Sobre o uso dos textos do Vá de Bike

Alguém sempre me pergunta se pode usar os textos do Vá de Bike em algum outro site (isso quando não usam sem avisar e tenho que ir atrás). Por isso resolvi, esclarecer o que pode e o que não pode em relação aos textos publicados aqui. Por favor, leia antes de copiar.

Quase toda semana aparece alguém perguntando se pode usar os textos do Vá de Bike em algum outro site cheio de banners, o que acaba por rentabilizar em cima do meu trabalho sem me pagar nada. Isso quando não saem usando sem avisar, eu descubro, tenho que ir atrás e a pessoa ainda se ofende quando eu peço para retirar do ar. Então resolvi esclarecer aqui, de uma vez por todas, o que pode e o que não pode em relação aos textos que escrevo.

Quando chega um e-mail pedindo para usar os textos, já tenho certeza: o que vão me oferecer em troca é um maravilhoso crédito no final do artigo, com um link pro Vá de Bike que ninguém vai clicar. Afinal, se já leu o texto todo, vai clicar pra quê? Pô galera, assim não dá! Preciso pagar o aluguel e infelizmente eles não aceitam colocar uma plaquinha com o nome da imobiliária aqui na porta do apartamento.

Teve até um site conhecido, que é parte de um portal famoso e se diz um dos quatro melhores do segmento em que atua, que já me fez essa oferta indecente. Queriam usar todos os textos que saíssem aqui e como pagamento colocariam meu nome como autor. Aham… Quando eu respondi que poderíamos fazer um acordo comercial de uso dos textos, não responderam mais. E olha que eu nem falei em valores, porque tinha certeza que não iriam topar nem que fosse por dez reais!

Acho que vou ter que deixar de ser educado e começar a responder como o Di Vasca.

Pesquisa extensa

Os textos publicados no Vá de Bike levam TEMPO para serem escritos. Eu não levo o laptop para o banheiro e resolvo em dez minutos. Tem vezes que eu passo um dia inteiro escrevendo um único texto! Raramente perco menos de uma hora para publicar uma notícia qualquer. Mesmo no post anterior a esse, o vídeo da corrida de crianças, eu fui pesquisar para descobrir que vídeo era aquele, que bicicleta era usada e falei um pouquinho sobre isso. E descobri outras coisas mais, que acabei considerando pouco relevantes para entrar no texto. O ponto é que nada sai assim, em um espirro. Já para copiar, bastam os tais dez minutos.

Cena comum: dezenas de programas, janelas e abas abertos ao mesmo tempo. Centenas de links, e-mails, referências e anotações que podem ou não virar um artigo, dependendo da disponibilidade de tempo para escrever. Noites viradas, fins de semana perdidos. Já deixou de ser um hobby faz tempo: o nome disso é trabalho. E merece ser remunerado, não copiado.

O Vá de Bike não trabalha no varejo. Eu poderia fazer o mesmo que vários outros sites fazem: acompanhar meia dúzia de sites do segmento no Brasil e no exterior e replicar o conteúdo legalzinho que encontrasse, colocando um link “via fulano” no final (geralmente, sem nem entender do que se trata). Mas é justamente esse um dos diferenciais deste site.

A maioria dos textos que escrevo são resultado de pesquisa extensa. A retrospectiva de 2011, por exemplo, é um texto no qual já gastei cerca de 10 horas de trabalho – e ainda estou no mês de maio. Acabei não publicando e nem sei se publico, porque já perdeu o timing e ainda vou levar umas 14h para terminar o texto, compensa mais escrever três outros usando esse tempo.

Faço o maior esforço para não escrever nenhuma bobagem. Não escrevo em cima de achismos, de um “lembro de ter ouvido falar”. Se eu não encontrar a referência, não escrevo. Se eu não souber do que estou falando, não me arrisco. Se eu suspeitar que posso estar enganado, vou atrás me informar antes e se for o caso nem publico (se até o que eu tenho certeza eu vou atrás buscar fontes, imagina o que eu não conheço tanto assim). Há casos em que, durante a pesquisa, percebo que estou enganado e desisto de escrever o texto. Ganho um aprendizado e perco horas preciosas, que deveriam ser usadas para ganhar um dinheiro que é necessário para pagar minhas contas, mas trabalho sério nessa área funciona assim (embora muita gente não saiba).

