Alguns jogos que criaram novos estilos
Elite é um jogo que marcou minha adolescência, nos anos 80. Eu passava tardes e noites destruindo Thargoids. Esse jogo criou o estilo chamado hoje de space trading e vários games são feitos até hoje seguindo essa linha. Eu e meu irmão jogamos o original no MSX, todas as versões posteriores (citadas no link acima) no PC e mais alguns “descendentes” que não estão citados no texto (X – Beyond The Frontier, Privateer e outros). Tenho até um game de space trading no meu Palm!
O que ando jogando hoje é um descendente indireto do Elite, o Freelancer. Já completei o storyline e estou com a melhor nave e as melhores armas que o jogo permite. Parti agora para o multiplayer, onde tenho que recomeçar tudo, mas acho que logo canso dele porque acabou o desafio. Quando isso ocorrer, vou conhecer um tal EVE Online, que me parece ser na mesma linha mas é um MMORPG pago. Tem um outro MMORGP brasileiro que está pra ser lançado e parece que vai ser nessa linha, o Taikodon. Parece que vai ser ótimo, estou botando uma fé nos colegas brazucas e pretendo experimentar também.
Outro game que criou um estilo foi o Civilization. Ou melhor, seu antecessor, o Colonization! Você era um colonizador europeu chegando na américa. Fantástico e inovador para a época em que foi desenvolvido, também fez escola. Surgiram várias variantes desse estilo, porque copiá-lo claramente ficaria até esquisito, pois o conceito de jogo era muito diferente de tudo que existia até então.
Joguei muitos descendentes diretos do Colonization: Civilization (I e II), Call to Power, Alpha Centauri. De vez em quando ainda jogo de novo o Alpha Centauri. Civilization III e IV eu ainda não joguei…
Cheguei a jogar um “descendente indireto” muito legal chamado Reunion, onde você começava em um planeta, com um estilo de jogo parecido com o do Civilization mas, pelo que me lembro, sem unidades de ataque e defesa, apenas construções. Você tinha que pesquisar tecnologia e tentar chegar em outros planetas antes que os extraterrestres te destruíssem. No fim você tinha vários planetas desenvolvendo em paralelo, fazia diplomacia com outras raças, conquistava aliados, se defendia de inimigos e ataques surpresa e tinha que evoluir em tática de guerra, conhecimento, etc, investindo inclusive em universidades. Já procurei muito por esse jogo para jogar de novo, mas nunca mais encontrei. O máximo que encontrei foi esta página em branco. Infelizmente minha cópia se perdeu em algum disquete há mais de dez anos.
Jogos como Warcraft, Starcraft e outros clones também me parecem variantes do Colonization, mas foram implementadas diversas inovações, como unidades móveis para fazer harvesting. O Homeworld é uma variação de Warcraft, mas conseguiram fazer algo bem criativo: transportaram o estilo para um ambiente espacial em 3D. Você tem naves que fazem harvesting, tem naves exploratórias (scouts) e tem sua nave mãe, que é equivalente ao seu centro da cidade. Só que ele é móvel e também consegue atacar e se defender… A navegação é REALMENTE 3D, você tem que navegar nos 3 eixos para atingir certos pontos onde a ação deve acontecer. Mover-se apenas nos eixos x e y não resolve seu problema: o inimigo pode estar “acima”. Esse jogo, até onde eu sei, não deixou descendentes indiretos, apenas uma segunda versão pouco melhorada, com novas missões sobre o mesmo engine.
E quem foi o avô do Counter-strike? Wolfenstein 3D, muitos responderiam de pronto. Mas não… o paleolítico aqui chegou a jogar uma coisa estranha chamada Tiranossauro Rex, que foi o primeiro dos jogos 3D em primeira pessoa!
Tiranossauro Rex (3D Monster Maze) era um jogo para os computadores da linha Sinclair ZX-81, que eram micros pessoais com 16Kb de RAM (sim você leu certo, DEZESSEIS, só o texto dessa página já é maior que isso), sem cor, nem som, nem modo gráfico (sim, eu sou velho). Você andava em um labirinto formado por blocos brancos e o dinossauro que o perseguia também era feito com esses blocos. Você tinha que encontrar a saída antes que o dinossauro te encontrasse. Na tela cabia o equivalente a 80×50 blocos e eu juro que eu via um dinossauro ali vindo me pegar (as crianças daquela época usavam bem mais a imaginação). E como o computador não tinha som, quando o dinossauro estava perto a última linha da tela apresentava a frase “Passos se aproximando, Rex viu você”. Para nós, naquela época, era de arrepiar!
E por falar em jogos de primeira pessoa, vale a pena conhecer a história do Duke Nukem Forever. É engraçada e triste ao mesmo tempo: o jogo demorava tanto para ser desenvolvido que a cada vez que atingia um ponto em que poderia ser lançado, não era páreo para os concorrentes mais elaborados e tinha que ser reformado, muitas vezes recomeçado quase do zero. Diz a lenda que ainda está em desenvolvimento e vai ser lançado um dia… 🙂