A obra no trecho que liga o Viaduto Antártica à ciclovia da Av. Sumaré.

São Paulo ganha ciclovia em mais um viaduto, dessa vez na Zona Oeste

Ciclovia no canteiro central do Viaduto Antártica será conectada à estrutura existente na Av. Sumaré, protegendo quem utiliza a bicicleta na região.

Ciclovia será construída no canteiro central, como continuação da estrutura já existente na Av. Sumaré.
Ciclovia será construída no canteiro central, como continuação da estrutura já existente na Av. Sumaré.

A Prefeitura de São Paulo iniciou essa semana as obras de uma ciclovia no canteiro central da Av. Antártica, próxima ao Shopping West Plaza, na Zona Oeste da capital Paulista. Com 1,2 km de extensão, ela estenderá a ciclovia existente na Av. Sumaré através do Viaduto Antártica, chegando até a Av. Marquês de São Vicente, permitindo uma travessia segura por sobre a linha do trem a quem se desloca de bicicleta na região.

O canteiro central está sendo alargado e reformado para conter a ciclovia, que será bidirecional. A obra é uma “medida mitigadora” de tráfego, ou seja, um contrapartida da iniciativa privada pela construção de um empreendimento imobiliário que irá aumentar o congestionamento na região. Saiba mais sobre ciclovias como medida de compensação viária em São Paulo.

A adaptação de pontes e viadutos é uma medida de grande importância para a segurança dos cidadãos que utilizam a bicicleta para se deslocar. Essas estruturas, que deveriam ser de ligação, hoje segregam quem não utiliza um veículo automotor, desestimulando e impedindo que as pessoas que moram além das pontes possam se deslocar até o centro expandido em bicicletas de forma segura.

A obra no trecho que liga o Viaduto Antártica à ciclovia da Av. Sumaré.
A obra no trecho que liga o Viaduto Antártica à ciclovia da Av. Sumaré.

Sinalizar e reformar pontes é essencial

Milhares de ciclistas precisam cruzar diariamente as pontes paulistanas. E a maneira como foram construídas, servindo de alça de acesso para vias de alta velocidade ou como ligação entre elas, coloca em risco qualquer pessoa que não esteja em um veículo automotor.

O motivo do risco é bastante claro. O ciclista vem por uma avenida principal, quando de repente “surge” uma nova faixa à sua direita, com veículos entrando em alta velocidade. E isso justo no momento em que começa o ciclista começa a subida e sua velocidade, por consequência, diminui.

Mesmo após passar por essa entrada (ou ainda que não exista um acesso na entrada da ponte) o risco continua sobre a estrutura, pois a velocidade da bicicleta diminui cada vez mais em razão do aclive. E os motoristas, que vêm em alta velocidade, vêem a ponte como uma extensão da via de onde vieram e tentam manter a velocidade que imprimiam anteriormente. O ciclista passa a ser visto então como obstáculo e não raro ocorrem ameaças e agressões que colocam sua vida em risco, como finas e fechadas que podem terminar em tragédia.

Mais adiante, quando tem início a descida, o risco continua, agora com os motoristas que embalam na descida ou que querem chegar a alguma saída ou acesso na direita, no final da ponte. Muitos não têm paciência com o ciclista e o fecham descaradamente, sem se importar que essa atitude pode causar um atropelamento lateral com consequências gravíssimas. Outros aceleram para assustar quem está na bicicleta, não raro colando em sua traseira ou passando a centímetros do guidão.

Construir estrutura e sinalização que permitam a travessia segura de ciclistas é uma medida importantíssima e que evita atropelamentos, que não raro resultam em morte ou, em muitos casos, em sequelas que acompanharão o ciclista para o resto da vida, em incidentes que invariavelmente ferem apenas um dos envolvidos: o mais frágil.

Possível extensão

Mais adiante, continuando pela Av. Ordem e Progresso, está a Ponte do Limão, que junto com outras 27 pontes paulistanas tem previsão de ciclovia (veja aqui). Portanto, é grande a chance de nos próximos meses termos mais uma extensão desse eixo cicloviário até a ponte que cruza o Rio Tietê. Avaliando o mapa das ciclovias implantadas, é possível perceber que a continuação dessa ciclovia para além da ponte pode servir de ligação com a estrutura da Av. Engenheiro Caetano Álvares, permitindo cruzar o rio com segurança e interligando essa ciclovia da Zona Norte, hoje isolada de todas as demais, à malha que já cobre uma grande área nas zonas Oeste, central e Sul.

