Documentário mostra a relação de ciclistas com a cidade e como melhorá-la

Trabalho premiado traz reflexão sobre o movimento de cicloativistas e as mudanças necessárias para melhorar o deslocamento em nossas cidades

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O Canal Futura/RJ disponibilizou em seu canal do Youtube o programa Sala de Notícias especial “Cicloativistas”, produzido por Renata Ferraz e dirigido por Eliza Capai, que mostra algumas pessoas e iniciativas diante da questão da (i)mobilidade urbana e o uso crescente da bicicleta como uma das soluções do transporte urbano.

Com o documentário, Eliza e Renata venceram o 19º Prêmio Jornalismo CNT (Confederação Nacional do Transporte) na categoria Meio Ambiente. “O programa traz uma reflexão sobre o movimento de cicloativistas brasileiros e quais são as mudanças necessárias para nos deslocarmos melhor em nossas cidades”, diz a descrição do vídeo.

No doc, exemplos de três cidadãos que só queriam uma nova maneira de se deslocar com mais rapidez e eficiência, mas que conseguiram muito mais do que isso. Natália Garcia, Thiago Benicchio e Sabrina Duran fazem parte de uma onda pensante de discussão sobre o uso espaço público e engajamento cívico que luta por cidades mais humanas, justas e democráticas a todos os meios de transporte, inclusive (e principalmente) os pedestres. “Em vez de me proteger da cidade, passei a ocupá-la”, diz Natália Garcia, jornalista responsável pelo projeto Cidades para Pessoas que encontrou fora do carro uma forma de viver/entender os vários problemas de São Paulo e, principalmente, buscar soluções para eles.

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“Não ver a cidade faz você não agir por ela”, afirmou Thiago Benicchio que é o atual diretor da Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo – instituição que tem feito um trabalho extremamente importante de mobilização, produção de conhecimento e aproximação da sociedade civil junto ao poder público.

No final de 2012, durante os debates realizados pelo Festival Clímax na Câmara Municipal de SP, o vereador Ricardo Young já afirmava: “o cicloativismo não é apenas uma discussão sobre a cidade, mas a própria mudança proposta acontecendo, no dia a dia. Para mim, desde as Diretas Já, esta é a maior expressão de cidadania que já tivemos. Por isso é muito importante que, mesmo com críticas, a sociedade apoie o movimento e se junte a eles“.

Young fez ainda um paralelo entre a força que ciclistas têm desempenhado na sociedade em contrapartida ao fenômeno dos motoqueiros que “povoaram as cidades e estão muito mais próximos dos motoristas de carro, ao procurar uma solução individual sem se preocupar com os problemas coletivos”.

Assista o documentário e deixe aqui a sua opinião!


13 comentários em “Documentário mostra a relação de ciclistas com a cidade e como melhorá-la

  1. Tranquilo aplicar notificação quanto à desobediência de 1,5m. Esse argumento, embora exista, não se sustenta. Se fosse assim não se teriam notificações para automóveis que estacionem a menos de 5m da esquina. Já apliquei e aplico tranquilamente essa notificação em Curitiba/PR e desconheço qualquer orientação do DENATRAN para que não se notifique.
    No mais o documentário é EXCELENTE!
    Grande Abraço
    Bento Aleixo

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  2. Adorei o documentário, porém acho que este deveria ter uma parceria com os C.F.C. (Centro para Formação de Condutores). Estou muito interessada em fazer uma parceria com vocês, pois sou instrutora de um destes centros. Desde já obrigada.

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  3. Convenhamos, 1,5m não dá pra verificar mesmo. Nem o fiscal, nem o motorista, nem o ciclista, com dois veículos em movimento.

    Essa lei não ajuda nada, só atrapalha. É mais uma jabuticaba brasileira improvisada.

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    1. Jura, acredito que seria bem melhor se a lei dissesse claramente que é preciso mudar de faixa, e ultrapassar com segurança (dando seta, dando espaço, sem fechar, etc.), como seria feito com qualquer outro veículo.

      Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

  4. Muito elucidativo. Ajuda a colocar argumentos na boca de quem quer usar a bicicleta como meio de locomoção, e não apenas para esporte ou passeio de fim de semana. Também participei da 4a. Rota Márcia Prado, saí da minha cidade em Minas e fui pra Sampa, tive a felicidade de chegar no sábado, o que facilitou minha vida, pude ir da Rodoviária Tiete até a estação Morumbi levando minha bicicleta montada e pedalei até o endereço onde me hospedei. Bem, o que ficou da minha viagem foi: relacionado as cidades, Sampa é um local ideal para bicicletar em fins de semana, Santos está estruturado para o uso da bicicleta diuturnamente, como meu de transporte inserido na rotina do estudante e do trabalhador. E note, a ciclovia é estreita, e apesar disto funciona perfeitamente. Relacionado a RMP, o contingente de ciclistas demonstrou o interesse e a necessidade de que os municípios criem estruturas voltadas para o cicloturismo, segurança, sinalização, lanchonete, oficina, viabilidade de se fazer em dois dias (hotel, camping, albergue para pernoite), afinal 100km não são para todos. Queremos uma RPM para o ano inteiro! Queremos a bicicleta integrada ao transporte público e assim ao nosso cotidiano.

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  5. Muito bom o documentário!
    Todos deveriam assistir!

    Moro em Brasília e desde o mês passado tenho feito o intermodal metrô – bike dobrável 3 vezes por semana.
    Tem sido uma maravilha, considerando que no metrô daqui o último vagão é liberado para bikes a qualquer hora do dia (apesar de não ser muito respeitado pelos pedestres, que chegam antes e sentam no chão, limitando o espaço para bikes).
    Temos em Brasília um histórico de intolerância e acidentes com ciclistas, assim não tenho me arriscado muito e acabo andando nas calçadas sempre que possível (apesar de saber que estas são exclusivas dos pedestres).
    Poderia ser melhor se no trajeto existissem ciclofaixas ou ciclovias.
    Atualmente estão sendo construídas ciclovias em todo o DF, no entanto, na área central (esplanada dos ministérios) onde eu e muitos outros servidores públicos trabalhamos a malha ainda não está pronta…
    Espero que as Copas (2013 e 2014) que virão para cá tragam melhorias para a mobilidade urbana conforme previsto nos bonitos projetos coloridos de revitalização da área central de Brasília próxima ao Estádio Nacional…

    Abraços a todos

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  6. muito bom, aque em Aracaju-SE temos muitas ciclovias e alguns grupos de ciclismo a qualidade de vida aki é muito boa, mas é claro que temos problemas como em qualquer lugar tipo: motoristas que n respeitam os ciclistas e até a própria prefeitura que em época de festa como o mês de dezembro até fevereiro eles colocam camarotes de quilômetros de comprimentos em cima da calçada, ciclovias e até por incrível que pareça dos pontos de ônibus eu tenho fotos que mostram isso, então oq acaba acontecendo é que as pessoas que utilizam o carro acha que o nosso lugar de andar foi tomado então que se vire a rua é minha e acabam desrespeitando ainda mais os pedrestes e ciclistas!

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  7. Muito bom esse documentário! Espero que mais pessoas assistam, principalmente aquelas que desconhecem verdadeiramente o assunto.

    É incrível como a mente da maioria das pessoas funcionam. Os comentários que escuto quando falo sobre isso é que isso é uma utopia, que não pode se aplicar ao Brasil. Essas pessoas não se dão ao trabalho de escutar, de pensar sobre o assunto e querem continuar achando que o progresso está relacionado ao “conforto” propiciado pelo carro, esquecendo e menosprezando o valor do tempo perdido nesses deslocamentos…

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  8. Moro na região da Grande Florianópolis e participei da Rota Marcia Prado 2012, constatei o grande diferencial que a implantação da malha cicloviária na região de Santos traz na mobilidade urbana das cidades. Segunda feira circulei de carro tranquilamente pela região e assisti um grande numero de ciclistas ocupando as ciclovias. O que me chamou a atenção o respeito que os motoristas dos automóveis tem nos cruzamentos das ciclovias. Belo exemplo e enquanto isso aqui em Florianópolis a imobilidade urbana cresce a cada dia.

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