Vídeo mostra que convivência entre ciclistas e motoristas é possível no Brasil

Carros aguardam bicicletas, bicicletas aguardam carros, o 1,5m é mantido por educação e todos se respeitam – tudo isso numa cidade brasileira.

O vídeo abaixo mostra como a convivência entre ciclistas e automóveis só depende de respeito. Na cidade de Franca (SP), carros aguardam bicicletas, bicicletas aguardam carros e todos se respeitam. As ultrapassagens são feitas de forma segura, guardando-se por uma questão de educação a distância de 1,5m, o que é suficiente para tornar o ambiente seguro ao ciclista e atrair mais gente ao uso da bicicleta. O vídeo é de de Rodrigo Telles, do Clube de Cicloturismo do Brasil.

Imagem: Reprodução/Vá de Bici

Nas grandes capitais, com uma quantidade maior de carros nas ruas, os órgãos de trânsito oficializam a fluidez como prioridade, em vez da proteção à vida. Com uma adequação do viário voltada a aumentar a velocidade dos automóveis, cria-se a cultura de que “a rua é dos carros” (quantas vezes você, ciclista, já não ouviu isso?) e de que qualquer outra coisa que esteja no asfalto é um obstáculo, ainda que seja uma pessoa tentando atravessar a avenida.

O Código de Trânsito valoriza essencialmente a vida. Mas o planejamento viário das grandes cidades valoriza a pressa de chegar. Essa concepção estimula o desrespeito ao ciclista, que ocupa o espaço que, aparentemente, é só do automóvel. E ao fazer vista grossa para esse desrespeito, os órgãos de trânsito acabam sendo coniventes e cúmplices dos crimes de trânsito cometidos por essas agressões, que podem levar a vida de alguém que só está circulando pela rua, em seu pleno direito, com a família esperando em casa.

Veja este exemplo em Porto Alegre, no vídeo dos colegas do site Vá de Bici: com outras duas faixas disponíveis, um motorista resolve enfiar o carro do jeito que dá entre o ciclista e o outro automóvel. Afinal, o que ele aquele bicicleteiro está fazendo ali? Quem ele pensa que é pra ocupar o espaço dos carros?

É preciso educar os motoristas a compartilharem a via com os ciclistas, para que estes se sintam seguros em utilizar as ruas e possam comportar-se como veículos. Por não se sentirem seguros, não se sentirem parte do trânsito e serem tratados como invasores, muitos optam por pedalar na contramão e na calçada, por exemplo, porque seu instinto de sobrevivência os diz para fazê-lo.

Precisamos com urgência de campanhas que estimulem a convivência nas ruas, esclarecendo como ultrapassar o ciclista com segurança. Um bom exemplo é a campanha que foi veiculada em São Paulo em 2013, infelizmente por pouco tempo: assista aqui. Também é importantíssimo fiscalizar o cumprimento da lei, punindo os motoristas infratores, que com suas agressões e ameaças afastam as pessoas do uso da bicicleta – além de destruir vidas e famílias em atropelamentos que serão tratados como meros “acidentes”. Essas agressões, ameaças e mortes fazem com que muita gente continue pedalando nas calçadas, na contramão, espremidos no canto, furando sinal para sair antes dos carros, ou que desistam da ideia de pedalar (ou nem cheguem a colocá-la em prática).

Enquanto as entidades de trânsito que cuidam da fluidez não começarem a cuidar prioritariamente de PESSOAS, a certeza de impunidade continuará incentivando o comportamento agressivo dos maus motoristas.

6 comentários em “Vídeo mostra que convivência entre ciclistas e motoristas é possível no Brasil

  1. Depende da cidade, aqui em Jundiaí o povo é sem educação, mete a buzina, acham que estão atrapalhando o trânsito, em alguns lugares o uso da bicicleta é considerado sinal de pobreza, o brasileiro tem crenças atrasadas ainda.

    Thumb up 0 Thumb down 0

  2. Moro e trabalho na Zona Sul do Rio de Janeiro. Comecei recentemente a ir e voltar do trabalho de bicicleta. São aproximadamente 7km cada viagem e gasto o mesmo tempo do ônibus. Quase todo trajeto tem ciclovia, embora um bom trecho de ciclovia compartilhada em calçadsa bem estreitas. Ainda falta muito para o respeito ao ciclista até nas ciclovias, até mesmo pelos pedestres e praticantes de caminhadas e cooper.
    É muito legal ver cidades que estão evoluindo em relação ao respeito ao ciclista, como no primeiro vídeo, o de Franca. Porém ressalto que para sermos respeitados é preciso dar o exemplo, respeitando inclusive os outros ciclistas. Logo no início deste vídeo podemos observarf uma pessoa parada no meio da ciclovia, onde não consegui ver se conversava com alguém, falava ao celular ou coisa paracida, obrigando os ciclistas a desviarem para a pista dos automóveis. Não havia necessidade disso.

    Thumb up 2 Thumb down 0

  3. Manter a distância favorece a segurança no trânsito. Pode deixar que farei isso quando dirigir meu carro.

    Abraços!

    Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

  4. Olá Willian, tudo bem?!

    Eu tenhno uma dúvida: o motorista ao fazer uma ultrapassagem, deve manter a distância de 1,5m do ciclista. O ciclista ao fazer a ultrapassagem dos carros também deve manter essa mesma distância?

    Eu lhe pergunto isso porque como motorista eu me sinto desconfortável no momento em que eu estou parado no semáforo e o ciclista passa bem do meu lado tirando uma fina (e não é comum os ciclistas buzinarem avisando sua presença), se eu fizer uma manobra brusca, corre o risco de ocorrer um acidente.

    O ciclista ao chegar no semáforo. Ele pode “costurar” entre as faixas ou deve ocupar uma faixa mantendo sempre a direita?

    E com relação aos ônibus. O ciclista pode ultrapassar os ônibus pela direita? Mesmo quando este estão parados? Não deve também manter a distância de 1,5m?

    Thumb up 2 Thumb down 1

    1. Lincoln,

      Apesar de atrasado, minha opnião aos seus questionamentos seria, como estamos em um semaforo e todos os carros estão parados, o ciclista passar pelo corredor, não colocará a vida de ninguem em risco, mesmo que por um exemplo tragico o ciclista bata no carro e caia, não deverá acontecer algo muito grave a ele, porém acontece de algumas vezes antes de chegarmos ao semaforo, o mesmo abrir, então eu sinalizo ao carro que voltarei a direita e me possiciono no lugar correto para continuar o caminho, tudo vai do ciclista saber orientar o carro do que ele irá fazer e do motorista esperar os longos 2 segundos até o ciclista voltar ao local correto.

      Quanto aos onibus, eu acho que ultrapassar o onibus pela direita tem que exister um ponto de atenção muito grande, se o onibus está parado, é grande a possibilidade de alguem entrar ou sair dele, e passar ali, corre o risco de ferir alguma pessoa e se o onibus está em movimento, vale apena segui-lo até ele parar, o que não vai levar muito tempo, afinal existe um ponto a cada 2 quarteirões mais ou menos e nesse momento o ultrapasse com segurança pela esquerda, aonde o motorista teoricamente tem uma visão melhor do ciclista.

      Como disse, é dessa forma que acredito ser o correto e a melhor forma de ambos se respeitar, se estiver errado, podem corrigir =]

      Abraços

      Thumb up 2 Thumb down 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *