Muitas das avenidas paulistanas não possuem alternativa adequada. Foto: Willian Cruz/VdB

CET quer ciclistas fora das avenidas de São Paulo

Para o órgão, ciclistas não devem circular em avenidas. Elas não serão sinalizadas, mesmo onde a faixa direita for exclusiva aos ônibus.

Muitas das avenidas paulistanas não possuem alternativa adequada. Foto: Willian Cruz/VdB
Muitas das avenidas paulistanas não possuem alternativa adequada. Foto: Willian Cruz/VdB
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A Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo não quer que ciclistas utilizem as avenidas da cidade que não possuem ciclovia. E, por essa razão, não pretende tomar medidas para protegê-los dos carros e ônibus nessas vias. Também não pretende implantar sinalização referente às bicicletas nessas avenidas, seja para indicar seu direito de circular ali ou para informar aos ciclistas qual a faixa mais segura para sua utilização.

É o que se entende da resposta que recebemos do órgão recentemente, quando perguntamos que medidas seriam tomadas para garantir a segurança viária dos ciclistas nas avenidas onde seriam implantadas as novas faixas exclusivas, como parte da Operação Dá Licença Para o Ônibus.

Nosso questionamento surgiu a partir de uma matéria publicada no Estadão, em 11 de junho, afirmando que as marginais do Tietê e do Pinheiros ganhariam faixas exclusivas de ônibus até julho a Avenida Paulista até o final de 2013. Por sabermos que nessas três vias há grande circulação de ciclistas e que essa utilização se dá na faixa direita, justamente a que abrigará a faixa exclusiva, resolvemos esclarecer junto à Companhia qual seria a conduta esperada do ciclista nessa avenida e como essa situação seria esclarecida aos motoristas.

"Omissão mata" e tinta vermelha para lembrar que o Poder Público tabém é responsável pelas mortes no trânsito. Foto: Rachel Schein
“Omissão mata” e tinta vermelha em protesto na Av. Paulista, em março de 2013. Para lembrar que o poder público também é responsável pelas mortes no trânsito. Foto: Rachel Schein

Em que faixa?

Ao afirmar ostensivamente pela sinalização que a faixa da direita passa a ser exclusiva dos ônibus, agrava-se a dificuldade que os ciclistas já enfrentam hoje. Parte dos motoristas dos coletivos já acha, mesmo com a atual faixa apenas “preferencial”, que os ciclistas não deveriam utilizá-la, chegando a ameaçar quem está de bicicleta com o tamanho e a velocidade do ônibus e levando a situações como as que vitimaram Márcia Prado e Juliana Dias, na própria Avenida Paulista. Com a oficialização da exclusividade da faixa, tanto esses como todos os outros motoristas de ônibus passariam a ter certeza de que ciclistas estão errados em estar ali. As ameaças às vidas de quem pedala claramente aumentarão.

A saída para o ciclista seria utilizar a segunda faixa, mas se ela não está sinalizada para tal, os maus motoristas nos carros se sentem no direito de ameaçar um ciclista, ao vê-lo no que consideram “o meio da rua”. Isso já acontece hoje e com frequência preocupante: quando a faixa da direita está com carros estacionados e o ciclista ocupa a segunda faixa, fugindo da perigosa zona de abertura de portas, é alta a incidência de finas, buzinadas, fechadas e ameaças verbais. Todo ciclista que precisa pedalar em avenidas em São Paulo já passou por isso.

Com essas preocupações em mente, fizemos à CET três perguntas:

  • Os ciclistas devem usar a faixa exclusiva ou devem ocupar a segunda faixa?
  • Haverá sinalização indicando aos ciclistas que faixa utilizar?
  • Os motoristas dos carros ou dos ônibus serão informados pela sinalização de que os ciclistas na faixa recomendada estão usufruindo de seu direito de circulação naquelas vias?

A resposta nos surpreendeu muito e por dois motivos. O primeiro foi por ela ter chegado (e ainda por cima no mesmo dia), pois muitas de nossas solicitações anteriores acabaram sem resposta (ponto positivo!). O segundo foi por termos recebido nessa resposta três afirmações que nos desapontaram bastante. No quadro abaixo, o trecho da resposta da CET que se refere à circulação de bicicletas, seguido dos motivos para nosso profundo desapontamento. Quebramos o parágrafo original em três, para facilitar o entendimento dos três pontos em separado.

abre aspasCom relação à circulação de bicicletas na pista local da Marginal Tietê, temos a informar que o próprio Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe o trânsito de bicicletas em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas de rolamento próprias.

