Ciclista, não desanime: dias melhores virão
A mudança é lenta (às vezes demais), mas está em andamento e não pode ser parada. E você, que pedala nas ruas, faz parte disso.
Apesar de todo o discurso do medo, apesar da histórica falta de atenção do poder público, apesar da descrença de grande parte da sociedade, a bicicleta conquista cada vez mais espaço nas cidades brasileiras.
Pioneiros, os ciclistas que hoje desbravam as ruas e impõem seu direito de circulação, apesar de todas as adversidades, abrem caminho para as próximas gerações, que em pouco tempo ajudarão a tornar nossas cidades mais humanas, agradáveis e cicláveis.
A mudança já começou e os sinais são claros – e nem estamos falando de ciclovias aqui. A quantidade de bicicletas nas ruas aumenta a cada dia. Cada vez mais pessoas tem parentes, amigos ou amores que pedalam, passando a ver quem se desloca em bicicleta como cidadãos e não como obstáculos ao fluxo do automóvel.
O assunto é cada vez mais debatido e parte da imprensa tem mudado de foco, defendendo o direito de uso da bicicleta e buscando esclarecer como esse uso pode mudar as cidades – algo raríssimo dez anos atrás. Pessoas de visão no executivo e no legislativo começam a mudar de opinião sobre a importância das pedaladas e a necessidade de proteger os ciclistas, esforçando-se, ainda que de forma trôpega, para mudar as políticas estabelecidas e o planejamento urbano voltado unicamente ao automóvel.
A adaptação das cidades e da sociedade ao uso da bicicleta é lenta, difícil, custosa, mas já se colocou em movimento e não pode ser parada. Nossa urgência de mudanças, de proteção às nossas vidas, por vezes nos faz pensar que nada caminha. Os retrocessos nos frustram, as falhas em projetos e iniciativas nos desanimam. Mas analisando por uma perspectiva histórica, a mudança é inequívoca: basta avaliar os últimos dez anos.
A mudança trazida pela bicicleta torna as cidades mais próximas das pessoas, beneficia também os deslocamentos a pé, promove uma interação com o ambiente urbano, um resgate da cidadania e da sensação de apropriação do espaço público, no sentido de usufruto e de responsabilidade.
Cidades cicláveis e acessíveis beneficiam a todos – até a quem, ainda assim, desejar continuar usando o automóvel.
Aos que não acreditam, o tempo mostrará. Continuem pedalando. Continuem mudando o mundo.
Pedalo há algumas décadas e percebo uma utilização crescente das bicicletas nas grandes cidades e também um aumento de eventos ligados à bicicleta (passeios, campanhas promocionais…)
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Não desanime. Faça esta afirmação para os próprios funcinários que cuidam o bicicletário, ou que trabalham em torno. Vai ser “ciclochatice”, mas vão se lembrar dos ciclistas. É preciso essa “manutenção” na cabeça das pessoas. E, aproveite para conhecer os que cuidam do bicicletário. Ganhando simpatia através da empatia.
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Gostaria de deixar a minha indignação ao bicicletario de itaquera que fecharam para mundaça atrapalhando nos que estamos tentando tirar um carro a menos da rua ?????????????????????????
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Concordo com você Ignez, precisamos respeitar para sermos respeitados. Eu trabalho na paulista e também vejo entregadores sem equipamento de proteção e td mais q vc falou.
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Eu também sou ciclista, mas nossa fama em São Paulo não anda boa. Todos os dias eu vejo ciclistas desrespeitando as leis quase que como uma afronta aos carros. Eu podia ter carro, mas optei por andar de bike ou à pé por que tenho o privilégio de trabalhar perto de casa, mas eu tenho sofrido muito aqui na Vila Olimpia com os ciclista sem noção (que é como eu os chamo). Aqui no bairro o problema ainda se agrava com os entregadores que usam a bike. Todos eles andam sem nenhum equipamento de segurança, na maioria das vezes segurando o guidon somente com uma das mãos, enquanto na outra carregam a encomenda. Sempre andam pela contra mão e pelas calçadas. Na rua onde eu trabalho semana passada eu presenciei um desses jovens descendo a rua pela contra mão e empinando a bicicleta, num total desrespeito aos carros. Se fosse atropelado a culpa seria do motorista, ninguém culparia estes inconsequentes. Muitos colegas de trabalho vem de bike e admitem que sempre andam pelas calçadas e na contra mãe. Sábado passado eu ví um bebado pedalando às 09:00 da manhã atropelar uma idosa na calçada. Falta respeito dos dois lados.
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Comecei a acompanhar esse blog a pouco tempo,mas tenho curtido muito ele.Verdade seja dita:moro em uma cidade do interior e como ciclista diario(uso a bike para trabalhar ir na academia e tudo o mais,so tiro o carro da garagem para sair com a familia ou quando esta chovendo muito)no interior o problema é o mesmo das grandes cidades,ou ainda maior pois quase nao a ciclovias e as poucas que tem sao tomadas por motos numa total falta de respeito.Mas mesmo assim nao desisto de andar de bike e procuro incentivar as pessoas a trocarem os carros pela bike e vamos a luta!
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até concordo que devemos ter mais ciclovias, mas a logica diz que: quanto mais bicicleta menos carro na rua, com menos carro na rua fica menos perigoso (por diminuir o risco de ser atropelado), menos perigoso mais ciclistas.
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Vamos precisar de muita ciclovia e uma boa revolução na política! Com muita ciclovia, a gente vai descobrir que os motoristas brasileiros não são muito piores do que os motoristas holandês. Só faltava uma infraestrutura adequada para que as coisas acontecem sem atrito, sem riscos.
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Por falar em reformar em política, tem esse cara dos EUA falando sobre isto, sobre a política nos EUA, mas … se prestar atenção, também está falando sobre os problemas no Brasil, São Paulo, Metrópole de São Paulo:
http://www.ted.com/talks/lawrence_lessig_we_the_people_and_the_republic_we_must_reclaim.html
(Desculpe, não há legenda ou tradução, … talvez no YouTube tenha, como há dos StoryOfStuff … )
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Carlos, bacana o video. Sim, são problemas atuais que as cidades grandes têm. Valeu a dica!
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Eu pedalo há 20 anos e afirmo sem sombra de dúvidas que o uso da bicicleta está crescendo como nunca se viu! Parabéns para nós!
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