“Vagas vivas” permanentes podem virar realidade em São Paulo
Prefeito Fernando Haddad (PT) promete publicar chamada pública convocando empresas interessadas em instalar “vagas vivas” na capital paulista.
Prática regular de cidadãos e organizações voltadas à humanização das cidades, as vagas vivas são uma ocupação de vagas de estacionamento de carros transformadas em espaço para convivência, lazer e até áreas verdes, com plantas, bancos, entre outros elementos, como uma extensão da calçada. A transformação é temporária, geralmente durante um dia em especial, como o Dia Mundial Sem Carro, em 22 de setembro. Quando esse tipo de espaço é oficializado, passa a se chamar parklet. Em São Paulo, o estabelecimento dos parklets pode se tornar realidade, pois o prefeito Fernando Haddad (PT) prometeu a publicação de uma chamada pública convocando empresas interessadas em instalar deques sobre vagas para veículos em ruas da cidade.
O regramento da instalação dos parklets envolverá somente vias com velocidade máxima de 40km/h e onde não haja trânsito intenso de veículos motorizados. Em alguns locais será necessária a extinção da Zona Azul, que cobra uma taxa para o estacionamento de automóveis na rua de hora em hora. Um dos locais apontados por Haddad como candidatos à alteração urbanística é a Vila Madalena, na Zona Oeste da Cidade. Independentemente da localização, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano deverão se encarregar da avaliação individual das solicitações e de sua viabilidade física, levando em conta aspectos como o número de pessoas que circularão pelo local, por exemplo.
Por que os parklets são importantes?
Mesmo com tamanho reduzido, a Vaga Viva quebra um padrão visual do espaço urbano que, muitas vezes, provoca reflexão sobre o modelo de cidade em que vivemos atualmente. Onde havia o cinza do asfalto com um carro por cima, passa a haver pessoas conversando, confraternizando e convivendo em um espaço que, em dias normais, parece tão pequeno. Quanta coisa não poderia acontecer se houvesse áreas como essa, em maior número e tamanho? E se elas fossem próximas e estivessem ao alcance da esquina de casa? E se as calçadas inteiras fossem mais largas do que realmente são? A existência desses espaços mostra como as cidades atuais, principalmente as metrópoles brasileiras, poderiam ser mais inclusivas às pessoas e finalmente ser alçadas à escala humana.
Exemplos pelo mundo
A primeira Vaga Viva foi instalada por cidadãos em São Francisco, nos Estados Unidos, em 2006. Posteriormente, tornou-se uma política urbanística local e é atualmente a cidade americana que possui o maior número de estruturas. Desde então, houve instalações de parklets em cidades como Boston, também nos Estados Unidos, Puebla de Zaragoza, no México, e Vancouver, no Canadá.
Saiba mais sobre a história das vagas vivas e veja vários exemplos