Ciclocidade lança campanha “Adote uma Ponte”
Campanha incentiva a documentar barreiras de infraestrutura e dificuldades encontradas por cadeirantes, pedestres e ciclistas para cruzar as pontes de São Paulo
A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) lançou a campanha “Adote uma ponte” para chamar a atenção do poder público e da população de São Paulo sobre as dificuldades enfrentadas por cadeirantes, pedestres e ciclistas para atravessar pontes e viadutos na capital paulista e melhorar a acessibilidade desses locais.
zona norte acreditavam
que não era permitido
cruzar as pontes de bicicleta
As pontes e viadutos que deveriam conectar lugares servem como objeto de isolamento daqueles que não estão a bordo de veículos automotores. Por isso, a campanha quer incentivar voluntários a adotar pontes e documentar as barreiras a cadeirantes, pedestres, ciclistas ou qualquer outro modal movido à propulsão humana. As informações serão integradas em um grande mapa coletivo e informativo.
A campanha pretende produzir vídeos, fotos e textos que revelem as dificuldades nessas estruturas, de forma a sensibilizar a sociedade para a necessidade de melhorar a segurança e o conforto nessas travessias. Ao final, a documentação será entregue às autoridades com o objetivo de que sejam desenvolvidas ações para a superação dos problemas encontrados.
A campanha “Adote uma ponte” quer estimular a melhoria urbana integral das pontes, incluindo a manutenção de calçadas, iluminação pública e paisagismo, além da sinalização, de forma a estimular as pessoas a utilizarem mais essas travessias. “Parte da população tem medo de andar pelas pontes por conta do risco de atropelamentos, quedas e até assaltos, porque essas passagens em geral são mal iluminadas”, explica Carlos Henrique Lopes, diretor administrativo da Ciclocidade.
Em 2013, em um debate no Centro Cultural da Juventude promovido pelo coletivo Ciclo ZN, ciclistas da região da Vila Nova Cachoeirinha e Jardim Peri, bairros da periferia da zona norte, não sabiam que podiam trafegar de bicicleta pelas pontes. “A percepção dos ciclistas da região é que bicicleta não deve trafegar no viário das pontes”, afirma Roberson Miguel, integrante do coletivo CicloZN.
Bairros e regiões isoladas
São Paulo é formada por uma grande rede hidroviária de rios e córregos. Embora a maioria deles esteja aterrado, canalizado ou morto na superfície, a dependência de pontes para ligar locais distantes da cidade sempre existiu, especialmente para os bairros do outro lado da margem dos rios Tietê e Pinheiros.
O que era para ser usado como conexão, hoje isola grandes porções da cidade. Isso se deve em grande parte à construção das avenidas marginais, que além de ocuparem as várzeas dos rios Tietê e Pinheiros impactaram de maneira negativa a travessia de pontes, pois suas alças de acesso em alta velocidade são um risco à vida de quem por elas atravessa. “Essas estruturas foram construídas a partir dos anos 1960 com o objetivo de aumentar a velocidade de chegada (e saída) dos veículos nas pontes. Era a lógica das rodovias de alta velocidade trazidas para dentro das cidades”, explica Lopes, da Ciclocidade.
Em nenhuma ponte de São Paulo há ciclovia e pouquíssimas possuem faixa de pedestres, além de condições precárias de calçada. O cúmulo do absurdo e mal uso do dinheiro público é a ponte Estaiada, onde há placas proibindo a passagem de pedestres e bicicletas, além de ônibus também não poderem trafegar por ali.
Como adotar uma ponte?
Para aderir é simples: basta acessar o site da campanha, navegar no mapa e escolher uma ponte ou viaduto, fazendo o seu registro. Ao se tornar colaborador, o voluntário poderá enviar informações sobre as dificuldades que enfrenta em relação a estrutura “adotada”. Valem fotos, vídeos, relatos ou dados sobre o uso e situação da ponte.
As pessoas que aderirem à campanha também poderão utilizar as ferramentas de mobilização da campanha, como panfletos, stêncil para produzir sinalização alternativa, lambe-lambes com mensagens da campanha e, ainda, postagens para compartilhar nas redes sociais.
Já tinha adotado uma ponte há muito tempo a Ponte Jaguaré, ao lado do Villa-Lobos. Já solicitei algumas modificações para facilitar a vida de ciclistas e pedestres. Agora vou poder compartilhar as minhas observações e sugestões … duro vai ser competir com a ciclovia da USP para o Villa-Lobos, mas não atende ao pessoal do Jaguaré, Osasco e Butantã ) para ir para a Lapa, Ceasa, Vila Leopoldina, Vila Hamburguesa …
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Muito boa a idéia! Um exemplo de como estamos a deriva é a Ponte Transamérica na Zona Sul de São Paulo, proximo a ponte João Dias. Dos dois lados da ponte “o caminho” destinados a pedestre e que poderia ser utilizados pelos ciclistas acabam em lugar nenhum. Isso mesmo, Lugar nenhum, antes mesmo de cruzar o rio! Para quem cruza ou tenta cruzar a ponte do lado esquerdo, sentido bairro-centro, a calçada termina no meio da ponte, vai afunilando e simplesmente acaba. Do lado oposto, consegue cruzar a ponte, mas o pedestre fica ilhado entre a marginal (pista de asfalto) e o trem/rio, ou seja, ainda falta atravessar a pista local e a expressa. Se quiser continuar caminhando sentido Interlagos até encontrar um local para concluir a travessia, tera que passar por alguns km por algo que seria, não é, uma calçada (matagal).
É bisonho. O engenheiro que desenhou aquilo deveria jogar o diploma no lixo, se é que ele o tem.
Comentário bem votado! 4 0
Resido em Osasco, as pontes aqui estão em péssimas condições …
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È só ponte ou pode ser viaduto. Se puder ser viaduto, sugiro o Viaduto Único Gallafrio. Dizem que está para cair além disto ele está incompleto. Pode se ver a estrutura da outra pista incompleta.
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As pontes e passarelas perto da Estação Osasco e do futuro Paço Municipal, são uma boa adoção, pois são bem usadas, e algumas precisam de estatísticas. As passarelas de pedestres/ciclistas, fiz o Google pôr no mapa, pois na mudança da interface do Google Maps, elas sumiram. Há passagens embutida na pontes ( são duas uma em cada lado da ponte, numa solução interessante ) para pedestres e ciclistas na ponte mais afastada ao lado do EE Paulo Freire Educador. Devido a existência destas passagens, acho que reformar as pontes do local, para passagem de bicicletas vai ser difícil justificar.
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