Trabalhador cruza a passarela de acesso na Vila Olímpia, indo para o trabalho no início da manhã. A volta pela ciclovia no final do dia nem sempre é possível, devido ao horário de fechamento. Foto: Willian Cruz/VdB

Horário da Ciclovia Rio Pinheiros foi ampliado, mas continua insuficiente

Saiba sobre o novo horário e veja por que essa limitação, junto com a falta de acessos, ainda dificulta o uso em deslocamentos diários.

Trabalhador cruza a passarela de acesso na Vila Olímpia, indo para o trabalho no início da manhã. Mas a volta pela ciclovia nem sempre é possível.
Trabalhador cruza a passarela de acesso na Vila Olímpia, indo para o trabalho no início da manhã. Infelizmente a volta pela ciclovia nem sempre é possível.
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Desde o dia 1º de maio de 2013, o horário da Ciclovia Rio Pinheiros, em São Paulo, foi ampliado. Os acessos agora ficam abertos por 45 minutos a mais todos os dias. Embora a mudança possa ser relevante para quem acorda cedo para fazer passeios ou treinos, o novo horário ainda não será de grande ajuda para quem utiliza a ciclovia para deslocamentos, principalmente por estender em apenas 15 minutos o horário de fechamento.

No horário de funcionamento anterior, os acessos ficavam abertos das 6h às 18h15. Com a ampliação, o horário passou a ser das 5h30 às 18h30. Mas para quem utiliza (ou gostaria de utilizar) a Ciclovia Rio Pinheiros para ir e voltar do trabalho, 18h30 ainda é muito cedo. Nem todo mundo consegue sair do trabalho e se deslocar até a ciclovia a tempo de pegá-la aberta.

Motivação do horário é a ausência de iluminação

A Ciclovia Rio Pinheiros fica em área fechada, de propriedade do Governo do Estado de São Paulo, entre a margem do rio e os trilhos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Inaugurada em 2009, nunca teve iluminação, o que fez com que seu horário sempre fosse restrito. O “fechamento” diário da ciclovia impede que muita gente a utilize para retornar do trabalho ou da faculdade, por exemplo.

Sempre houve a intenção de instalar iluminação, mas nunca passou disso: intenção. Pela área onde se localiza, a ciclovia está sob responsabilidade da CPTM, que precisaria investir grande soma para resolver a questão – e a prioridade, obviamente, acaba sendo o sistema de trens. Uma alternativa seria buscar um “patrocinador” para a melhoria, ainda que fosse essa fosse a própria Eletropaulo.

Outra alternativa seria estado e/ou município reconhecerem a importância dessa estrutura cicloviária e adequá-la para que atenda às necessidades dos cidadãos. Enquanto isso, a ciclovia atenderá apenas parcialmente o objetivo de uma via desse tipo.

Para ilustrar melhor o problema, faça um exercício de compreensão: você consegue imaginar uma avenida sendo fechada aos automóveis quando cai a noite, por não haver iluminação? Ou permanecendo quatro anos sem ser iluminada?

Pois então. É por essas e outras que a Ciclovia Rio Pinheiros ainda não pode ser considerada uma alternativa válida de deslocamento.

O Vá de Bike perguntou à assessoria de imprensa da CPTM se haveria alguma previsão de instalação de iluminação na ciclovia, ou ao menos algum estudo para ampliação do horário ainda que sem iluminação. Nosso e-mail foi enviado exatamente um mês antes do fechamento dessa matéria, sem haver qualquer resposta.

“Ciclovia de lazer”

Essa ciclovia tem um potencial enorme como alternativa de mobilidade na cidade de São Paulo. Por ela, o deslocamento de bicicleta se dá ainda mais rapidamente que o usual, graças à topografia totalmente plana e à ausência de cruzamentos e semáforos. E protegendo o ciclista dos automóveis, a viagem se torna bastante segura, mesmo para quem está começando. Se tivéssemos ciclovias nas duas marginais, teríamos acesso fácil, rápido e seguro a boa parte da cidade.

