Motorista cruza a massa de ciclistas praticamente sem reduzir. Por sorte, todos os ciclistas conseguiram ser ágeis em sair de sua frente.

Motorista quase causa atropelamento coletivo durante o FMB – veja em vídeo

Motorista cortou massa de ciclistas em Porto Alegre praticamente sem reduzir, quase causando atropelamento similar ao de 2011. Veja vídeo.

Motorista cruza a massa de ciclistas praticamente sem reduzir. Por sorte, todos os ciclistas conseguiram ser ágeis em sair de sua frente.
Motorista cruza a massa de ciclistas praticamente sem reduzir. Por sorte, todos os ciclistas conseguiram ser ágeis em sair de sua frente.
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Exatamente dois anos depois do atropelamento de um grupo de 200 ciclistas em Porto Alegre, um carro da marca Audi atravessou a Massa Crítica realizada durante o Fórum Mundial da Bicicleta, praticamente sem reduzir. Uma tragédia similar à causada por Ricardo Neis em 2011 só não ocorreu pela agilidade dos ciclistas que estavam naquele trecho da massa.

Um dos ciclistas seguiu o motorista até o semáforo seguinte e, ao questionar o motivo de tanta violência, ouviu como resposta que ele “estava com pressa”. A EPTC (Empresa Púbica de Transporte e Circulação), que acompanha e escolta a bicicletada desde o atropelamento em 2011, foi avisada, mas o motorista não foi identificado.

Nas imagens abaixo é possível notar uma bicicleta sendo atingida pelo carro, no lado esquerdo do vídeo.

A Massa Crítica acontece toda última sexta-feira do mês em várias cidades do mundo. Na maioria das cidades brasileiras, tem o nome de Bicicletada. Essa edição, especialmente, contava com cerca de 1.500 ciclistas (entre eles muitas crianças), vindos de várias partes do mundo para o Segundo Fórum Mundial da Bicicleta, realizado entre os dias 21 e 24 de fevereiro em Porto Alegre.

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Atropelamento foi o que motivou o primeiro Fórum

Segundo Lívia Araújo, integrante da organização do FMB que também estava presente no atropelamento de 2011, “o Fórum começou porque as pessoas que tinham passado por aquela situação queriam fazer algo que lembrasse o acontecimento, mas com uma agenda positiva e mostrando para as pessoas que era possível pedalar na cidade de Porto Alegre com prazer, com consciência, educação, ver e ser visto e fazer parte integrante do trânsito”.

Para Lívia, o Fórum “acabou realmente transcendendo a lembrança daquele acontecimento ruim para algo extremamente positivo. Passaram pelo 1º Fórum Mundial da Bicicleta, em 2012, cerca de 7000 pessoas”.

Impunidade estimula atitudes criminosas

Ricardo Neis, o responsável pelo atropelamento em 2011, permanece em liberdade.  Apesar dos advogados de defesa não terem conseguido livrar o motorista do júri popular, conseguiram reduzir a quantidade de tentativas de homicídio. Saiba mais.

O fato de um motorista cometer ato similar, dois anos depois do atropelamento intencional cometido por Ricardo Neis, mostra que o desrespeito à vida nas ruas continua. Houvesse já uma condenação emblemática do primeiro atropelador, deixando claro aos demais maus motoristas que sua atitude pode ter consequências graves para eles mesmos (já que a vida dos outros não lhes importa), talvez o motorista do Audi não tivesse feito o que fez.

Como não houve vítimas (por uma questão de sorte), caso alguém tenha anotado a placa e resolva processar o motorista do Audi, é bem provável que o resultado seja frustrante. Mesmo assim, um processo seria uma forma de mostrar indignação e chamar a atenção da sociedade e da mídia para tentar evitar novos atos como este, além de servir como um aviso a esse motorista de que, em algum momento, será punido por sua conduta. Quem coloca vidas em risco intencionalmente merece ser preso.

E aqui cabe a velha pergunta: a pressa de quem dirige vale uma vida? Ou, nesse caso, algumas dezenas?

10 comentários em “Motorista quase causa atropelamento coletivo durante o FMB – veja em vídeo

  1. O vídeo deixa bem claro que não é o caso de uma passagem emergencial como foi dito, e sim de um desrespeito por parte do(a) motorista do Audi. É uma situação muito complicada porque as leis nesse País só favorecem quem as desrespeitam.

