Como tornar uma cidade melhor para seus habitantes?
É o que a jornalista Natália Garcia pretende descobrir, com o projeto Cidades para Pessoas.
Com o projeto Cidades para Pessoas, Natália Garcia pretende conhecer a fundo 12 cidades, praticando uma imersão em cada cultura local, já que vai morar durante um mês em cada uma delas. O objetivo é coletar boas ideias de planejamento urbano e entender como essas idéias melhoraram (ou não) a vida de quem mora lá.
Seus deslocamentos serão principalmente de bicicleta, pois a jornalista percebeu que é a melhor maneira de conhecer o povo local, sua cultura e o melhor modo de interagir com uma cidade. Entenda por que ela chegou a essa conclusão.
O critério de escolha dessas cidades foi terem colocado em prática projetos de planejamento urbano que tinham por objetivo deixá-las melhores para as pessoas – não para os carros, nem para as empresas imobiliárias. As reportagens produzidas terão como meta mostrar o que, nessas empreitadas, deu certo (e o que não deu), como foram os processos de implementação desses projetos e como eles impactaram a vida das pessoas que moram lá.
Para saber mais, visite o blog do projeto Cidades para Pessoas.
Mais do que um projeto sobre cidades “incríveis”, este é um projeto sobre cidades “possíveis”.
Todos nós podemos ajudar
A maior dificuldade em projetos independentes como esse, feitos com a cara e a coragem de quem tem o ideal de um mundo melhor, costuma ser captar recursos. Por isso, Natália optou por arrecadar parte do orçamento pelo sistema de crowdfunding – uma ação colaborativa em que todo cidadão pode contribuir com pequenas quantias, através da internet.
Funciona assim: em vez de batalhar ingloriamente para conseguir um investidor graúdo, uma multidão de pequenos investidores compra cotas de financiamento, a partir de R$ 20, e ganham recompensas, que variam de acordo com o valor doado.
Mas a maior recompensa, certamente, é o resultado que esse projeto vai ter, trazendo informações e conteúdo extremamente relevantes para o planejamento urbano, que podem transformar as cidades brasileiras também em cidades feitas para as pessoas.
Até o momento em que escrevo este texto, Natália conseguiu arrecadar apenas R$ 12 mil. E ela tem só até domingo, dia 20, para chegar aos R$ 25 mil necessários!
Eu já apoiei o projeto e torço para ele dar certo. E você, também quer ver o cidades para pessoas sendo realizado? Dê sua contribuição!
O arquiteto que reinventou as cidades
Quando recebeu seu diploma, na década de 60, o jovem arquiteto Jan Gehl arranjou um emprego na prefeitura de Copenhagen e emplacou o polêmico projeto de impedir que carros circulassem por uma das principais avenidas comerciais da cidade.
“Não somos a Itália”, diziam jornais no dia seguinte ao anúncio dessa ideia, tentando mostrar que o clima nórdico da Dinamarca não convidava as pessoas à rua e que, sem a circulação de carros, aquela avenida morreria.
Mas não morreu. Ao contrário, ali foi criado o Strøget, um calçadão de pedestres que rapidamente virou um efervescente ponto de circulação de pessoas à pé e de bicicleta. Um ano depois, todas as lojas de comércio do local lucraram com a iniciativa e hoje Copenhagen é a cidade com o maior número de usuários cotidianos de bicicleta do mundo.
Jan Gehl criou seu próprio escritório, o Gehl Architects, e se tornou um consultor mundial em projetos que se propunham a “Copenhaguizar” o mundo. O Gehl Architects foi responsável pelo planejamento urbano de diversas cidades – como Melbourne, Estocolmo, Lyon e Perth, que serão visitadas pelo projeto – e destaca diversas outras por projetos que seguem filosofias próximas à sua: “primeiro as pessoas, depois as ruas, depois os prédios”.
As cidades que serão visitadas foram planejadas por Jan Gehl, tiveram sua consultoria ou são consideradas por ele como importantes.
Parabéns Natália. Como eu fico feliz em ver algo tão bonito tornar-se realidade. São pessoas desbravadoras e guerreiras como vc que criam a chance de um futuro mais harmônico e melhor para as “nossas” cidades. Abraços e boa sorte de toda a equipe Megariders.
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A resposta a essa pergunta poderia dar inicio a uma disciplina acadêmcica de 60 horas e talvez ainda não teriamos a resposta… vou querer ver o resultado.
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