Por usar bicicleta, empresário é hostilizado em prédio de luxo da capital paulista
Empresário afirma ter sido hostilizado por funcionários de prédio de luxo na zona sul de São Paulo. Saiba o que ocorreu e veja a justificativa da empresa.
Através de um longo e detalhado desabafo publicado em seu perfil no Facebook, o empresário Marco Gomes, fundador de duas startups de tecnologia, boo-box e Mova Mais, afirmou ter sido vítima de preconceito ao usar sua bicicleta para visitar um prédio de luxo localizado na Vila Olímpia, zona sul da capital paulista. O episódio teria ocorrido no dia 29 de julho.
Marco afirma ter chegado ao São Paulo Corporate Towers (complexo formado por duas torres de escritórios, além de um prédio técnico e outro com centro de convenções, restaurantes e cafeteria) usando sua magrela e vestindo uma jersey, camisa própria para a prática de ciclismo. De acordo com o executivo, os seguranças e funcionários do estabelecimento agiram de forma rude, tratando Marco com desdém e se recusando a orientá-lo sobre como encontrar os elevadores.
Durante seu desabafo, o ciclista comenta ainda que a equipe do prédio o confundiu com um entregador e não acreditou que ele estava ali para participar de uma reunião no 11º andar do arranha-céu. “Várias vezes me perguntaram onde eu ia fazer entrega, o que é um problema em si, pois caso eu fosse entregador, deveria ser tratado com respeito e educação como qualquer outra pessoa”, observa.
Mesmo após a reunião (e agora usando roupa social), Marco continuou sendo hostilizado por alguns funcionários do Corporate Towers, que o forçaram a usar uma saída mais distante e o impediram de utilizar, com sua bicicleta o mesmo caminho usado pelos carros. Ele explica ainda que ligou para a administração do complexo para fazer uma denúncia formal, mas o responsável se limitou a dizer que os seguranças são treinados para lidar com esse tipo de situação. Você pode conferir o depoimento completo do empresário no box abaixo.
Hoje fui de bike ao São Paulo Corporate Towers, ali na Av. JK com a Funchal, nunca fui tão mal atendido por estar de bicicleta. A infraestrutura (bicicletários, obrigatórios por lei) ainda não estão prontos, mas não foi este o problema; o problema mesmo foi o atendimento, como os funcionários do condomínio me trataram.
Por eu estar com uma camiseta própria para ciclismo (jersey), os profissionais da segurança me trataram com desdém e grosseria, fizeram perguntas constrangedoras, dificultaram meu acesso à recepção e evitavam me dar instruções de como chegar no hall de elevadores sociais que dá acesso à recepção. Várias vezes me perguntaram onde eu ia fazer entrega, o que é um problema em si, pois caso eu fosse entregador, deveria ser tratado com respeito e educação como qualquer outra pessoa. Não acreditaram que eu ia realmente fazer uma reunião de negócios no 11º andar e sequer cogitaram que havia uma camisa (com botões!) dentro da mochila.
Após a reunião, já de camisa (com botões!), na saída do prédio eu fui mal tratado da mesma forma após pegar minha bike no estacionamento, usaram vocabulário agressivo e não me deixaram sair pela mesma saída de todas as outras pessoas que usavam carro, me fizeram sair por um outro acesso muito mais longe e inconveniente para meu trajeto. E eu juro p/ vocês que não falei 1 palavra ríspida com eles, respondi tudo de maneira monossilábica e direta, deixei para resolver com o administrador do condomínio. Nestas situações eu não dou carteirada, não digo que eu sou executivo, empreendedor, internacionalmente premiado; se me consideram um entregador por causa da roupa e da bike, que continuem achando isso, mas que me tratem com respeito mesmo assim.
Eu não me sinto humilhado por me confundirem com um outro tipo de profissional, me sinto humilhado por me tratarem com descaso e não acreditarem no que eu falo. E tenho dó dos entregadores de verdade, que devem passar por isso todo dia o dia todo. Já a pessoa da recepção (aquela que entrega crachás) foi muito bem educada, não me tratou mal por causa da minha roupa e até me deu um folheto com o telefone do condomínio, para eu fazer uma ligação e reclamar com o administrador. Liguei no condomínio e expliquei minha experiência, quem me atendeu pediu desculpas e disse que vai fazer um treinamento com os profissionais da segurança. Da próxima vez eu roubo uma Porsche Cayenne ali mesmo no congestionamento da Av. JK e chego “de patrão”, quem sabe assim eles me tratam como gente.
O que o complexo tem a dizer
O Vá de Bike entrou em contato com a administração do São Paulo Corporate Towers para saber mais sobre o ocorrido, mas a empresa que administra a segurança do local não quis se pronunciar sobre o assunto.
Porém, a assessoria de imprensa da companhia em questão afirmou que, de acordo com informações iniciais, o que teria ocorrido é que os funcionários do local pediram para que Marco desmontasse da bicicleta e prosseguisse à pé, já que o fluxo de bicicletas era proibido no local onde ele estava. Porém a agência não soube explicar exatamente em qual lugar do prédio as pedaladas são proibidas.
Atualizado (18/08, 18h): A administração do condomínio entrou em contato posteriormente com o Vá de Bike, afirmando que o treinamento para os seguranças foi reforçado para que episódios como esse não se repitam. O complexo comentou ainda que considera muito importante o uso de bicicletas, e que inclusive já dispõe de um bicicletário no local para atender a demanda do público.
Preconceito contra ciclistas não é novidade em SP
Esta não é a primeira vez que um estabelecimento é criticado publicamente por seus funcionários adotarem posturas preconceituosas contra ciclistas. Essa é uma situação recorrente em várias partes de São Paulo e ao redor de todo o Brasil. Já falamos aqui mesmo no Vá de Bike sobre outros casos parecidos que ocorreram ao longo dos últimos anos. Em 2011, por exemplo, o Bourbon Shopping São Paulo, localizado no bairro da Pompeia, se viu envolvido em polêmica por obrigar ciclistas a descerem de suas bicicletas antes de adentrar no estacionamento.
Outro estabelecimento que já se mostrou pouco aberto às magrelas foi o Conjunto Nacional, que fica na avenida Paulista. Um funcionário da Estapar, empresa que administra o estacionamento do condomínio, foi rude e agressivo com Willian Cruz, fundador do Vá de Bike, quando este questionou o horário de funcionamento reduzido do bicicletário instalado no local, alguns anos atrás.
Vale lembrar que a Lei Municipal 14.266, instaurada em fevereiro de 2007, obriga “edifícios públicos, indústrias, escolas, centros de compras, condomínios, parques e outros locais de grande fluxo de pessoas” a terem uma infraestrutura para o estacionamento de bicicletas. Veja as leis que obrigam bicicletários em São Paulo.
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Quanta idiotice do pessoal dos prédios! Bicicleta nem espaço ocupa, com um pouco de boa vontade tudo se resolve. Mas essa história não é nova. Lá pela décad de 1980, eu usava regularmente a bicicleta, e nenhum condomínio deixava estacionar, mesmo estando o estacionamento vazio.
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o caso do Marco, empresário, não é e nunca será um caso isolado. Eu aqui em Curitiba, passo pelas mesmas situações. A diferença entre estar bem vestida e numa bike, é muuuuuito diferente! Eu nem ligo e rio por dentro. Pobreza de espírito , não tem jeito!
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O mais irônico, é ver os “sofredores de preconceito” praticando o mesmo assim que lhes é dada a oportunidade… Essa é minha cidade, só ensina coisa boa pros outros… Bom senso, que é bom, nada, e se usado vira motivo de chacota… Viva SP!
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Louco isso. Comprei uma bike dobrável semana passada. Tenho entrado em todo lugar com ela dobrada e ninguém falou nada ou olhou torto, muito pelo contrário, pessoas puxam conversa. Semana passada fui num laboratório de análises clínicas em Moema e deixei minha dobrável ao meu lado o tempo todo até quando fazia meu exame.
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LEGAL QUE ATÉ AGORA SÓ SE DEPAROU COM GNT BEM EDUCADA.
mas isso não é em todo lugar.
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Já estive nos dois lados em prédios corporativos: como empresário e como ciclista courier, pois tenho uma empresa deste segmento em SP.
Infelizmente os condomínios ainda não perceberam que a cidade está mudando, salvo exceções claro! Não ter vaga adequada para a bicicleta é o maior problema. Algumas vezes, os seguranças nem permitem que se estacione a bicicleta na calçada. É uma situação constrangedora.
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Eu já fui em consulta de Bike, e o cara , segurança, veio chegando “VAI PRA ONDE?” Eu: Consulta! Ele: AONDE?? QUAL MÉDICO?
Eu: Tal tal tal.
E da outra foi no hospital pra visitar minha filha recém nascida.
Cheguei, deixei a bike e fui em direção ao segurança pra perguntar onde poderia deixar.
Ele já veio falando “Não pode deixar aí não”
Eu: Calma, só quero saber onde posso deixar!
É osso. Se chegasse num Porsche…
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Marco, grande trabalho em expor esses marginais mal educados. Eu fui no prédio do Google ali na Faria Lima e tive que deixar a bicicleta na rua pois não deixavam eu entrar no estacionamento. A bici ficou na rua até as 22 horas. Uma vergonha um empreendimento inaugurado em 2013 não ter capacidade para receber ciclistas. O resto dos escritórios que visito são todos mais ou menos assim. Ou não tem lugar próprio, não deixam entrar ou precisa ser funcionário para estacionar.
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esse procedimento BABACA desses condominios se deve ao fato que não PODEM COBRAR PELO ESTACIONAMENTO ALGUEM DE BIKE!!
aki onde trabalho não tem um maldito lugar pra deixar bike. agora pra carro, até pra helicopetero tem!!
