A criança e a bicicleta
Em Rotterdam, na Holanda, Raquel Jorge acompanhou uma tarde de saída de escola, e registrou cenas de algo que a bicicleta nos dá desde cedo: autonomia.
Lembro da primeira vez que pedalei sem as rodinhas. Da sensação de conquista, liberdade e autonomia. O vento nos cabelos (naquela época ninguém usava capacete) e a risada que misturava medo com euforia. Eu tinha seis anos e morava em Florianópolis. Foi meu pai quem me ensinou, lá na avenida Beira Mar Norte. Lembro também da expressão dele, algo entre orgulho e receio. Ele ia imitando com a cabeça os mesmos movimentos que eu fazia com o corpo na tentativa de me manter equilibrada. Até que eu consegui, e serei eternamente grata a ele por este momento único e inesquecível.
Talvez nossa primeira grande conquista seja aprender a andar. O fato de conseguirmos ir e vir sem depender de alguém que nos carregue muda a forma e até o ângulo com que vemos o mundo. Mas é raro encontrar alguém que se lembre deste momento. No entanto, pergunte para qualquer pessoa que anda de bicicleta e ela te dirá, em detalhes, a sensação da sua “primeira vez”. E como todos sabem, depois que você aprende jamais esquece.
Brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança, já dizia Piaget. E quando penso na bicicleta e na importância que ela tem na minha vida entendo o que este “brincar” representa. Algo que vai muito além da diversão e do prazer.
Andar de bicicleta talvez seja a primeira oportunidade que temos, enquanto crianças, de sermos independentes. Isso é fundamental para o desenvolvimento da auto-estima. Nos deixa mais seguros e mais confiantes em relação às nossas capacidades. Onde podemos nos conduzir e entendemos que não precisamos ser “carregados”, ganhando com isso a segurança de poder seguir, literalmente, pelas próprias pernas. Aprendemos que o medo pode ser superado e o quanto isso é libertador.
Associamos o aprender a pedalar à infância, mas é uma habilidade que pode ser adquirida em qualquer momento da vida. O grau de dificuldade é o mesmo, engana-se quem acredita que quanto mais velho mais difícil vai ser. Não é. E imagino que a emoção e a sensação de conquista sejam tão intensas quanto são para a criança.
Passei uma tarde em Rotterdam, na Holanda, a observar aquele momento do dia que chamamos de “saída da escola”. Ao invés de uma fila de carros parados esperando com o pisca alerta ligado, uma fila de bicicletas. Não era nem uma fila, uma vez que os pais e mães, ainda que sobre as magrelas, conversavam entre si.
O que vi a seguir foi como sempre imaginei o mundo ideal: as crianças menores iam acomodadas em cadeiras, cestas, trailers. Mas as crianças que já sabiam pedalar conduziam suas próprias bicicletas. O pai ou a mãe pedalando ao lado, entre a criança e a rua, fazendo assim a proteção.
Alguns iam com a mão nas costas do filho – algo tão simbólico. Como quem diz: eu mostro o caminho, eu estou ao seu lado, mas você consegue ir sozinho!
E isso, acreditem, muda tudo.
Precisamos de décadas de politicas voltadas para civilização no que se refere a trânsito para chegarmos a algo parecido … Infelizmente.
Chegar a algo parecido seria como acordar num sonho pra mim …
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Quanta fofura num post só! Será que um dia veremos isso em Sampa?
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Rafael, nós vivemos num eterno pesadelo. E Leonor, nunca veremos algo assim na banânia…
Infelizmente este “bananão” em que nascemos NUNCA será uma nação porque o povo bananês é composto de:
• 10% de gente decente, honesta que trabalha e estuda, se esforçando para ser um humano melhor, com cultura e ética (é o que mantém esta pocilga de pé).
• 60% de povo lixo, que usa o famoso “jeitinho bananês” e quer sempre “…levar vantagem em tudo, certo?” Que como todo lixo, pode ser reciclado, mas só que não quer. Acha que quem é honesto é otário e ele é que é “esperto”. Não se informa, não lê, não procura ter um mínimo de cultura. Não sabe viver em sociedade e nem respeitar o outro. Se este outro usar a bicicleta como transporte, então nem se fala…
• 30% de escória, tipo lixo hospitalar que não pode ser reciclado. Vide petralhas e o chefão da quadrilha, o vulgo novededos…
Isto aqui NUNCA vai ter futuro…. Infelizmente! As novas gerações (crianças) estão sendo educadas pelos próprios pais, a serem “pessoas lixo”, muitos indiretamente (porque aprenderam a ser lixo também e nunca quiseram se reciclar).
Quando jogam lixo na rua na frente dos filhos (para dizer o mínimo) estão apenas ensinando-os a serem lixo também…
E este povo lixo, depois de duas semanas das eleições, não se lembra mais em quem votou. Mas sabe a cor da cueca de todos os jogadores e o nome das personagens das novelas dos últimos dez anos. E se orgulha disso.
E se o bandido vagabundo novededos se candidatar em 2018, será eleito pelo povo lixo. E o tiririca (deputado federal!) está aí para provar que este povo só tem merda na cabeça, é a pura expressão deste povo lixo…
É triste, mais é a verdade. Quem tiver chance e oportunidade, se mude para um País de verdade.
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