Entretanto, o que temos por enquanto é apenas uma ciclovia de lazer, que não ajuda muito nos deslocamentos do tipo commuting, como ir ao trabalho, à escola, à casa da namorada: ela funciona apenas durante o dia, devido à falta de iluminação, e tem poucos acessos, distantes quilômetros uns do outros. Se você não morar próximo a um acesso e trabalhar perto de outro, dificilmente conseguirá colocar a ciclovia na sua rota, pois o desvio no caminho seria considerável. E, ainda que consiga, ela provavelmente já estará fechada quando você precisar voltar para casa depois do trabalho.

Disponibilidade e fácil acesso são essenciais

Cidadãos que usam a bicicleta como meio de transporte não saem de casa para ir pedalar em uma ciclovia. Saem de casa de bicicleta para chegar ao seu destino. Se a ciclovia puder ser incluída facilmente no seu trajeto (sem aumentar muito o tempo ou a distância), será utilizada; caso contrário, os ciclistas continuarão usando outras alternativas, ainda que mais arriscadas.

Lembre-se disso na próxima vez que vir um ciclista “maluco” pedalando em meio aos carros na Marginal Pinheiros.

26 comentários em “Horário da Ciclovia Rio Pinheiros foi ampliado, mas continua insuficiente

  1. Muito bom o texto.
    O meu horário de saída do serviço é entre 18:00hrs e 19:00hrs, mais comum as 18:30hrs. Alguns dias consigo entrar na ciclovia outros não. Seja por causa do horário ou devido ao grande fluxo de passageiros na estação Santo Amaro. Para o ciclista entrar na ciclovia por essa estação ele tem que cortar o fluxo de pedestres que entram e saem da estação.
    Mas acho que sou um dos malucos que pedalam na marginal… Mas algumas coisas aprendi em todos esses anos pedalando:
    – procure não atrapalhar o trãnsito.
    – respeite as leis de trânsito. Semáforo, veículos lentos no lado direito da pista, ser visível no trânsito, sinalizar mudanças de direção, etc.
    – seja cordial. Acredite, as pessoas se senbilizam com isso.
    Acho que é só isso, nada mais. Mas se vc perceber bem, tudo que eu falei serve para qualquer tipo de meio de transporte. Por que será heim?
    Para ilustrar o texto:
    https://www.youtube.com/watch?v=rSpb_rTUabE
    https://www.youtube.com/watch?v=BPTvlNtnNVc
    https://www.youtube.com/watch?v=YXemVaZPeTI
    https://www.youtube.com/watch?v=2NIhx3q3PEA

    Abraço e boas pedaladas

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  2. Trabalho no Panamerica Park, av.Guido Caloi 1000 e diversas pessoas aqui utilizam a ciclovia do Rio Pinheiros para chegar, ocorre que ela fica do outro lado do rio e quem chega de trem sai da estação cptm direto para o metrô, utilizando a estação Sto amaro do metrô apenas como ponte para sair na Guido Caloi. Os ciclista também saem da ciclovia na estação CPTM , porém são impedidos de atravessar a estação de metrô, sendo obrigados a ir até a ponte João Dias,bem mais distante e perigosa. Estou questionando o metrô sobre o motivo da proibição e gostaria de apoio, pois qto mais pessoas questionarem melhor. Também lamento o fechamento as 18:30.

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    1. Guilhermino, o problema é que a travessia é pela “área paga” e nela ciclista só pode entrar depois das 20h30 (no caso do metrô, CPTM é só final de semana mesmo). A falta de uma travessia segura faz com que a área do Metrô cumpra a função de passarela, que não é seu objetivo. Concordo que, enquanto não se faz uma travessia (e não há nem planos disso), o Metrô poderia ser um pouco mais compreensivo, mas em alguns horários pode ser bem complicado passar com a bicicleta.

