Hadbikes na Bicicletada Inclusiva 2013. Foto: Rachel Schein

Bicicletada Inclusiva 2013 levou bicicletas adaptadas para a Av. Paulista

Parte da Virada Inclusiva, passeio levou pessoas com e sem deficiência para pedalarem juntas na Av. Paulista, em São Paulo. Veja fotos e vídeo.

Bicicleta Inclusiva levou pessoas com e sem deficiência para pedalarem juntas na Av. Paulista. Foto: Rachel Schein
Bicicleta Inclusiva levou pessoas com e sem deficiência para pedalarem juntas na Av. Paulista. Foto: Rachel Schein

Entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro aconteceu em São Paulo a quarta edição da Virada Inclusiva, um evento nos moldes das Viradas Cultural e Esportiva que reuniu pessoas com e sem deficiência em uma avalanche de atividades das mais variadas. E uma delas foi a Bicicletada Inclusiva, que o Vá de Bike apoia desde sua primeira edição, em 2012.

“Não é só para pessoas com deficiência, mas para todos, porque a ideia justamente é trazer e levar o discurso da inclusão”, conta Marcio Bustamante, da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, um dos organizadores do evento. Parque Villa Lobos, Memorial da America Latina, várias unidades do SESC, praças e ruas de São Paulo foram alguns dos locais escolhidos para as atividades.

A Praça do Ciclista foi o local de encontro para a Bicicletada Inclusiva, no domingo 1/12. A organização providenciou bicicletas adaptadas da Dream Bike e também contou com o empréstimo de bikes pessoais de ciclistas, para que mesmo quem não tivessem bicicleta pudesse participar. Cerca de 150 pessoas participaram do passeio, que contou com diversos apoiadores.

Nem o tempo fechado desanimou os participantes. Foto: Rachel Schein
Nem o tempo fechado desanimou os participantes. Foto: Rachel Schein

Acessibilidade para todos

Valdir Gonçalves: "acessibilidade não é somente rampa". Foto: Rachel Schein
Valdir Gonçalves: “acessibilidade não é somente rampa”. Foto: Rachel Schein

“Acessibilidade não é somente rampa, a gente precisa ter acesso à cultura, a lazer, a informação”, diz Valdir Gonçalves, participante da Virada. Valdir fez uma observação sobre a uma das estátuas da exposição Mônica Parade, que estava na esquina da rua Bela Cintra com a Av. Paulista, quase na Praça do Ciclista: “a gente não consegue tirar foto com a Mônica, porque não conseguimos chegar até ela”. A observação foi feita em tom bem humorado, mas serve de alerta. E quanto ao transporte público, afirma: “pode até ter acessibilidade dentro dos trens e metrô, mas o problema é chegar até eles”.

Valdir treina a 8 km de distância da sua casa, mas conta que pra chegar até lá depende de condução ou até mesmo do  carro. “Eu utilizo a handbike, que é uma bike adaptada a pessoas com deficiência. Eu gostaria de utilizar mais a bike [para deslocamentos na cidade], mas infelizmente acabo tendo uma locomoção bem restrita, porque não temos ciclovias”.

A preocupação com a necessidade de ciclovias é principalmente pelo fato de ficarem mais baixos e não conseguirem ser vistos pelos motoristas ao compartilhar as ruas. Por isso, muitos usam uma bandeirinha para ajudar na sinalização.

Edson Santi: "a cidade ainda não é confiável" para se locomover com uma handbike. Foto: Rachel Schein
Edson Santi: “a cidade ainda não é confiável” para se locomover com uma handbike. Foto: Rachel Schein

“A cidade ainda não é confiável”, opina Edson Santi, que só consegue se locomover de bicicleta quando tem algum evento. No dia a dia, conta que  é muito difícil acreditar que o motorista vai zelar por ele, mesmo com a bandeirinha.  “Acredito que se tivesse mais ciclofaixas, ciclovias e diminuição da velocidade a gente teria uma chance de estar andando e não se preocupar tanto com o movimento de carros”, completa.

A importância do evento

Segundo o IBGE, em 2010 havia 45,6  milhões de pessoas com deficiência no Brasil. São Paulo é a cidade que concentra a maior parte delas. Segundo o mesmo Censo, são 2,8 milhões na capital paulista, que precisam se locomover todos os dias para estudar, trabalhar e se divertir – um número maior que a população total de Salvador (2010), a terceira maior cidade do país.

Não é pouca coisa. Por isso, o evento traz à pauta a discussão sobre a necessidade de inclusão e acessibilidade para esse contingente de cidadãos.

Na Bicicletada Inclusiva, pessoas que nunca tinham andado de bicicleta puderam ter o prazer de experimentar essa sensação. Veja mais no vídeo que gravamos durante a pedalada:

Veja também a nossa galeria de fotos!

6 comentários em “Bicicletada Inclusiva 2013 levou bicicletas adaptadas para a Av. Paulista

  1. Entendo o problema da divulgação, que acho que pode ser divulgado por nós nas redes sociais. O que sinto falta, é a cobertura, do evento, para ver o feedback. Talvez fazer um braço no Facebook, Twitter, ….

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  2. Ótima iniciativa, mas poderia ter sido melhor divulgado. Conheço uma pessoa que anda de handbike que com certeza teria participado do evento se soubesse com antecedência.

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