Independentemente dessa proibição, a CET também mantém a recomendação, disposta no Plano Diretor da cidade de São Paulo, de que os ciclistas devem utilizar apenas os caminhos e rotas onde a velocidade máxima permitida para carros não ultrapasse 50  km/h. Portanto, a passagem de bicicletas por quaisquer uma das faixas da Marginal Tietê e da Avenida Paulista não são recomendadas.

fecha aspasA circulação das bicicletas na Avenida Paulista é regulamentada por sinalização (placas e solo) apenas aos domingos e feriados nacionais, quando são ativadas as Ciclofaixas de Lazer, que funcionam das 7h às 16h.

A suposta proibição

A resposta da CET começa afirmando que o Código de Trânsito proíbe a circulação de bicicletas na Marginal Tietê. Bem, vamos analisar essa afirmação à luz da legislação.

De fato, o CTB diz que bicicletas não podem “transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas de rolamento próprias”, exatamente com este texto. Isso está no art. 244, § 1º, item b (consulte aqui). Mas é preciso entender o que realmente a Lei quer dizer com isso.

Os termos utilizados no CTB não são baseados necessariamente em linguagem corrente. “Via de trânsito rápido”, por exemplo, é um termo técnico, esclarecido no Anexo I, no que constitui uma espécie de glossário:

“VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO – aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível.”

Ou seja, para que a via seja considerada “de trânsito rápido” para a Lei de trânsito, ela deve atender aos seguintes requisitos:

  • “trânsito livre”, que significa não haver semáforos ou outros impedimentos;
  • “sem interseções em nível”, ou seja, não deve haver cruzamentos;
  • “sem travessia de pedestres em nível”, portanto não haver faixas de pedestres ou outra forma de travessia que não sejam pontes e passarelas;
  • e, finalmente, “sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros”, o que significa que não haver acesso direto a terrenos, prédios, casas, sítios, garagens, etc., sendo esses feitos apenas através de pistas de aceleração/desaceleração.

A pista central das Marginais encaixa-se perfeitamente nessas quatro características, que precisam ser todas atendidas para que a via seja considerada “de trânsito rápido”.  Mas o tráfego de ônibus se dá na pista local. Será que ela também atende aos quatro requisitos? Sem semáforos? Ok. Sem cruzamentos? Ok. Sem faixas de pedestre? Ok. Mas e a acessibilidade direta aos lotes lindeiros?

A primeira coisa que pensamos é sim, as grandes lojas, shoppings, postos de gasolina e churrascarias que estão ali todas tem entrada e saída com curtas pistas de aceleração e desaceleração, como nas rodovias. Mas fazendo uma rápida navegação no Google Maps, percebemos pelas fotografias das ruas (Street View) que há, sim, “acessibilidade direta aos lotes lindeiros”. Há muitas entradas de garagens e estacionamentos sem as tais pistas de desaceleração. Selecionamos seis delas, apenas para exemplificar, mas existem muitas outras. E olhamos apenas no trecho onde está sendo implementada essa primeira faixa exclusiva de ônibus: entre a Ponte das Bandeiras e a Aricanduva. Veja aqui: um, dois, três, quatro, cinco, seis.

Portanto, a proibição para bicicletas citada pela CET nas pistas locais das Marginais simplesmente NÃO EXISTE. A lei garante a circulação de bicicletas ali. E também obriga o órgão de trânsito com circunscrição sobre a via, por um acaso a própria CET, a “promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas” (art. 24, inciso II). Obrigação à qual a CET está se furtando ao declarar que bicicletas não devem circular nessa via e ao se omitir de sinalizá-la para que os ciclistas venham a ter segurança com a nova exclusividade de circulação para os ônibus na faixa da direita.

A recomendação e seu significado

Depois de proibir a bicicleta onde ela não é proibida, a resposta da CET afirma haver uma recomendação de que os ciclistas “devem utilizar apenas os caminhos e rotas onde a velocidade máxima permitida para carros não ultrapasse 50 km/h”.

Em primeiro lugar, essa seria uma recomendação do Plano Diretor, ou seja, uma recomendação de como a cidade deve ser planejada, mas não uma recomendação de conduta de seus cidadãos. Em segundo lugar, claro que é recomendável que ciclistas evitem as avenidas, isso até o Vá de Bike recomenda. Mas daí a se omitir de protegê-los quando fazem esse uso, é um pouco demais. É deixar que as pessoas tenham sua vida colocada em risco para provar um ponto de vista.

Além disso, a Companhia, mais uma vez, ignora o fato de que os ciclistas continuarão utilizando as grandes avenidas, por representarem, em São Paulo, os caminhos mais curtos e planos, já que são construídas quase sempre em fundos de vale, acompanhando o caminho de antigos rios e córregos, ou sobre espigões igualmente planos, como é o caso da Avenida Paulista.

A CET ignora ainda as estatísticas, tanto as de mortes de ciclistas, que demonstram que os locais onde eles mais correm risco hoje são justamente as avenidas, quanto as de utilização, que mostram claramente que as bicicletas circulam em profusão por esses lugares. É o que mostra, por exemplo, a contagem fotográfica realizada pela Ciclocidade em 2010. Naquela ocasião, foram fotografados 733 ciclistas na Av. Paulista em um espaço de 16 horas. A média de 52 ciclistas por hora equivale a praticamente uma bicicleta por minuto.

Veja nossa explicação sobre por que os ciclistas utilizam as grandes avenidas, especialmente a justificativa para o uso da Avenida Paulista, que mais uma vez a CET tenta nos negar.

Novamente: a legislação de trânsito garante o uso da Avenida Paulista pelos ciclistas e a CET está se furtando à obrigação de garantir a segurança dos ciclistas naquela via. Omitir-se quanto À faixa que os ciclistas devem ocupar é fechar os olhos para o problema que hoje eles já enfrentam e que será agravado com a faixa exclusiva: na direita, são mal recebidos pelos motoristas de ônibus, que acreditam que não deveriam estar ali; na segunda faixa, são agredidos pelos motoristas dos automóveis, que se sentem nesse direito ao ver um ciclista “no meio da rua”.

Oficializar a exclusividade da faixa de ônibus sem esclarecer aos motoristas e ciclistas onde as bicicletas devem circular é estimular situações de conflito, que podem resultar em condutas agressivas de quem dirige, com sequelas, mutilações e mortes de quem está fora do carro. Omitir-se também é se responsabilizar.

Além disso, o órgão de trânsito mostra certa bipolaridade ao recomendar que ciclistas não utilizem avenidas, já que sinalizou uma “bike box” na Av. Rebouças, incentivando o uso da bicicleta nessa via. Vale lembrar que a Rebouças é justamente uma avenida que os ciclistas evitam, pela impaciência e pressa dos motoristas que circulam por ali, preferindo utilizar vias paralelas como a R. dos Pinheiros.

Ciclofaixa de Lazer na Zona Sul da capital Paulista. Foto: Carlos Aranha
Ciclofaixa de Lazer é boa solução para os finais de semana. Mas e os outros dias? Foto: Carlos Aranha

Bicicleta é só para o domingo

Afirmar que a sinalização da estrutura de lazer presente na Avenida Paulista constitui-se na regulamentação do uso de bicicletas nessa via é afirmar que ciclistas só são aceitos por ali naquele dia e horário específicos. É endossar o que a sinalização, que cita apenas os domingos e feriados, já deixava nas entrelinhas: bicicleta, por aqui, só para passear. Só no domingo. Durante a semana, o ciclista aqui é um clandestino, um obstáculo ao fluxo que não deveria estar aqui.

Esse posicionamento serve de endosso para o comportamento agressivo de muitos motoristas, que vêem a bicicleta apenas como um equipamento esportivo e de lazer, recusando-se a reconhecê-la – e a aceitá-la – como o veículo que a lei de trânsito garante ser. Além de compactuar com os maus motoristas que cometem atitudes criminosas contra quem utiliza a bicicleta naquela via, o órgão fecha os olhos e lava as mãos para o que acontece ali, omitindo-se de sua obrigação de proteger TODOS os cidadãos que trafegam em suas vias, conforme definido na Lei Federal que regulamenta o trânsito, o CTB.