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  3. Sim todas as propostas sao otimas gostaria muito da extençao ate zona norte moro no bairro do limao, para mim deveria a marginal toda a sua extençao Tiete e pinheiros,iluminaçao,mas estamos esquecendo de outra coisa,pra c andar a noite nao basta so iluminaçao mas tb segurança em toda sua extençao e cameras ai vai mais um dindin pra c gastar Ok .
    Mas um dia chegaremos la. Abraço a todos

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    1. Meu, acho que você tocou num ponto super sensível, Edu: o “orçamento” pra completar a segurança noturna. Será então que esses custos adicionais (além de ter que assumir a responsa) é que estão, hum, segurando a instalação de iluminação? Porque no fundo, no fundo, acho que descolar patrocínio pra iluminação é bico. Mas sei lá, sei lá. Só tô especulando.

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  4. Bem… acredito eu, que O problema de difícil acesso poderia ser resolvido tendo um acesso em cada estação da CPTM e tendo acessos em lugares de muito movimento.

    Toda vida que precisei dessa ciclovia, nunca tive acesso por ela, pois voltava do Ibirapuera e não queria pedalar até a Vila Olimpia. Sempre tinha que ir por avenidas próximas (Hélio Pellegrino, Faria Lima) ou mesmo a própria marginal, o que no caso deste último é um perigo total.

    A idéia de trazê-la até a marginal tietê também é legal, pois faria um caminho rápido e fácil, e muito mais seguro… Mas basta ver se realmente irão fazer isso.

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  5. Olá amigos.
    Quero entrar no mundo das bikes, irei andar somente em asfalto e paralelepípedos e servirá para condicionamento fisisco, começarei com pequenas distancias.
    Porém preciso de uma bicicleta extremamente confortável pois possuo 4 hérnias de disco e solavancos seriam desastrosos pra mim. Pensei em uma full suspencion, mas já li que não são boas bicicletas. Posso gastar até R$ 1000,00. Please, me ajudem.

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  6. William, queria chamar atenção ao seguinte ponto:

    “…E protegendo o ciclista dos automóveis, a viagem se torna bastante segura, mesmo para quem está começando…”

    Não tenho certeza disso pois uma vez eu estava no trem indo para a estação Jurubatuba e vi pelo menos dois acidentes de bicicleta, inclusive havia veículos na ciclovia (acredito que eram os veículos de manutenção da CPTM).

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  7. O rapaz atravessando a passarela da Vila Olímpia sou eu!

    Moro próximo ao Sesc Interlagos e atualmente trabalho em frente a estação Morumbi, mas devido a ausência de uma saída nesta região sou obrigado a usar a ciclovia de forma parcial até Santo Amaro. O restante do percurso tenho que fazer pelas ruas em meio ao caos do trânsito!

    Eu já questionei a CPTM sobre a construção de em acesso no Morumbi e inicialmente haviam prometido para o fim no ano passado, porém agora não há previsão!

    Lamentável!

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  8. Realmente esse horario na marginal pinheiros é insuficiente, entretanto quem anda por lá sabe como é a noite, muito escuro, entretanto, se já conseguimos 45 min, acho que é uma questão de tempo para ganharmos mais tempo 😉
    nunca se falou tanto de bicicleta como nos dias de hoje, e ultimamente tenho visto bastante ciclista pela ciclovia da marginal, coisa que não via no começo.
    Estamos batalhando pelo nosso espaço e cada dia temos uma conquista. vamos continuar!

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  9. Willian,

    Assim como você comentou no texto e o Cícero acima, sempre pensei na opção de um ciclovia paralela também à Marginal do Tietê, embora pouco tenhamos debatido isso por aqui no VdB.

    Obviamente, estudos precisam ser conduzidos antes de se partir para o projeto e posterior execução de obras, mas é inegável que, também com topografia favorável, uma ciclovia por ali poderia ser MAIS UMA alternativa de quem vem da Zona Leste para a Oeste. A linha de metrô, a Radial e a própria Marginal já estão saturadas há anos e essa ciclovia poderia ser uma opção interessante.

    Você sabe se há alguma intenção nesse sentido por parte das autoridades competentes?