Seria importante termos essa ligação concretizada ainda nessa gestão, pois a bandeira eleitoral de alguns candidatos no próximo ano será justamente encerrar a expansão das ciclovias, talvez até com sua retirada em algumas regiões da cidade.

Mapa

No mapa abaixo, retratamos em verde o trecho em construção e em roxo uma possível ligação futura com a Engenheiro Caetano Álvares. Em vermelho, a malha atual.

As pontes que receberão ciclovias

Ciclistas na Ponte Vitorino Goulart da Silva, uma das que receberão ciclovia já na primeira etapa. Foto: Willian Cruz
Ciclistas na Ponte Vitorino Goulart da Silva, uma das que receberão ciclovia já na primeira etapa. De acordo com a imagem do projeto fornecida pela CET, a ciclovia será instalada exatamente onde os ciclistas estão pedalando (sentido Interlagos). Foto: Willian Cruz

Primeira Etapa (em andamento)

A primeira fase consiste em projetos para pontes que requerem apenas pintura e obras de pequeno porte:
  • [Pronta - veja aqui] Viaduto Domingos Franciulli Neto (General Milton Tavares de Souza) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no acostamento, na lateral do sentido Rodovia Fernão Dias
  • [Pronta - veja aqui] Ponte Presidente Jânio Quadros (Vila Maria) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional central
  • Ponte Júlio de Mesquita Neto (Pompéia) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional central
  • Ponte Vitorino Goulart da Silva - Sobre o Rio Pinheiros, passarela com ciclovia bidirecional, na lateral do sentido Interlagos

Segunda Etapa (em andamento)

Projetos para pontes que requerem obras civis de maior porte:
  • Ponte Doutor Miguel Arraes (Aricanduva) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no canteiro central
  • [Pronta - veja aqui] Ponte Flávio Cavalcanti (Vila Guilherme) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no canteiro central
  • [Pronta - veja aqui] Ponte Cruzeiro do Sul - Sobre o Rio Tietê, ciclovia unidirecional central em ambos os sentidos
  • [Pronta - veja aqui] Ponte das Bandeiras - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional sobre o passeio, na lateral do sentido Santana
  • [Pronta - veja aqui] Ponte Jornalista Walter Abraão (Casa Verde) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional sobre o passeio, na lateral do sentido Centro
  • Ponte Adhemar Ferreira da Silva (Limão) - Sobre o Rio Tietê, ciclovia bidirecional no canteiro central
  • [Pronta] Ponte Remédios - Carmen Fernandes Neves - Sobre o Rio Tietê, ciclovia unidirecional central em ambos os sentidos
  • Ponte Jurubatuba - Sobre o Rio Pinheiros, passarela com ciclovia bidirecional central

Próximas pontes (em estudo)

Além destas, outras pontes continuam em estudos técnicos, buscando soluções para implantação de ciclovias:
  • Ponte Imigrante Nordestino - Sobre o Rio Tietê
  • Ponte Deputado Ricardo Izar (Tatuapé) – Sobre o Rio Tietê
  • Complexo Viário Prefeito Olavo Egydio Setúbal (Anhanguera) – Sobre Rio Tietê
  • Ponte Engenheiro Ary Torres – Sobre o Rio Pinheiros
  • Ponte Octávio Frias de Oliveira (Estaiada) – Sobre o Rio Pinheiros
  • Ponte Caio Pompeu de Toledo (Morumbi) – Sobre o Rio Pinheiros
  • Ponte João Dias – Sobre o Rio Pinheiros
  • Ponte Transamérica – Sobre o Rio Pinheiros
  • Ponte Freguesia do Ó - Sobre o Rio Tietê, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Centro
  • Ponte do Piqueri - Sobre o Rio Tietê, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Bairro
  • Ponte Hirant Sanazar (Jaguaré) –Sobre oRio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional entre as pontes
  • Ponte Cidade Universitária - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional ao lado do sentido Bairro
  • Ponte Eusébio Matoso - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional ao lado do sentido Bairro
  • Ponte Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo (Cidade Jardim) - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Bairro
  • [Pronta] Ponte Laguna - Em construção sobre o Rio Pinheiros
  • Ponte Santo Dias da Silva (Socorro) - Sobre o Rio Pinheiros, construção de ciclopassarela bidirecional na lateral do sentido Bairro.

14 comentários em “São Paulo ganha ciclovia em mais um viaduto, dessa vez na Zona Oeste

  1. Nada contra construção de novas ciclovias, mas seria essencial a preocupação com a manutenção das existentes. Coisa que não acontece lamentavelmente

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  2. Olá!
    No dia 22/07/2016 ao passar pelo Viaduto Antártica, 2 moleques me fecharam numa bicicleta e disseram: É o seguinte, perdeu, me dá a bicicleta. Respondi: Vagabundo, desgraçado, eu tô armada e vou acabar com a tua vida. Após eu apontar a minha arma não letal, eles fugiram.
    Resumindo: está perigoso andar de bicicleta nesta ciclovia, que aliás é muito boa. Tenham cuidado!

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  3. O foco está sendo dado a ciclovias para distâncias extremamente longas, enquanto isso a utilização mais básica da estrutura que já existe na região central está sendo negligenciada. A “ciclovazia” da Caetano Álvares serviu apenas para alimentar conflitos desnecessários. O miolo do bairro é pouco movimentado e possui ruas largas. É possível ir da marginal até a Avenida Imirim cruzando apenas bairros residenciais agradáveis.

    Já pela avenida o caminho é estressante, muito feio e ainda por cima perigoso. Não sei da onde tiraram a ideia que cruzar mega-segmentos de quase 1km beirando um córrego é uma boa opção.

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  4. A ideia implantada em si, muito legal, diminuíra acidentes, mas projeto mal feito e mto mal executado, prejudicando totalmente o trânsito pra quem vem em sentido shopping West Plaza, sem contar que poder estar prejudicando totalmente a estrutura da ponte quando se tem um fluxo mto maior de um lado, onde os carros passam.

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    1. A mesma falácia de qdo implantaram as faixas e os corredores de ônibus.

      A começar: a unica coisa que prejudica o transito são os proprios carros. O excesso deles, simples assim.

      A cidade tem mais de 17.000km de vias pavimentadas. Com o tempo, o transito se ajusta.

      O que não dá, é usar isso como desculpa para dizer que o projeto é mal feito, que é isso, aquilo e bla bla….

      A cidade foi desenhada para carros. Não dá para fazer corredores e ciclovias sem tirar espaço de pedestre ou de carros. Não há mágica.

      A rua é de todos.

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    2. Verdade maria, o projeto é mal feito mesmo, eles não entendem nada de cotas, projeto no CAD, modulo elastico do concreto, fadiga, momento fletor…. Quem manja é vc né…

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  5. Com tanto estudo sobre essas ciclovias nas Pontes que estão sobre a Marg. Tiete, será que um dia a própria marginal tiete terá uma ciclovia, igual a Marg. Pinheiros? 🙂

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  6. Pelo amor de deus…A imbecilidade no projeto é tão tosca que ninguém merece!
    Vc tem viaduto bairro/centro com 3 faixas, do outro lado no sentido centro/bairro com 4faixas…aonde escolheram para fazer a ciclovia? na de 3!!!!

    o que ta acontecendo as 18h00 pela primeira vez na historia desse país? o viaduto sentido bairro centro ter mais transito do outro lado!

    parabens pela incompetência!

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  7. Eu moro perto da Ponto Julio de Mesquita, já deve fazer um ano que tem uma “plaquinha” informando Ciclovia em implantação, e até agora nada. rs, No final da ponte do lado do Limão, já tem até um semáforo de ciclista instalado mas desligado. Sobre o próximo prefeito, dependendo de quem ganhar as eleições ano que vem, não duvido que algumas ciclovia (ciclofaixas) sejam removidas…

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  8. Observei que a maioria das ciclovias em construção se concentram na zona leste e norte, faz muito sentido pois o maior contingente de pessoas da cidade que usam metro/ônibus/carro para se locomover até o centro partem de lá ….parabéns o nosso atual prefeito que deu uma passo gigantesco, são paulo precisava dessa mudança de visão, de hábito, etc ….

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  9. Pedalo pela ciclovia da Caetano Álvares todos os dias, realmente faz falta alguma interligação que atravesse a ponte.

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