CET precisa se posicionar

Thiago Benicchio, diretor geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), afirma que o órgão deve se posicionar oficialmente quanto ao uso das avenidas da cidade pelos ciclistas. “Precisa haver uma definição das autoridades de onde a bicicleta deve circular na paulista, mas não podem ficar sem se posicionar claramente sobre o uso de avenidas e também sobre qual faixa deve ser usada pelos ciclistas quando há faixa de ônibus à direita”, declara. “Apenas ‘recomendar’ que não usem é se isentar da sua responsabilidade de organizar o trânsito e de garantir a segurança de todos os usuários”.

Para Benicchio, uma ótima novidade seria “uma ação para estimular de verdade o compartilhamento da faixa de ônibus com o ciclista na Paulista”. E esclarece: “a faixa exclusiva é boa para o transporte público, mas dificulta a circulação do ciclista e reforça a ideia do motorista de ônibus de que a faixa é só dele”.

Ainda em estudo

A CET esclarece que, por enquanto, “não existem projetos concluídos para implantação de faixas exclusivas na Marginal Pinheiros e Avenida Paulista”. E afirma que ainda serão feitos estudos de viabilidade, “que levam em consideração a quantidade de ônibus que circulam pelo local, para verificar a possibilidade de ampliação das faixas e corredores exclusivos para outros locais”. Informações mais detalhadas sobre os novos projetos serão divulgadas apenas após uma análise criteriosa da operação na Marginal Tietê.

Portanto, apesar de estarem negando oficialmente o direito de circulação na pista local da Marginal Tietê ao implementar a faixa exclusiva por ali, ainda terão tempo para pensar melhor no que estão querendo impor aos ciclistas da cidade.

Aumentar a eficiência do transporte público é importante, claro. Mas não ao custo de aumentar o risco de morte para os demais usuários da via.

35 comentários em “CET quer ciclistas fora das avenidas de São Paulo

  1. Não teríamos com que nos preocupar se o que o Prefeito Haddad disse for realmente feito. Ele disse que todo novo corredor de ônibus terá uma ciclovia sendo construída junto.
    Na Marginal foi inaugurada a faixa exclusiva, mas como ela funciona somente em determinados horários vamos considerar que não se encaixaria nesta promessa.
    E na Paulista? Será construída a ciclovia com o corredor de ônibus como prometido?
    Espero que sim, mas descrente disso…

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  2. Não consigo entender esses políticos. O dircurso é sobre qualidade de vida, mobilidade urbana, acessibilidade etc, e quando surgem propostas para que isso efetivamente ocorra, a resposta é que não pode, não dá. Até quando vamos continuar privilegiando o transporte motorizado individual. Se é para trafegar milhares de carro com uma ou duas pessoas dentro, por que não buscar uma solução com ciclovias. Acredito que o espaço ocupado por um carro pode ser perfeitamente substituído por várias bicicletas, em uma velocidade média acima do que se vê hoje em São Paulo.

