Desafio Intermodal de São Paulo chega em sua 8ª edição. Foto: Rachel Schein

Moto chega antes, mas bicicleta foi mais eficiente no Desafio Intermodal de São Paulo

Veja como foi a disputa que avalia a eficiência dos meios de transporte – com galeria de fotos e depoimentos em vídeo dos participantes.

Desafio Intermodal de São Paulo chega em sua 8ª  edição. Foto: Rachel Schein
Desafio Intermodal de São Paulo chega em sua 8ª edição. Foto: Rachel Schein
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No dia 12 de setembro São Paulo realizou, pelo oitavo ano consecutivo, seu Desafio Intermodal. Utilizando diferentes formas de deslocamento, o teste avalia o tempo gasto para se chegar ao destino final, o custo gerado e a emissão de gás carbônico. Por isso, o Desafio é mais que uma “corrida maluca”, pois não basta chegar em primeiro lugar: o impacto ambiental e o custo do deslocamento também se tornam importantes.

Dessa vez, o meio de locomoção que chegou mais rápido foi a moto: Willy concluiu o percurso entre a Praça General Gentil Falcão, na zona sul da cidade, até a Prefeitura, no centro, em 19 minutos e 9 segundos. E apenas um minuto depois chegou a primeira bicicleta, mas seu tempo não pôde ser registrado: quem a pedalava não era o competidor oficial, mas seu acompanhante, e pelas regras o tempo a ser registrado deve ser sempre do participante oficial.

O ciclista que vestia a camiseta verde-limão do Desafio chegou quatro minutos depois da motocicleta, com o tempo oficial de 23 minutos e 22 segundos. Seguindo por vias rápidas, ele havia perdido a entrada da rua que sai na frente da prefeitura e precisou dar uma volta maior, perdendo nesse processo cerca de 15% do tempo que havia levado para chegar até ali. Mas, mesmo com o atraso, ele chegou quase um minuto antes do tempo feito em 2012!

O Desafio Intermodal é apenas uma das atividades do mês da mobilidade. Veja outras na nossa Cicloagenda!

Carro e ônibus parados na Marginal

A pessoa que fez o percurso correndo chegou seis minutos antes do automóvel, que neste ano fez em 1h07, um tempo 34 minutos mais rápido que o do ano passado. A participante que foi como motorista, Roberta Godinho, conta que planejou um caminho que achava ótimo, mas uma hora “travou na Marginal” (Pinheiros).

O usuário do ônibus Samir Souza também reclamou do mesmo problema: “Na Marginal [Pinheiros] muitas horas não tinha corredor e tem muitos acessos que ninguém anda, acho que foi mais de meia hora só nos acessos.”

E esse ano o tempo da pessoa chegou caminhando foi de 1h44, um minuto a mais do que o ano passado.

A superlotação do trem e do metrô

Estações cheias dificultaram o embarque dos participantes, que precisaram esperar para conseguir entrar nos trens. Foto: Rachel Schein
Estações cheias dificultaram o embarque dos participantes, que precisaram esperar para conseguir entrar nos trens. Na foto, a estação Pinheiros. Foto: Rachel Schein

Aylons, o participante que usou o trem mais metrô, conta que ficou mais tempo pra conseguir se deslocar nas estações, tanto de trem como de metrô, do que o tempo de deslocamento nos dois modais. Ele pegou o trem na Estação Berrini, desceu na Estação Pinheiros e foi até a Estação República. Da República preferiu andar até o Viaduto do Chá do que fazer a conexão para a linha vermelha e descer na Estação Anhangabaú, que seria a mais próxima do seu destino final. Completou o percurso em 53’03”.

Veja o seu depoimento na hora da chegada e acompanhe, no mesmo vídeo, também o do cadeirante:

Dessa vez a combinação dobrável + metrô não apresentou resultados satisfatórios. Segundo Thiago Benicchio, participante desta categoria, o motivo da demora foi principalmente o tempo pra conseguir entrar no vagão da linha amarela. “Foram três trens até conseguir entrar, só no quarto consegui, e não foi só por causa da bicicleta, as pessoas que estavam lá também não conseguiam”, desabafa. Quem usa a linha amarela nesse horário sabe bem sobre a superlotação que Thiago enfrentou.

O caminho escolhido pelo participante foi seguir por ruas tranquilas próximas à Av. Luis Carlos Berrini, depois pedalou pela ciclovia da Av. Faria Lima, pegou o metrô na Estação Faria Lima para desembarcar na Estação República e seguiu pedalando até a Prefeitura. Veja seu depoimento:

Seu tempo com certeza teria sido menor se optasse só pelo deslocamento de bicicleta. O participante que foi de bike por vias calmas realizou o percurso em 42 minutos e 56 segundos. Por isso Vá de Bike, sempre que puder! 😉

A gente não pode deixar de estimular o uso da bicicleta, mas o importante para o caos que a cidade enfrenta hoje é que o cidadão conheça outras opções de deslocamento mais eficientes que o carro. Outro ponto importante do desafio é mostrar para as nossas autoridades que o transporte coletivo ainda precisa de muita melhora para ser de fato eficiente.

Thiago Benicchio colocou a dobrável no metrô e foi acompanhado de perto pela Renata Falzoni. Foto: Rachel Schein
Thiago Benicchio colocou a dobrável no metrô e foi acompanhado de perto pela Renata Falzoni. Foto: Rachel Schein

Resultado final

1. Motociclista – Tempo: 19 minutos e 9 segundos

2. Bike vias rápidas – Tempo: 23 minutos e 22 segundos

3. Bike vias calmas – Tempo: 42 minutos e 56 segundos

4. Trem + Metrô – Tempo: 53 minutos e 3 segundos

5. Cadeirante (Trem e Metrô) – Tempo: 54 minutos e 40 segundos

6. Pedestre correndo  – 1 hora e 1 minuto

7. Carro – Tempo: 1 hora e 7 minutos

8. Ônibus – Tempo: 1 hora e 8 minutos

9. Skate – Aguinaldo – Tempo: 1 hora e 16 minutos

10. Dobrável + metrô – Tempo: 1 hora e 19 minutos

11. Pedestre caminhando – Tempo: 1 hora e 43 minutos

O Vá de Bike esteve por lá, acompanhando o resultado e entrevistando os participantes. Foto: Rachel Schein
O Vá de Bike esteve por lá, acompanhando o resultado e entrevistando os participantes. Foto: Rachel Schein

Mais fotos e vídeos

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Vídeos com a chegada de cada participante e seus depoimentos:

6 comentários em “Moto chega antes, mas bicicleta foi mais eficiente no Desafio Intermodal de São Paulo

  1. acredito que seria interessante também computar o ‘risco’ do caminho seguido, colhendo através dos dados da prefeitura o total de acidentes de trânsito ocorrido nos locais durante o período de um ano entre o desafio, desmistificando que andar de bike é perigoso. Perigoso é a falta de respeito e a intolerância entre as pessoas!

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