Bicicletarios em forma de carro em Vitória. Fotos: Setran/Divulgação e Joao Paulo Locately

Prefeitura de Vitória-ES instala bicicletários em forma de carro pela cidade

Os ‘bike racks’ em forma de carro espalhados pela cidade lembram que a bicicleta é mais eficiente do que o automóvel no uso do espaço urbano.

Bicicletarios em forma de carro em Vitória. Fotos: Setran/Divulgação e Joao Paulo Locately
Bicicletarios em forma de carro em Vitória. Fotos: Setran/Divulgação e Joao Paulo Locately
Cartilha insiste que ciclista
deve pedalar junto ao meio-fio
A cartilha que está sendo distribuída aos ciclistas de Vitória com informações sobre sua circulação insiste em indicar que a bicicleta deve circular junto ao meio-fio. Essa recomendação já constava do vídeo de uma campanha de conscientização da Prefeitura e foi alvo de fortes críticas de cicloativistas de todo o país (veja aqui, no trecho “Campanha da prefeitura estimula desrespeito”).

O Vá de Bike esclarece que a conduta mais adequada é ocupar a faixa, ou ao menos um terço dela. Entenda aqui o motivo. Essa recomendação inclusive faz parte da campanha de respeito aos ciclistas da Prefeitura de São Paulo – assista aos vídeos.

O sábado 30 de novembro amanheceu com uma surpresa para os cidadãos de Vitória, no Espírito Santo: três bicicletários em forma de carro surgiram em pontos diferentes da cidade. Ocupando o espaço que seria utilizado por único automóvel, o bicicletário aparenta ter quatro paraciclos (suportes), possibilitando estacionar com facilidade e de forma segura pelo menos oito bicicletas.

A princípio não se sabia se a novidade se trata de uma iniciativa do poder público, uma ação de marketing de guerrilha ou se os bicicletários tinham sido criados por cidadãos. Mas ao longo do final de semana a resposta surgiu em uma entrevista concedida pelo secretário municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran), Max da Mata, confirmando que a iniciativa havia sido do órgão que administra.

O comunicado oficial informa que os “bike racks” fazem parte de ações educativas sobre o uso de bicicletas como meio de transporte na cidade. As equipes da Setran estão também distribuindo cartilhas com orientações para ciclistas e as normas do Código de Trânsito Brasileiro.

Um dos bicicletários está na Praça dos Namorados; o outro, no Jardim Camburi, no estacionamento próximo à Igreja Católica; o terceiro está em Santo Antônio, ao lado da Padaria Santuário. Segundo a prefeitura, cada “bike rack” comporta até 10 bicicletas.

Segundo informação da CBN Vitória, os bike racks ficarão nesses três pontos durante 30 dias. Depois, serão instalados em outros locais.

Modelo foi criado para um festival de design em Londres

O modelo dos “bike racks” instalados em Vitória é bastante semelhante aos criados pela Cyclehoop para o Festival de Arquitetura de Londres (abaixo). A empresa de arquitetura e design, que tem vários modelos criativos e funcionais de bicicletários, explica em sua página que o formato de carro “transmite a mensagem de que bicicletas são mais eficientes no uso do espaço urbano que os automóveis”, além de funcionar como uma barreira que protege as bicicletas dos carros.

O modelo da Cycle hoop tem ainda uma bomba de ar manual embutida na estrutura.

Bicicletário em forma de carro da Cyclehoop, empresa de arquitetura e design do Reino Unido. Foto: Divulgação
Bicicletário em forma de carro da Cyclehoop, empresa de arquitetura e design do Reino Unido. Foto:Divulgação

15 comentários em “Prefeitura de Vitória-ES instala bicicletários em forma de carro pela cidade

  1. 1) O erro da cartilha não desmerece o acerto (na minha opinião) do rack.
    2) Não acho que seria melhor usar outras linhas no carro, quanto mais genérico melhor, no caso é o carro típico de placas de trânsito, assim não puxa o saco de ninguém. A iniciativa do estacionamento é legal, não importa de onde foi copiada, se a empresa inglesa não patenteou a ideia no Brasil é porque não tem interesse em nosso mercado, problema é deles, melhor deixa o dinheiro por aqui.

    Concordo com você mas eu digo que exclusivamente o “car-bike-street-rack” foi uma boa iniciativa, quanto ao restante das criticas sobre a prefeitura não tenho muito conhecimento mas vejo muita gente cheio de frescura, sabe aquele cara que quando vê uma super gostosa, solta uma do tipo: “-Credo, gostosa mas tem o dedinho torto”. A pessoa ta sempre usando usando “mas” quando muito vezes deveriam usar “e”.
    Um exemplo disso eu vi nesse blog aqui mesmo. Um shopping que fez um bicicletário MAS era horrível porque os racks eram feitos para a bike ficar na vertical. Já eu acho que o post poderia ter sido apresentado de outro maneira. Shopping fez um bicicletário E tem bebedouro E tem espaço adequado E tem proteção contra o tempo E tem segurança E tem 50% dos paraciclos em U invertido, os outros 50% são na vertical e podem ser usadas por pessoas saudáveis e com bikes compatíveis. Eu mesmo já visitei o tal shopping e gostei muito e quando eu fui, o local estava cheio e tinha paraciclo horizontal sobrando.
    Agora vejamos por aqui: prefeitura faz paraciclo mas fazem uma merda de folheto mas copiaram de uma marca inglesa mas o estado não deixa ciclistas entrarem na ponte, realmente eu vejo de outra maneira. Jamais esqueceria os erros, esse do folheto é muito grave mas deve ser tratado à parte pois da mesmo maneira que não devemos omitir os erros, devemos reconhecer os acertos em igual proporção. Acredito que se tivesse sido feito por ciclo ativistas o senhor não teria a mesma reclamação.
    De qualquer maneira acho que deveriamos pensar da instalação desses equipamentos com mais “E’s” Paraciclos foram instalados E de forma rápida E são bastante didáticos E são bem visíveis E foram feitos em empresas locais.

    off topic: Estava escrevendo a resposta e acabei reescrevendo boa parte porque o site da auto-refresh fazendo com que eu perdesse tudo que havia escrito.

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    1. Bruno, a citação da origem do bicicletário não foi para desmerecer o projeto, foi para mostrar de onde veio a ideia. A iniciativa é ótima, não há reclamação sobre ela nesse post. E poderia haver, já que aparentemente não houve estudo para escolha dos locais, para que pudessem ser escolhidos pontos onde já existisse demanda de estacionamento, dando a impressão que o critério foi apenas a visibilidade.

      O box falando sobre a cartilha é porque o bicicletário faz parte da mesma ação da distribuição da cartilha e, como consideramos essa recomendação uma falha grave, seríamos levianos em omitir nossa opinião só porque a iniciativa do bicicletário é ótima.

      Quanto à matéria sobre o bicicletário do shopping, você tem certa razão. Mas na nossa opinião, o formato do paraciclo, pelo potencial de danificar a bicicleta, é mais importante que bebedouro próximo. Ter posicionado o bicicletário no segundo subsolo também foi um ponto negativo. Não há paraciclos em U no local, mesmo os de solo têm outro formato em que espera-se prender pela roda, com o mesmo potencial de causar dano ao veículo. E como ponto positivo *real* temos o controle de acesso. Não poderíamos fazer uma matéria positiva.

      Para uma avaliação melhor de um bicicletário de shopping, veja esta outra matéria, mais recente e com um critério mais maduro: http://vadebike.org/2013/07/shopping-tucuruvi-bicicletario/

      De qualquer forma, agradeço pelas críticas, pois nos ajudam a melhorar o conteúdo do site. De verdade.

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      1. Na verdade este comentário saiu no lugar errado, era uma resposta aos comentários do Cícero Soares, este sim reclamou quanto a importação da ideia, a postagem eu achei imparcial e coesa.
        Quanto ao bicicletário do shopping eu acho que tem mais pontos positivos do que negativos, principalmente se for feito um comparativo do que é oferecido por ai, não posso julgar muito pois o conheci em uma visita a São Paulo.

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        1. Bruno, eu não reclamei nem da idéia, nem da importação. Eu reclamei da desonestidade subjacente a elas, idéia e importação, ao serem colocadas em prática.

          E por falar em prática, o Willian acabou tocando numa coisa essencial a ela, relativamente à escolha dos locais. Ou seja, é rack pra uso diário, é pra quem precisa, instalados em locais relevantes? E vão se multiplicar? Ou serão só aqueles dois ou três pra ver, babar, clicar e postar no instagram e no facebook, só pros comentários dos desavisados ficarem “oh, que genial”, e depois de um tempinho ali e acolá, terminado o “happening”, os racks serem sumariamente retirados? Meu, agenda governamental não pode se resumir à pauta de agência de publicidade, não.

          E voltando à questão da desonestidade: olha, Bruno, eu…

          É, acho que eu tô realmente ficando velho, cada dia que passa perco cada vez mais a paciência, que já era pouca, quanto a essa moralidade mesquinha da geração digital do copy-paste. E a cada dia que passa, mais e mais eu tento redescobrir e recuperar aquela decência analógica dos nossos avós, o simples o que é certo é certo e o que é errado é errado.

          Pô, então tá limpo só porque “provavelmente a empresa inglesa não tem patentes aqui no Brasil”?! Meu, deixem essa indolência do clique pra trás e comecem a adaptar, a transformar, a recriar! Se esse é caminho das pedras para honestas importações (não comerciais) de idéias, então te garanto, Bruno, meus resmungos senis cessarão…rs.

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  2. Porque provavelmente a empresa inglesa não tem patentes aqui no Brasil, porque foi uma boa ação, porque não há pontos negativos para a mobilidade urbana.

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    1. Hum, discordo. Pois que: taí uma desonestidade exemplar que acaba denunciando seus verdadeiros propósitos: fazer passar por mobilidade urbana um simulacro de. Se fosse uma ação honesta:

      1) não haveria aquela suprema bobagem na cartilha, aquilo de se conduzir a bicicleta próxima ao meio-fio (e veja só, e lá está como primeiro item!), coisa típica de quem nunca pedalou com fins de mobilidade urbana e nem nunca gostará de ver as “massas” pedalando assim;

      2) haveria, em relação às linhas automotivas do bike rack do Cyclehoop, aquela medida de inspiração que, homenageando, preserva o original. Tipo releitura, saca? Meu, se fosse as linhas de um Cadillac, de um Landau, de um Aero-Willys e por aí vai, ficaria super bacana e… honesto, né?

      Agora, eximir toda e qualquer ação de mobilidade urbana de autocrítica? Meu, tô fora. Pra não dizer do Inferno, a História abunda desses simulações de avanço, pra boiada passar onde o boi passou pra depois dormir.

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  3. Bastante semelhante, Willian? Meu, são idênticos! Ou seja: ou importaram os próprios e não deram o devido crédito, ou copiaram na cara dura mesmo, o que, não obstante a boa iniciativa (ou apenas de natureza esquizóide, como apontou o de.braga…rs.) merecia um belo dum processo, não merecia?

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