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É paradoxal este preconceito contra bikes em SP pela elite, pois são os filhos e parentes deles que estão na vanguarda de andar de bike em SP. A explosão do movimento de bikes nos últimos 5 anos só ocorreu quando este sensibilizou a classe média e média/alta de São Paulo.
Eu já passei por um caso parecido a dois meses atrás, quando eu ia dormir na casa de um amigo na zona oeste. Quando eu fui entrar no apartamento dele, o porteiro simplesmente falou que o acesso ao prédio com bicicletas era proibido. E ponto, não consegui entrar. Resultado: tive que ir pra casa a 20 quilômetros dali, no Horto Florestal, de bike e super cansado. Ainda perdi o compromisso que teria no outro dia por causa disso.
O caminho da bicicleta ser reconhecida como um meio de transporte em São Paulo será longo, ainda mais por ser esta a cidade locomotiva de todo tipo de conservadorismo e visão estreita, infelizmente. Mas mal esta elite sabe que o caminho da bike não tem volta. Eles que fiquem 4 horas no trânsito todos os dias.
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Olha, não acho que isso seja uma atitude da elite conforme você disse. Conforme o relato quem tratou mal o ciclista foi o segurança do edifício, que creio eu, não faz parte dessa elite que você diz, o porteiro do seu caso também não. Já passei tanto por experiências boas quanto problemáticas por exemplo, ali no prédio do Santander na JK tem uma área para estacionar bicicletas e na primeira vez que fui o seguranca foi bem educado em me indicar onde deveria estacionar a bike sendo que na época o bicicletário estava em construção. Enquanto isso no prédio de um parente meu cheguei de bike e o porteiro também veio com um papo de que não poderia entrar de bike e que eu deveria deixa-la na rua, nisso peguei e liguei para o meu primo que entrou imediatamente em contato com o sindico que desceu para liberar minha entrada e na minha frente chamou a atenção do funcionário perguntando de onde havia tirado a ideia de que quem possui bike não poderia entrar no edifício. O sujeito imediatamente falou que achou que era o correto e blá blá blá. Portanto acho que vem mais do preconceito de determinadas pessoas do que com relação ao grupo econômico de que fazem parte.
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Infelizmente um bando de ignorantes e preconceituosos, tratam você pelo aquilo q vc tem não o q vc é! Mas vc agiu corretamente com inteligência e sabedoria!
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Troque de shopping!
O higienópolis tem bicicletario onde nem com a corrente voce precisa se preocupar.
Um funcionário faz sua ficha na rapidez acondiciona a bike e a tranca.
Quando voce volta, ele ou outro funcionário destacado e de guarda abre a cadeado pra voce.
Inconveniencia?
É céu aberto, na frente do Shopping.
Só os usuários do shopping te olham atravessado quando de sapatilha,jersey e calção.
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Verdade Marco, não vou muito em shopping mas as vezes que fui lá no Higienópolis nunca tive problemas, tem paraciclos na Veiga Filho e vaga na garagem (não sei se agora tem lugar específico para bike no estacionamento, mas há um tempo atrás era junto com as motos mas eu não importo muito com isso).
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Isso que ocorreu não foi uma falta de respeito com o ciclista em si e sim com o ser humano, mas já é normal esse tipo de pensamento por uma grande parte da população, vivemos em um mundo hj em dia que ser humano é deixar de ser ser humano e apenas ocupar um lugar de destaque na sociedade, com dinheiro e fama, já estamos cansados de ver pessoas deixando de ser ser humano e sempre se achar que é melhor que outros muitos seres humanos porque tem dinheiro, mas o buraco será o mesmo, e como o mundo está entrando um verdadeiro caos e o Brasil sem encaminhando para uma grande guerra civil, quero ver esse tipo de pessoa fazer alguma coisa, afinal ele é feito do mesmo material que uma pessoa pobre….
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Concordo!
Apesar da qualidade de conexão do visitante, ainda são mais de 2mb de transferência e o término do carregamento de todos assets (incluindo widgets) é de mais de 25 segundos sem cachê.
Tem algumas medidas que são bem simples de se tomar e que podem melhorar bastante esses números (atualmente são 73 requisições http no load inicial e os scripts/estilos não são minificados, por exemplo).
Polêmico. O que acha? 6 5
Juca e Fasterrr, vocês têm razão, a otimização do carregamento e uma melhora no design estão na nossa lista de pendências aqui. Se tiverem recomendações ou sugestões específicas, agradecemos se puderem enviar no contato@vadebike.org. Obrigado!
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Um dia, por bem ou por mal, vão acordar e começar a nos tratar com o devido respeito.
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São pessoas de mentalidade pequena. Muitas ainda acham que o carro é sinal de status, mal sabem elas que estão enganadas.
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o cara que se acha alguem na vida pelo carro que tem
mas deve se sentir TÃO LIXO que sem o carro deve desejar até não existir!
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