Carros parados no congestionamento da R. Honduras, no meio da tarde, antes de cruzar a Av. 9 de Julho. Foto: Willian Cruz

Passar pelo congestionamento como se não fosse nada

Os congestionamentos nas grandes cidades não têm mais dia e nem horário. E os ciclistas assistem isso do alto do selim, sem se atrasar.

Cena de uma tarde como outra qualquer em São Paulo. O ciclista assobia pedalando, os motoristas buzinam parados.

“Eu transito, você congestiona”. A frase, da ciclista Márcia Prado, me vem à cabeça com frequência cada vez maior quando pedalo nas ruas de São Paulo. Essa foto foi tirada por volta das 17h (teoricamente fora do horário de pico), em uma rua menor, ao lado de uma praça (que teoricamente deveria ter menor tráfego).

Os congestionamentos nas grandes cidades não têm mais dia e nem horário. Se tornou comum aos finais de semana e em alguns lugares já temos trânsito parado até na madrugada.

Os ciclistas assistem isso do alto do selim, sem se atrasar por causa dos engarrafamentos. O tempo de bicicleta é sempre o mesmo, com congestionamento ou sem, com chuva ou com sol. Se houver algum atraso, será de 5 ou 10 minutos, não 50 ou uma hora.

Quando tirei a foto acima, eu passava assobiando em meio aos carros parados, feliz porque ia encontrar minha esposa para fazer mais um ultrassom do bebê (hoje uma menininha linda) e sabendo que não iria me atrasar. Os motoristas buzinavam raivosos, estacionados em plena rua, sem saber quanto tempo mais perderiam no trajeto.

E a culpa é sempre do motorista da frente: afinal, só o carro dele ocupa espaço, o meu não. Quase todo mundo ali chegou estressado em casa, provavelmente até o cara do carrão que aparece na foto. Muitos descontaram na esposa, nos filhos ou, quem sabe, em alguém atravessando a rua.

Depois ainda me perguntam por que, depois de tantos anos dirigindo, resolvi vender o carro e adotar a bicicleta. O principal motivo é que prefiro chegar com um sorriso no rosto. Veja os outros aqui.

Atenção: só passe no corredor entre os carros quando eles estiverem parados. Saiba mais aqui.

23 comentários em “Passar pelo congestionamento como se não fosse nada

  1. A culpa é sempre do motorista da frente ou do poder público – é um fator externo sobre o qual ele não tem controle que causa o trânsito e as mazelas do seu dia a dia. O motorista lava suas mãos pra depois enfiar na buzina!

    Thumb up 0 Thumb down 0

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *