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Roubos de bicicleta aumentaram 43% em São Paulo

Só nos três primeiros meses de 2018, foram 130 roubos, o equivalente a duas ocorrências a cada três dias

Trancar a bicicleta de maneira adequada reduz bastante a probabilidade de furto. Imagem: TV Record/Reprodução

Participamos de matéria do telejornal Fala Brasil (Record) sobre roubos e furtos de bicicleta que foi ao ar nessa quinta-feira, 17 de maio, comentando sobre os melhores tipos de tranca e cuidados ao comprar uma bicicleta usada.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), os roubos aumentaram 43% em 2017 no estado de SP. Só nos três primeiros meses de 2018, foram 130 roubos, o equivalente a duas ocorrências a cada três dias.

Isso sem contar a subnofiticação, ou seja, muitos dos roubos e furtos não são levados ao conhecimento da polícia. Em um levantamento espontâneo feito pelas organizações de cicloativistas Ciclocidade, Aromeiazero, Aliança Bike, CicloBR, Bike é Legal e Vá de Bike em 2017, pouco mais da metade (51,1%) das vítimas não fez boletim de ocorrência. A pesquisa foi feita por meio de questionário durante três semanas, com 331 participantes que tiveram bikes furtadas ou roubadas em todo o estado de São Paulo.

Trancas

Travas do tipo U-Lock estão entre as mais seguras para trancar a bicicleta. Foto: Divulgação

Sobre as trancas, nossa recomendação é usar sempre uma u-lock (trava em formato de U), bem mais difícil de quebrar, prendendo a roda traseira por dentro do quadro em um objeto fixo, como um poste ou grade (veja aqui nossas recomendações). Se possível, conjugar com um cabo de aço, para que o ladrão precise de duas ferramentas diferentes (e grandes) para levar a bicicleta, o que acaba fazendo com que ele desista.

Nunca prenda apenas com um cabo de aço ou corrente, por mais grossos que sejam, porque com o alicate certo é possível cortá-los em segundos. E os ladrões já saem na rua com esse tipo de alicate escondido embaixo de uma blusa, procurando a bicicleta que vão levar.

Sobre a reportagem

A respeito da matéria veiculada na Record, complementamos com as seguintes informações:

  • Não é uma maior presença de bicicletas “de luxo” nas ruas que tem feito aumentar os roubos, isso é uma suposição da redação do jornal. Bicicletas caras sempre foram alvo, a novidade é que todo tipo de bicicleta tem sido roubada atualmente, não só as de ponta ou chamativas. No nosso entendimento, o aumento de bicicletas em circulação que ocorreu nos últimos anos chamou atenção de ladrões e acabou criando uma rede mais ampla de receptação/revenda (se tem quem roube, é porque tem quem compre). Por isso reforçamos que saber a procedência ao comprar é de extrema importância: ao comprar uma bicicleta roubada, você recompensa o ladrão e o estimula a fazer novos roubos.
Imagem: TV Record/Reprodução
  • Não é preciso cadastrar a bicicleta no sistema da SSP quando sua bicicleta é roubada. Basta fazer BO e fornecer o número do chassi (que costuma ficar embaixo do eixo dos pedais, anote agora!), que ele entra no cadastro automaticamente. O objetivo do cadastro, além de servir para a própria polícia identificar bicicletas roubadas, é possibilitar ao cidadão consultar se a bicicleta usada que ele pretende comprar não foi roubada de alguém (não resolve em caso de compra de peças, como pontua equivocadamente a reportagem). O cadastro pode ser consultado aqui.
  • Divulgar que existem bicicletas que “custam o mesmo que um carro” só serve para atiçar os ladrões que ainda não entraram nesse segmento, que vão pensar que elas são comuns, quando na verdade são a exceção da exceção e raramente circulam nas ruas das cidades. Os valores não deviam ter sido divulgados, bem como o foco da matéria não deveria ter sido nas “bicicletas de luxo”.
Imagem: TV Record/Reprodução

3 comentários em “Roubos de bicicleta aumentaram 43% em São Paulo

  1. Outro fator que incentiva o roubo de bicicletas é o valor de revenda dos mesmos … é só olhar em sites de vendas de usados … a tendência é que roubem aqueles importados e de performance, elétricos ….

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  2. Bem não fica claro onde foram roubadas, se amarradas em postes ou árvores, durante o trânsito, ou em bicicletário, ou em outro lugar. Contudo, acredito que não se de bicicletários, do metrô, cptm, ou de empresas fornecidos para seus funcionários. Por isto que é importante verificar se há aumento de bicicletários fornecidos por administração pública ou privada. Creio que podemos traçar um paralelo com veículos automotivos. Carros geralmente são roubadas estacionados em local público. Creio que as bicicletas também. Se houver mais estacionamentos, onde há pessoas olhando e verificando, a probabilidade de serem roubadas diminui.

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