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Bicicleta ocupa as quatro primeiras colocações no Desafio Intermodal de Fortaleza

O trajeto de 8,4 km foi realizado em 20 minutos em bicicleta, com custo total de R$ 0,28 no deslocamento e zero emissão de CO². Veja as notas de cada modal.

Os "ciclistas rápidos", que chegaram primeiro no Desafio de Fortaleza (apenas um dos tempos foi considerado para a categoria). Foto: Ciclovida/Divulgação
Os ciclistas que chegaram primeiro no Desafio de Fortaleza, na categoria “bicicleta rápida”. Outras três categorias com bicicletas se seguiram a essa no resultado geral, incluindo uma cargueira. Foto: Ciclovida/Divulgação
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A bicicleta é o veículo mais eficiente em deslocamento urbano em 2014, segundo dados do Desafio Intermodal realizado pela Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida) na noite de terça-feira, 23 de setembro.

Levando em consideração tempo, custo total e emissão de CO2, a bicicleta foi a vencedora com nota 9,97. O trajeto de 8,4 km entre a Praça da Imprensa (Aldeota) e a Praça Jonas Gomes de Freitas (São Gerardo) foi realizado em 20 minutos, com custo total de R$ 0,28 no deslocamento e zero emissão de CO². Em segundo ficou a bicicleta elétrica, com nota 9,58, em terceiro a bicicleta urbana, com 9,42, e em quarto, a cargueira, com nota 9,02.

O diretor-presidente da Ciclovida, Celso Sakuraba, explica como o índice é obtido. “Há sempre um modo de deslocamento com nota 10 e um com nota 0, que representam o pior e o melhor nessa categoria (o que gasta mais tempo; gera mais custos; o que emite mais CO²). A nota dos demais é tomada com base nisto. A média considera as “notas parametrizadas” em cada categoria (tempo, custo, emissão).”

O último lugar ficou com o táxi, que recebeu nota 2,01 e ficou atrás mesmo até mesmo do carro (3,75). O motivo foi o alto custo de deslocamento do passageiro, R$ 29,20. No caso do carro, o custo total foi de R$ 14,80, o terceiro maior. Para chegar a esse valor, são levados em consideração gastos direto e indireto, sendo o primeiro o custo imediato do deslocamento (gasolina do carro, preço do táxi etc). O indireto se refere aos custos necessários para a utilização do modo de deslocamento, mas que não são gastos no momento do deslocamento. O carro, por exemplo, requer gastos de manutenção, que não são contabilizados diretamente no seu deslocamento, mas que são um pressuposto para a utilização do carro.

No total foram avaliados treze diferentes meios de locomoção, sendo a bicicleta a que obteve mais variantes: rápida, elétrica, urbana, cargueira e dobrável.

Foto: Rachel Schein
Em São Paulo, Desafio Intermodal também teve bicicleta como melhor opção de deslocamento urbano – veja aqui. Foto: Rachel Schein

Avaliação

Para o diretor-presidente da Ciclovida, o resultado do Desafio Intermodal é uma quebra de paradigma quanto às vantagens e desvantagens do uso do carro. “Tido como a opção padrão de muitos brasileiros, o carro provou-se uma das piores opções de deslocamento urbano”, diz. “Por outro lado, a bicicleta, considerada por muitos como um veículo inadequado para uso na cidade, aparece entre as mais rápidas, as menos poluentes e as mais econômicas.”

Para Sakuraba esses dados vão auxiliar o poder público a decidir suas prioridades ao realizar ações no âmbito da mobilidade. “Enquanto a prefeitura de Fortaleza tem como foco o uso do veículo motorizado individual, o resultado do Desafio Intermodal demonstra que esta não é a melhor opção para a cidade. Primeiro, por ser um modo de deslocamento altamente poluente, e segundo porque exige alto investimento do cidadão para realizar seu deslocamento. Por fim, o incentivo ao carro é uma medida inócua, pois joga o cidadão para um veículo que, afinal, o fará passar mais tempo no trânsito”.

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