Não fosse assim, esse site não teria se tornado referência sem precisar gastar até hoje um centavo em publicidade. O marketing do Vá de Bike é feito por quem lê seus textos, por quem gosta das análises, por quem acredita que o site presta um serviço de qualidade que merece ser divulgado.

Por que essa “bobagem” me incomoda tanto

Quem republica um texto copiado sempre ganha de forma injusta. Visitantes que poderiam ler a matéria original acabam lendo a cópia. Com isso, o site que copiou o conteúdo ganha com visitação, que pode ser revertida em remuneração através de banners. Ganha em tornar seu site conhecido, pois a página com o texto copiado acaba sendo divulgada em paralelo e mais gente conhecerá o site que o copiou do que se não tivesse sido feita a cópia. Ganha em imagem, porque um site com um bom texto ganha credibilidade, mesmo que o texto seja de terceiros.

Quem tem seu texto copiado sempre perde. Visitantes que poderiam ler a matéria original acabam lendo a cópia. Com isso, o site que teve seu conteúdo copiado perde visitação, que pode ter sido revertida em remuneração através de banners. Perde pois seu site terá uma oportunidade um pouco menor de ser conhecido, já que a página com o texto copiado acaba sendo divulgada em paralelo e haverá quem entre apenas no site que o copiou. Perde em imagem, porque a credibilidade que ganharia se o visitante viesse ao site original acaba sendo transferida ao site que publicou a cópia.

Quem copia, rouba. Rouba não só as letras, as palavras, mas rouba visitação, remuneração, imagem, credibilidade. Por menor que seja o valor da remuneração perdida, por menor que seja a visitação subtraída, por menores que sejam os ganhos de imagem e credibilidade de quem copiou, serão sempre ganhos injustos, sem nenhuma contrapartida.

Estou agora buscando apoiadores para o Vá de Bike. Até hoje, só quem ganhou alguma coisa com os textos publicados aqui, ainda que tenham sido uns poucos centavos, foi quem os copiou para publicar em sites monetizados através de banners. Como não ficar incomodado?

Mas tem textos e ações que merecem ser divulgados! Como fazer?

Ok, tem muitos textos que, pela causa que abordam ou pela ação à qual convocam, são interessantes de divulgar. Quanto mais a mensagem se espalhar, melhor para todo mundo.

Textos escritos com o objetivo de divulgar ações de interesse público podem sim ser copiados. Mas é muito importante deixar bem claro, no início do conteúdo, de onde veio o texto, com link para a página original na parte onde sublinhei. Veja aqui quais são essas exceções e as regras para fazer isso. Não façam como esse site fez (veja o original aqui). E olha que é gente que está ganhando pra isso, em um site que tenta ser referência no segmento e está dentro de um portal que tem um nome a zelar. Que coisa feia!

Textos que não sejam chamadas para ações NÃO PODEM SER COPIADOS. Lamento. Por melhor que seja o texto. Sinto muito. É o meu trabalho. Você não viria lavar minha louça, não iria ao banco para mim, não faria minhas compras no supermercado, então por favor não use meu texto. Não ganhe dinheiro, visitas, moral ou o que quer que seja usando de graça o que eu ralei para escrever.

Mas não desanime! Se você quiser MESMO usar o texto no seu blog, no seu site comercial ou onde for, ainda há uma maneira que acaba por ser vantajosa para ambos. Você pode usar até DOIS PARÁGRAFOS do texto, seguidos de um link “continue lendo no Vá de Bike” que leve para a matéria original (veja aqui as regras para fazer isso). Assim você consegue tocar no tema no seu site sem surrupiar a visitação do meu e recompensando o autor por esse uso com a visitação e o reconhecimento do leitor. E ainda gera conteúdo (ainda que parcial), visitas e comentários no seu site sem nenhum custo. Todo mundo fica feliz.