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    1. Não conseguir entender os políticos ? Acho que o problema é nos entender ! Primeiro, quando acontece esses incidentes, a nossa primeira reação é culpar os outros, primeiro os políticos, mesmo que sejam os verdadeiros culpados, ou o povinho, mal-instruído. O resultado do que está hoje, é a consequência de nossas atitudes no passado. Pedimos que tomem cuidado com as nossas estradas, vias, com nossa saúde, nossa aposentadoria, nosso dinheiro que vai nos investimentos, etc … e nós ? Estamos cuidando que as pessoas ao nosso redor façam as coisas certas, que estamos educando-as a se comportarem direito em prol da comunidade, até mesmo consigo ? É como diz aquele personagem do filme “Jerry McGuire”, Rod Tidwell diz “Ajude-me a ajudar você.”. Nós temos que ajudar os políticos que querem ser ajudados para nos ajudar ! Ajuda neste caso não é dar a mão. É saber que tem alguém olhando o que estão fazendo e contará com a nossa ajuda, o nosso feedback para nortear as ações dele. Quanto melhor atender aos nossos feedback, com certeza, ele entenderá que terá nosso apoio, e assim ajudará cada vez mais, e, por tabela, a nossa aprovação. Para saber que está atendendo os nossos feedbacks, no geral, não é se apaixonar ou se entrar no campo da ilusão destes políticos, é ver a fria estatística. Como estou falando de filmes relacionados a esporte, então vale a menção do “Moneyball”, que é através da estatística que verificamos se há este feedback, o que leva a questão dos SACs, 156, 1188, CET, etc … se não houver este feedback, haverá este descasamento entre as ações dos políticos e as necessidades da população. Portanto, dê feedback, nos SACs, 156s, 1188s, CETs, etc … para os políticos, para os seus colegas, amigos, e familiares. Diga ! Não temos o direito a livre opinião ? Exerça o direito de livre expressão e opinião. Esse é o que precisamos, dar feedback. Esse feedback funciona como pequena punição, em pequenos casos, como forma de combater a impunidade. No nosso caso, quando perceber que estão ultrapassando a menos de 1,5 da gente, use a buzina, a sineta, ou até própria voz, mostrando que está errado, e que se afaste. E sendo pedestre, e encontrar um ciclista pedalando na calçada bem agressivamente, fale para ele ir devagar, e empurrando a bicicleta quando estiver passando entre muitas pessoas, e que peça licença !
      Quando vir carro parado na calçada chame 1188. E, se não houver ninguém olhando, desarrume o espelho, se tiver um pincel atômico, marque um X no vidro dianteiro. Dê FEEDBACK. Dar FEEDBACK é uma forma de dar educação, através de indicações que qualquer pessoa entende, não é preciso campanha publicitária abstrata para isto. É direto, e faz a pessoa pensar.
      Quando quiser atravessar uma rua ou avenida sem sinalização, levante o braço e faça o sinal para atravessar, para os que pararam, dê um sinal de obrigado ou positivo com o polegar. Fazendo isto também irá aprender que tem muita gente que respeita a sinalização, e irá aprender quem para e quem não.
      Dar Feedback é um caminho de ida e volta. De ir e vir.

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  3. Sou Bike Courier, pedalo por sampa de norte a sul, leste a oeste todo dia!!! Uso Avenidas, Marginais… sem receios, porem, com muita responsabilidade e sempre atento ao transito. Bom herança dos tempos que eu andava de moto. Acho sim que para a população como um todo ter rotas seguras ajudaria, vejo diariamente ciclistas que não estão habituados ao transito e isso pode gerar infelizmente acidentes. Acho sim que devemos lutar por direitos mas devemos educar os novos e velhos ciclistas como se comportar no transito. Tenho 34 anos pedalo desde os meus 12 anos, apesar de saber que muito antes disso, muitos já utilizavam a bike como transporte, eu fui educado na adolescência que a bike seria apenas pra lazer, somente na fase adulta tomei consciência e passei a usa-la com transporte e fazer uso da bike hoje para esse fim exige sim preparo, equipamento e respeito ao próximo e as leis vigentes. Não serei hipócrita em dizer que não furo semáforo, que não ando na contra mão ou na calçada de vez em quando, mas quando faço isso minha atenção triplica!!!

    Enfim… hoje postei no facebook algumas informações que não além do que costumamos alegar a todos que somos 1 carro a menos que ocupamos 1 lugar a menos em ônibus, trem ou metro – como:

    Eu pedalo diariamente mais de 70 km por dia e em cima desse km e considerando um automóvel bem regulado e afirmo que por MÊS eu evito que:

    903 kg de Dióxido de carbono (CO2) um dos gases do efeito estufa sejam emitidos;
    4,2 Kg de monóxido de carbono (CO), gás que reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio.
    12,6 Kg de óxidos de nitrogênio (NOx), que irrita olhos e nariz e pode provocar enfisema pulmonar.

    Sustentabilidade ainda é um assunto que nem todo mundo concorda, e que o uso da bike como transporte ajudaria, acho complicado misturar junto aos manifestos recentes esse assunto. Mas se com os manifestos a gente conseguir mudar a forma como nossa cidade é administrada, com certeza com verba em caixa vamos conseguir nossas ciclofaixas seguras e muito mais.

