Fórum Mundial da Bicicleta abriu com palestras, festa e até protesto
O primeiro dia do Fórum foi bastante agitado. Veja como foi a abertura, com fotos e vídeo.
O primeiro dia do Fórum Mundial da Bicicleta, que nessa terceira edição acontece em Curitiba, já foi bastante agitado. Ao longo do dia, inúmeras atividades garantiram que sempre houvesse algo interessante acontecendo.
Na verdade, há sempre mais de uma atividade acontecendo, o que faz com que a dúvida seja onde estar, não deixando dúvidas de que vale a pena estar sempre participando de alguma atividade.
A “feirinha” traz estandes de organizações e grupos de várias partes do país – e até do exterior, como é o caso do Maya Pedal. Há até um estande de alimentação vegana que oferece, entre outros produtos, um energético orgânico, feito à base de açaí, erva-mate e guaraná. E o gosto é bom! 🙂
Veja aqui nosso resumo fotográfico do primeiro dia de evento
Abertura
Depois de uma divertida performance, que entreteu o público enquanto aguardávamos a chegada de alguns convidados, Goura Nataraj deu início à cerimônia, falando sobre o fórum e a responsabilidade que se tem ao organizar um evento desse porte. Goura ainda agradeceu o apoio dado pela UFPR e os convidados internacionais.
Em seguida, Lívia Araújo contou as origens do Fórum, que nas outras edições foi realizado na cidade de Porto Alegre. A primeira edição foi realizada como resposta ao atropelamento de participantes da Massa Crítica. Lívia ressaltou a adesão da sociedade na realização do Fórum, desde o financiamento coletivo ao trabalho voluntário, e falou sobre consequências positivas nas ações do poder público, que vêm acontecendo aos poucos. “A força das pessoas pode gerar linchamento, justiceiros, mas pode gerar coisas muito melhores”.
André Soares falou sobre a necessidade de participação da sociedade civil e também sobre a entidade da qual participa, a UCB (União de Ciclistas do Brasil). O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, falou sobre o envolvimento da universidade e da importância do ciclista para a sociedade, chamando ao palco José Carlos Belotto, coordenador do Programa Ciclovida. Belotto contou que o projeto forneceu recursos para a impressão do livro do Fórum, produzido de forma colaborativa com textos enviados por pessoas envolvidas com mobilidade em todo o país.
O Secretário de Meio Ambiente do Paraná, Luiz Eduardo Cheida, comparou a mudança das quatro para as duas rodas com o momento em que o homem deixou as árvores e endireitou a coluna para poder usar as mãos. Falou sobre o uso do carro como demonstração de poder e que estamos em um momento de mudança grande de comportamento e que os cicloativistas estão capitaneando esse movimento. “Curitiba não será mais a mesma depois que esse fórum terminar e tampouco nós seremos os mesmos.”
Protestos
Durante a cerimônia, um grupo se manifestou por diversas vezes, com revindicações em faixas e cartazes relacionadas à questão do passe livre nos transportes públicos. De forma bastante ruidosa, com gritos e frases cantadas de protesto, interromperam o evento durante a entrada do prefeito de curitiba, Gustavo Fruet (PDT), e posteriormente quando ele teve a palavra, sobrepondo suas vozes ao volume do microfone.
Apesar da causa louvável, a manifestação, realizada dentro do Teatro da Reitoria, causou constrangimento com a organização do Fórum, que em alguns momentos foi enérgica nas palavras e chegou a subir ao palco junto com o prefeito, convidando a plateia a fazê-lo também.
Acompanhe a cerimônia de abertura na íntegra no vídeo abaixo, que foi transmitido em tempo real. Para acompanhar nossas transmissões ao vivo, visite esta página. Faremos outras entradas e transmissões ao longo do evento.
Festa
À noite, foi a vez de comemorar. Centenas de ciclistas se encontraram na Pizza Trajano, para uma festa de abertura a céu aberto. Foi difícil conseguir um lugar para prender a bicicletas, tantas eram no local. O jeito era reconhecer a bike de algum amigo, para prender nela. Ciclistas chegavam e partiam todo o tempo, com pequenos grupos sempre passando. Afinal, foram 1300 inscritos!
Apesar de alguns motoristas passarem acelerando seus carros potentes, em uma forma de exibição que não impressionava quem estava ali (pelo contrário), a cena era linda de se ver, com bicicletas presentes o tempo todo, com sua suavidade e leveza. Por isso só, já valeu a presença.
Uso bike a mais de 6 anos, no deslocamento trabalho casa. Deixei a muito tempo de utilizar transporte público, carro e moto, exatamente nesta sequência, pois todas deixam a desejar devido ao trânsito e/ou riscos que se corre. Já fui em passeatas, mas depois que percebi que não há por partes dos organizadores a consciência e principalmente a tentativa de conscientizar os participantes que as ruas são de todos, desisti e não participo mais. Tomam as ruas e pouco se importam com as demais pessoas, algumas com pressa, com compromissos urgentes, indo ao médico, indo buscar filhos e se deparam com bicicletas tomando ruas. Ninguém é dono de nada e nada é seu por direito. É preciso conscientizar as pessoas, voltar a inserir na sociedade o verdadeiro sentido de se “VIVER EM SOCIEDADE”, ao meu ver, algo que perdemos a muito tempo, principalmente nas últimas décadas. Nosso governo não é por ninguém, tenhamos certeza disso, pois se assim o fosse, a cada nova estrada ou rua deveria haver ciclovia bem projetada, pois dificilmente conseguiremos, mesmo com o avanço da tecnologia, algo tão eficaz, não poluente e que ajudaria na saúde da população.
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“com a organização do Fórum, que em alguns momentos foi enérgica nas palavras e chegou a subir ao palco junto com o prefeito, convidando a plateia a fazê-lo também.”
Fabiano, a frase acima deu a entender que a organização subiu no palco e tb protestou.
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Na realidade, a organização (que já estava no palco) chamou os demais membros a subirem como forma de mostrar união e prexo ao diálogo (não que tenha obtido êxito). Mas a organização não protestou contra o prefeito.
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Fabiano, Se foi assim, ai retiro o que disse. O texto deste post ficou meio duvidoso.
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Marcelo, foi exatamente o que o Fabiano descreveu, desculpe se o texto ficou confuso, foi escrito de madrugada após um dia longo e cansativo, a quatro horas de acordar para fazer uma cicloviagem. 🙂
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Desculpado! Vi melhor em outros lugares que até o pessoal da organização ficou p da vida com um protesto fora de contexto de pessoas que nada tinham a ver com o evento.
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Marcelo_X, quem vaiou o prefeito não foram os “cicloativistas”. Foram cidadãos da Frente de Luta pelo Transporte Coletivo e Movimento Passe Livre. Por sinal, não ficaram para a palestra de abertura e deixaram o teatro imediatamente após o prefeito Fruet.
Existem palestras em que cerca de 30% do tempo quem fala não é o palestrante/seminarista/oficineiro, mas sim os participantes.
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Sou usuario quase diario de bike.
Mas não vou mais em eventos de ativistas por isso, vaias, reclamações demais, só o ponto de vista do ativista é o correto e não deixam as pessoas falarem…
Isso é um problema geral de ativistas.
Podem ter excessões pois conheço apenas uns poucos.
Mas esses que vaiaram um prefeito que se dispos a ir num evento sobre bike, no meu ponto de vista, só minimizaram o evento e fortaleceram a imagem que o ciclista é um “reclamão”, “ativista” e sem dialogo. Uma pena mesmo…
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