    Laudari

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  10. Bom pelo menos voçes tem ciclovia…
    Aqui em Tatui a unica ciclovia que temos é toda detonada,invadida por carros e motos e a extensâo e de 1 km.E no centro temos que andar no meio dos carros,alguns anos atras isso era tranquilo mas imaginem agora que uma cidade de 120 mil habitantes que todo mundo tem carro e as ruas sao estreitas…
    todo dia acontece acidente,os motoqueiros nao respeitam ninguem cortam de tudo que é lado, tem horas que prefiro empurrar a bike na calçada pois assim evito acabar sendo atropelado,mas as calçadas são estreitas e incomoda quem ta andando a pé.Pelo menos nos estacionamentos de carros posso deixar a bike sem pagar,entao vou de bike deixo guardada no estacionamento faço o que preciso no centro e depois retorno pelos caminhos mais seguros embora para casa.Esperança que um dia isso melhore.

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    1. sem contar que a cidade esta crescendo…
      mais pessoas mais carros mais caminhoes motos e o tamanho das ruas continua o mesmo.

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    2. Fui criado nessa cidade mas faz tempo que não passo por lá, mas a cidade não é tão ruim de pedalar assim, tem cidades piores.. por exemplo, em praia grande, tem muitos km de ciclovias, fora a questão dos roubos, o asfalto das ciclovias é todo ondulado, vc não consegue desenvolver uma velocidade por causa disso, é seguro, em relação a ser separado do trânsito, mas uma tortura essas ondulações… parece q não no começo mas depois de uns km vc fica louco com as ondulações! E o pior q o asfalto das vias ao lado das ciclovias são um tapete! rs

      Sobre Tatui, não sei se tiraram isso, mas quando duplicaram o trecho q liga a cidade até a estrada q vai até iperó, colocara umas lombadas mata ciclista a cada 50m nos acostamentos… já tiraram essas porcarias? pq seria uma boa pedalar no acostamento de lá para chegar na estrada que vai até iperó, essa estradinha é uma delícia de pedalar, relevo doido e uma paisagem bacana!

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  11. No meu primeiro comentário aqui no Vá de Bike, como eu tinha acabado de conhecer essa ciclovia, registrei um desejo impossível de não se desejar, um desejo quase irrefreável, de tão natural que é tê-lo: “Nossa, se ela se estendesse pra Marginal Tiête, a comunicação interzonal da cidade para o ciclável ia dar um salto importantíssimo.” [*suspiro*]

    Bom, desejar não “custa” nada, né? rs.

    Ah, então… Recentemente dei de cara com essa notícia: “Governo autoriza 2,8 km de ciclovia que ligará Socorro à Estação Santo Amaro” http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=227183#2 E que será na outra margem, né? E com ponte de primeiro mundo, sem nenhuma despesa pro governo, tudo bancado pela Bayer!

    Ah, então (2), Willian… Também dei de cara, mas agorinha mesmo, com este post do André Pasqualini: http://bicicreteiro.org/2012/02/09/ciclovia-da-marginal-pinheiros-fase-2/ Cito a parte em que ele fala sobre a iluminação lá:

    ”Esse é o ponto mais complicado, sei que a CPTM já possui um orçamento (ainda não sei o valor) para a instalação de cerca de 700 postes de iluminação, como aquele que foi colocado em fase de teste na estação Jurubatuba, movidos a energia eólica e solar. O problema é que até onde sei, a CPTM está a procura de patrocinadores para a instalação dessa iluminação. Penso que se conseguirem patrocinadores, maravilha. Agora se não conseguirem, o governo tem que bancar a instalação dessa iluminação, pois isso trará um imenso ganho para a cidade, pois a Ciclovia poderá ser utilizada como lazer nos períodos noturnos e terá seu caráter de transporte consolidado em definitivo.”

    Pô, se a Bayer, que não tem nada a ver com ponte, bancou ponte na faixa, por que é tão difícil que uma Philips ou uma Osram ou sei lá que multinacional patrocine iluminação free pra ciclovia? rs.

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