    Parabéns pela matéria!!!

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  4. É mais fácil omitir do que solucionar! A CET tá de brincadeira né? Será que eles não se tocaram ainda que a bicicleta é o meio de transporte mais inteligente que existe, DÁ SAÚDE E NÃO POLUE, precisamos de sinalização e segurança nas avenidas e ruas do Brasil.

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  5. Incrivel receber uma resposta dessa nessa semana. Em que mundo essas pessoas vivem? Será que depois de engolirem os 20 centavos goela abaixo, não aprenderam nada? O que mais eles querem que aconteça para ouvir as vozes das ruas?
    Normalmente não apelo a critica vazia as instituições políticas, mas dessa vez, pelo amor… é muito amadorismo.

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    1. De fato, é amadorismo. Contudo, entendo que é porque há pouca reclamação das pessoas, ou seja, o feedback que recebe por essas atitudes é muito pouca. Se houvesse mais pessoas buzinando nos ouvidos deste pessoal, irão entender que essa postura é errada, estarão aprendendo, e nós educando a CET. Nós nos educamos no processo, pois veremos que o CET não é uma instituição com pessoas obtusas, mas que é uma instituição com poucos recursos: há um tempo mostrou-se em uma das unidades, o estado em que estava o prédio onde trabalhavam. E devo corrigir que estas instituições como CET não é política, é administração pública, não tem nada a ver com a política, partidos, mas sofre diretamente com as ingerências destes.

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      1. Olha Carlos, até entendo que a CET possa estar sucateada. Mas também não acredito que essa resposta seja administrativa, é uma postura política. A velha política de fazer tudo para o fluir dos automóveis. Porque eles não analisam a própria história deles. Em anos de existência, nunca conseguiram melhorar nada, pelo contrário, colocaram mais carros nas ruas, reduziram o espaço dos pedestres e causaram (ou foram cumplices) de mais mortes.

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  6. É uma pena. Estou vendo na televisão o tamanho do engarrafamento em SP. Será que é tão difícil assim perceber que bicicleta é a solução, e não o problema ?

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  7. Eu pego a Vital Brasil e Corifeu td dia… felizmente nao ando na faixa da direita e consigo andar na calcada (a rua nao eh tao movimentada, com excecao das proximidades dos pontos de onibus.

    Acho que o problema eh que os busoes muitas vezes chegam muito rapido… e voce de costas para ele, se torna uma presa facil e muito expostas. Sei que a muitas vezes as calcadas de sao paulo sao muito cheias e nao temos outra escolha que nao a rua. Consegui resolver esse problema desviando da Vital Brasil e indo ‘por dentro’. Nao ha carros e nem pessoas em excesso nessas vias laterais, ha pouco movimento. Dessa forma, consegui sair dessa enrascada que eh ficar na faixa da direita com a certeza que a qualquer momento pode aparecer um onibus em alta velocidade e ameacar a minha vida. Realmente, prefiro ficar entre a segunda e a dos onibus na Vital, quando ha o transito matinal costumeiro nela de aproximadamente 1km todos os dias. Detalhe: A Vital e a Corifeu tem canteiro central (no entanto, ha arvores).
    O que esperar? As vezes, vou de taxi… e do carro noto a quantidade de pessoas que passam de bike. Ha muitas pessoas hoje usando ela em Sao Paulo – e persistindo no uso – ja que na maior parte das vezes ela te torna imune ao transito, o maior problema da cidade de sao paulo…

    Quero uma ciclofaixa na Avenida Corifeu, desde a Eiras Garcia ate a Marginal…. Ha espaco, e, com certeza, sera muito utilizada.

    Abracos

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    1. Juliano, eu pego a Eiras Garcia, a Corifeu e a Vital todos os dias também. Na Eiras o problema é a calçada. Eala simplesmente não existe. Há trechos em que você vê mães de mãos dadas com crianças, andando pela rua pois a calçada, muito pequena, está cheia de lichos ou cheia de barro. Ali, boa parte dela não permitida para estacionamento. Os carros tem só uma faixa pra andar mas muito larga. Daria pra aumentar muito as calçadas e mesmo assim teria o mesmo espaço para os carros. Na Corifeu, pra mim o pior são os motoristas de onibus intermunicipais, os azuis, esses são F*. eu já briguei com alguns. Sei que a gente deveria ser mais calmo e tentar conversar na boa, mas as vezes só sendo budista pra conseguir manter a calma. Outro problema que eu vejo são os motoristas de taxi, esses sempre passam muito perto. Muitas vezes, mesmo a avenida estando vazia, eu acabo subindo na calçada também. Uma ciclovia, ou mesmo uma ciclofaixa, bem sinalizada seria muito bom. Naquela região do Butantan existem muitos movimentos de mobilização popular acontecendo. Movimentos pra criar o parque da fonte, os hortelões urbanos o Movimento do Butantã contra a verticalização predatória, Redes no butantã, já houve um movimento pra evitar a construção do tunel em baixo da Praça Elis Regina, tem a ciclovia da Av. Eliseu de Almeida enfim, acho que algum tipo de mobilização pra melhoras a condição dos ciclistas e pedestres nessas 3 avenidas poderia dar muito certo. Abraço a todos!

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  8. Eu moro aqui na Zn de SP, para ir ate o centro não tem outra forma se não avenidas (tiradentes, braz leme, cruzeiro do sul)
    nao tem ruas ate o centro!
    serio, não tem rua. nao tem como atravessar a marginal sem ser pela avenida.

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  9. Será esse o momento de organizar, via redes sociais, uma grande ou muitas grandes manifestações, durante vários dias seguidos, causando um certo transtorno a cidade, e assim, talvez, conseguir algum avanço? Não sei. Pode ser.

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    1. Pensei exatamente isso. Não sei se o momento seria agora, ja que a gente pode acabar se perdendo em meio a tantos outros protestos, mas acho que chegou a hora de cobrarmos e exigirmos que a CET nos veja, nos considere, nos proteja. Quando fomos até a casa do Haddad, fizemos certo e conseguimos algum comprometimento dele, mas talvez seja o momento de focarmos um pouco mais as reivindicações no orgão que que realmente faz as coisas. Mostrar que queremos e precisamos da CET tanto quanto os carros. Que não é uma questão de nós x eles, mas sim de nós + eles, pois, por incrível que pareça, eu ainda acho que eles pensam que nós cagamos pra eles (tipo “não to de carro mesmo, minha bike (ainda???) nem tem placa”) e não entendem que queremos a ajuda deles.

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      1. O negócio é fazer sempre. Use o 1188 para ajudarem eles a fazer um transito melhor, e melhorar a mobilidade. Com certeza chamar 1188 para retirar um carro parado na calçada irá ajudar na mobilidade dos pedestres. Nós ajudamos a CET a nos ajudar a ter uma transito e mobilidades melhores.

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        1. É como essas mãozinhas indicando positivo e negativo. Essas mãozinhas são os feedbacks que damos para a CET, a aprenderem a agir de acordo com a demanda que os usuários das vias desejam. Se não houver uma quantidade apreciável destas mãozinhas, com certeza, a CET vai entender são apenas alguns descontentes e há outras demandas de pesquisas que são mais prioritários. Por que acha que estes movimentos estão surtindo efeito ? Justamente pela quantidade e expressão. Veja por exemplo o SAC da prefeitura, normalmente em toda São Paulo, são de 30 a 40 mil solicitações pulverizados em centena de solicitações que são distribuídos entre vários órgãos, o que torna o feedback bem pobre para os órgãos públicos. Se houvesse um movimento do facebook para fazer solicitação para CET no SAC, creio que faria o mesmo efeito que uma grande manifestação. E sem os efeitos colaterais de vandalismo, depredação do patrimônio público. Como a inclusão digital brasileira é uma piada se pensar em termos de administração pública, muitos anos longe do governo eletrônico do Chile, teremos um longo caminho a percorrer aqui. Contudo, se houver uma massiva solicitação nestes serviços através da divulgação do facebook, creio que obrigaremos os governos municipais a atualizarem o serviço, como é o contraparte da CET, CPTM, … Temos também que aprender a usar melhor os serviços disponíveis de feedback disponíveis para nós.

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  10. Ola,

    Pergunta:

    Após o papo com o prefeito, ficou agendado algum reencontro? Essa resposta deve ser levada à prefeitura.

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