Atenção: dois parágrafos são DOIS parágrafos! Não são dez, nem cinco, nem três: são DOIS. Um, dois. Levante o indicador e o dedo médio e conte: dois. É a quantidade de texto que você pode usar, com o link “continue lendo” apontando para a matéria original aqui no Vá de Bike.

Preciso ser assim específico a ponto de parecer imbecil, porque há sites que me pediram para usar os textos, eu pedi que usem DOIS parágrafos e mesmo assim estão usando meia dúzia. Por favor, né gente? Eu poderia simplesmente proibir e ir na justiça buscar meus direitos quando visse alguém copiando sem autorização, mas até agora tenho preferido sempre conversar, mesmo que isso me tome um tempo enorme que poderia ser usado para escrever novos textos.

Tenho sido educado, mas vou ter que começar a ser grosso. E se eu começar a levar mais tempo fazendo isso do que eu levaria conversando com o meu advogado, vou ter que passar a ir atrás de quem está fazendo isso, assim pelo menos eu consigo alguma remuneração pelo tempo que tenho que perder com isso, mesmo que demore um pouco para sair.

Se você quer mesmo replicar o conteúdo do Vá de Bike no seu site, envie um e-mail e vamos conversar. Tenho certeza que podemos chegar em um acordo comercial de fornecimento de conteúdo que não vá esfolar seu orçamento.

Há por exemplo, uma grande empresa desse setor que contratou textos meus para veicular no site e em outras mídias. Deu certo para mim, para eles, não cobrei caro e tenho certeza de estarem satisfeitos, com um retorno em imagem e divulgação espontânea que tem compensado em muito o valor investido.

Agradeço a compreensão! 🙂

22 comentários em “Sobre o uso dos textos do Vá de Bike

  1. Meu amigo, você tem toda razão, escrever um bom texto realmente leva tempo… dá muito trabalho. É mais do que justo ser no minimo educado e entrar em contato para dar os créditos se não financeiros o que paga as contas, poderia então dar o reconhecimento literário.
    O justo é algo que estamos sempre esperando…

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  2. já usei vários textos do Willian (adoro todos) e não ganhei nada por isso! tenho um grupo no Facebook e lá eu posto e comentamos e etc….. continuo sem grana e sem banners e curtindo o Vá de Bike!
    Roubar textos não vale né!!!!!!!!!!!!!

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  3. Bom dia, Willian.

    Só hoje li este seu artigo sobre cópias indfevidas do site. Eu acredito no que você faz e no que você citou como exemplos neste texto como formas de se atuar perante esse desrespeito autoral.

    Eu leio frequentemente o site http://www.espiritooutdoor.com, sobre assuntos relacionados a atividades esportivas. Eles têm um sistema que não permite a seleção de texto nem a cópia do mesmo. É muito interessante, pois ao se tentar isso logo aparece uma mensagem solicitando respeito ao conteúdo autoral. Acho que seria uma boa oportunidade de você entrar em contato, trocar umas idéias e, se for o caso para ti, proceder de forma semelhante.

    Desejo a você boa sorte nisso tudo e um bom trabalho. E muito obrigado pelo zelo na nossa questão ciclística e cicloviária.

    Um grande abraço.

    Luciano
    lucianoscartezini@gmail.com

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  4. Viva Willian deixe me cumprimentar e elogiara o seu cantinho dedicado aos ciclistas e do qual fiquei fã. Estive a lêr o seu texto sobre plagio dos textos que o amigo escreve do qual eu assino por baixo e de acordo com isso vou deixar um link dirigido ao seu blogue dentro do meu texto dedicado a si, nada especial mas que pode dizer muito aos amigos do pedal aqui em Portugal.
    Um abraço e muita pedalada no Brasil.

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    1. Oi, Paulo! Fico feliz em ver irmãos portugueses por aqui. Pelas visitas que faço em sítios lusos, percebo muitas semelhanças nas dificuldades e nas felicidades de quem escolhe a bicicleta por aqui e por aí. Obrigado pelo carinho e um abraço transatlântico!

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