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  2. Um B.O. pode não se converter numa pena severa ao agressor, mas será pelo menos uma dor de cabeça a mais para ele. Vai ter que ir na delegacia, depois audiências e etc. Já é algo que pode desestimular uma nova agressão. Agora, há uma grande diferença entre UM ir fazer o BO e 100 ou 500 fazerem um BO. Todos querem ser respeitados, mas ninguem quer se dar ao trabalho de cobrar o respeito a esse direito.

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  3. Sinceramente? Grupo de bike que não respeita sinal para mim está errado, isso é uma coisa, e não estou dizendo que foi o que ocorreu aí. Segundo que carro que é guiado em direção a ciclistas merece no mínimo um tapão no vidro, ou no retrovisor e, em último caso, pedra! Quero ver se ele não pára! Mas depois tem que aguentar as consequências da nada aconselhável violência, portanto, muito melhor que o grupo sempre respeite as leis de trânsito, pois imagine aí um filho desesperado levando o pai infartado pro hospital, ou uma mãe alucinada com um filho ensanguentado também indo pro hospital… Quanto àquele babaca de dois anos atrás, aquele ali merecia mãos amputadas!…

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  4. Oi, Cicero, nós anotamos a placa na ocasião, e as imagens estão ai. Acho q alguém até chegou a fazer um b.o, mas não tenho certeza.

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    1. Putz, Rachel, acho que vocês deveriam ter feito um auê maior, já que foi muito, muito simbólico. Exatamente dois anos depois? Meu… Hum, um auê tipo: “Toca a Massa Crítica pra delegacia!” E aí aproveitava pra cobrar bicicletário e paraciclo pro estabelecimento do Seu Delegado…rs.

      Mas tirando essa minha graça (que até admito ser inapropriada), o que quero questionar é sobre como quebrar esse círculo vicioso (e o simbólico meio que veio questionar também isso): “Ah, mais uma vez vamos esperar outra tragédia acontecer pra situação se tornar socialmente visível? Ah, mas todo mundo sabe que logo depois… puf!” Até a próxima tragédia acontecer.

      Olha, Rachel, não sou nenhum fã da política de “tolerância zero”, longe de mim, pois acho que é muito fácil ela ” se desviar” (ou seja, imagine aqui o pior dos desmandos) de seus propósitos, anulando-se os possíveis benefícios. Mas no caso da insanidade dos motorizados, acho que a farta exposição (denúncia, então aí com algum embasamento, documentado e identificado, tá?) dos abusos deles, mesmo os aparentemente insignificantes, seria capaz de criar um constrangimento generalizado, cujo resultado não seria outro: uma segurança maior para todos, pedestres, ciclistas e aos próprios motorizados. Como uma espécie de… de ação preventiva a tragédias, né?

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  5. Willian, “apenas” atentar contra a integridade física já mereceria (pra não dizer nos obrigaria a) nossa iniciativa, a despeito de toda frustração de justiça, né não? Engrossar o número de denúncias (BOs, ações civis), portanto, pode ser uma ótima estratégia “educativa”. Se há meios de prova (vídeo, fotos) e testemunhos, pôxa… já há o suficiente!

    E não adianta, como neste caso, seguir motorista só pra “questionar o motivo de tanta violência”, aqui nada adianta conversa, blá-blá-blá, nem bate-boca. Adianta filmar, fotografar, anotar a placa, colher testemunho e ir para a delegacia (claro, se der pra aproveitar o ensejo, diz na cara desse motorizado: “Ei, cara, tô indo fazer o BO”, e só.)

    Esse é nosso papel, esse deve ser o nosso papel, quando um motorista atentar contra nossa vida. Depois é função do Poder Público (claro, com fiscalização social dessas ações do Poder Público a partir da nossa iniciativa).

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    1. pode ser… na verdade eu queria mostrar que a massa critica é um movimento pacifico, cheio de crianças, e entra um estúpido fazendo isso… e como isso aconteceu exatamente dois anos depois, pensei que talvez fosse bom fazer um link. Mas pode ser q talvez tenha ficado um pouco confuso sim. bj

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