 9 mil motoristas nos 11 primeiros meses da ação.


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28 comentários em “A rua precisa ser de todos

  1. IMHO acredito ser válido quaisquer que sejam as formas de orientação, porém nas cidades existem muitas ruas que tem apenas 2 pistas, uma que vai e outra que vem isso quando tem… eu acredito que essa lei deveria ser usada para nortear também os governantes para a necessidades de ruas mais largas.
    Em Osasco por exemplo existem muitas ruas super movimentadas nessas condições passando ônibus. Mesmo amando bike não tem a menor condição de andar.
    Concluindo, essa briga motoristas vs bikers serve somente para deixar o governo mais a vontade pra não fazer nada.

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  2. a puniçao deve ser dos dois lados, devemos cobrar mais dos guardas de transito, e dos orgãos de transito não só dos motoristas, pois utilizo os dois, e quem se cala e sempre o governo

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  3. Também achei a palavra “PORRA” desnecessária.
    Acredito que podemos mudar o mundo se ser igual aos que a destroem.
    Parando em faról vermelho, parando em faixas para os pedestres, não xingando os motoristas estupidos, não pedalar nas calçadas e não circular na rua em contra mão vamos conseguir aos poucos mudar essa situação e viver em uma cidade em harmonia entre bikes e autos.

    Eu sei que na teoria é difícil mas vamos respirar fundo e refletir.

    A revolta não traz nada de bom.

    Abrs

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  4. Sabe o que acho interessante? Que lendo comentários aqui, parece que os ciclistas são as madres terezas do transito… coitadinhos: vejo váááários ciclistas que não respeitam pedestres, faixas e semáforos.
    E andem mesmo fora da faixa da direita, pois várias vezes sai de trás de um caminhão ou onibus a 60 por hora e dou com a bunda dum ciclista no meio da avenida… eu não sei quem está certo ou errado, mas acho que seria interessante vcs entenderem que o carro sempre pesará mais que uma bicicleta e a inércia para pará-lo sempre será maior tbm…

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    1. Se você não sabe quem está certo ou errado, então está mais que na hora de você se informar sobre as leis de trânsito que também mencionam os ciclistas em alguns códigos de trânsito. Ciclista entende que um carro é mais pesado que uma bicicleta. Muito mais. O problema é que o próprio dono do carro não entende isso e ainda pior, não entende que uma simples fina põe o ciclista em extremo risco de morte. O motorista estúpido não entende isso e também não entende que em cima de uma bicicleta tem uma vida.
      Você falou para os ciclistas não andarem no lado direito da pista, né? Pois é! O ciclista anda ali porque, primeiro, isso é previsto em lei e, segundo, porque no Brasil infelizmente não existe estrutura que garanta a segurança do ciclista como ciclovias e ciclofaixas. Não é como na Europa. Entendeu? Europa é Europa e Brasil é o que é. E, pra encerrar aqui, calçada é apenas para pedestres, ok? Antes que você fale que ciclista tem que andar na calçada.

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