Pôr do sol na praia: prêmio para quem passou o dia todo pedalando

Como foi a Rota Márcia Prado 2011

A chuva não impediu que cerca de 2800 ciclistas descessem de São Paulo a Santos pela Rota Cicloturística Márcia Prado. Muita gente veio de outras cidades para fazer a viagem em grupo. O evento foi um grande sucesso e superou todas as expectativas. E você, esteve lá? Conte aqui sua experiência!

Pôr do sol na praia: prêmio para quem passou o dia todo pedalando

A chuva não impediu que cerca de 2800 ciclistas descessem de São Paulo a Santos pela Rota Cicloturística Márcia Prado, em 10 de dezembro de 2011. Muita gente veio de outras cidades, de carro ou de ônibus fretado, para fazer a viagem em grupo.  Nem a chuva, nem o barro, nem a espera na Imigrantes tiraram o brilho do passeio!

O evento foi um sucesso e superou todas as expectativas. Márcia Prado ficaria orgulhosa. Parabéns a todos que participaram!

Ciclovia

Logo na entrada da Ciclovia Rio Pinheiros, congestionamento na passarela! Muita gente concentrada ali no início. A pista estava molhada, mas não presenciei nenhum escorregão. É só passar com cuidado nas curvas e não frear de forma brusca no retão.

Uma família de capivaras com vários filhotes chamava bastante atenção dos ciclistas. Uma menina fez menção de pular a grade para passar a mão nos bichos, mas alguém a alertou para o perigo de carrapatos. Sem contar que, com os filhotes, elas poderiam se tornar agressivas. Moram na cidade, mas são bichos do mato, melhor deixá-las em paz.

Grajaú

Havia voluntários do Instituto CicloBR no trecho urbano, orientando quanto ao caminho a tomar. As placas também ajudavam, embora estivessem faltando em algum lugar (talvez tenham sido retiradas por alguém durante a noite). A Av. Belmira Marin é inóspita ao ciclista em alguns pontos, com faixa única em algumas subidas, mas no geral os motoristas estavam respeitando bem.

Logo antes da primeira balsa, um caminhão da Sabesp distribuía água potável. As balsas partiam cheias de bicicletas, que embarcavam antes dos carros. Depois da segunda balsa, começava o trecho de terra. Até a Estrada de Manutenção, os ciclistas pegaram garoa e chuva em vários momentos e o tempo permaneceu fechado.

A terra

No trecho do Bororé havia muito barro, mas não lama. O chão de terra batida continuava duro, embora um pouco escorregadio e cheio de poças.

A terra, um pouco arenosa, sujou muito as bicicletas e fez com que as transmissões não funcionassem muito bem. Alguns ciclistas começaram a ter dificuldade para passar as marchas. Dava para perceber de longe quem não tinha paralamas, pelas costas sujas de barro.

Algumas subidas mais fortes fizeram os ciclistas empurrarem as bicicletas. Mesmo quem tinha pernas para subir pedalando às vezes optava por empurrar, para economizar as energias. Afinal, eram cerca de 100km no total.

A Polícia Rodoviária formava comboios de cerca de quinhentos ciclistas e interditava a Rodovia na altura da interligação por alguns minutos, para que o grupo passasse em segurança. A cena da Imigrantes tomada por centenas de bicicletas vai ficar na memória de todos!

O asfalto

A interligação foi bloqueada pela Polícia Rodoviária para que o enorme grupo de ciclistas pudesse cruzar em segurança.

Chegando na Imigrantes, era necessário esperar formar um grupo grande para que a Polícia Rodoviária deixasse seguir caminho, o que fez com que alguns ciclistas pensassem que a passagem por ali não seria permitida.

Quando havia cerca de 500 ciclistas, a PR interditava a Imigrantes e o acesso que vinha da interligação para que os ciclistas passassem.

Por alguns minutos, a cena era linda: a estrada fechada para os automóveis, com um grupo gigantesco de ciclistas coloridos e felizes cruzando o trecho da interligação.

Quando o último ciclista passava pelo acesso, o fluxo dos automóveis era liberado novamente.

A Polícia Rodoviária está de parabéns. O esquema montado nesse ano foi muito melhor que o do ano passado, quando fizeram os ciclistas darem a volta pela interligação para voltar à Imigrantes por uma estrada secundária, aumentando em muitos quilômetros o percurso.

A Estrada de Manutenção

O visual é indescritível. A estrada em si é linda. Os pilares gigantescos que sustentam a rodovia impressionavam os ciclistas. As cachoeiras foram alvos de muitos cliques. Em alguns pontos, muitos ciclistas paravam.

A estrada estava escorregadia apenas nas laterais, mesmo estando molhada. O importante é não deixar a bicicleta embalar muito nas descidas, para não escorregar na curva que geralmente fica no final.

E os participantes estão de parabéns. Vim praticamente com o último grupo e não vi lixo no chão. Deixamos a estrada como encontramos. Importantíssimo cuidar bem do parque, para que permitam novas descidas!

O comércio

Senso de oportunidade

Lanchonetes, restaurantes, mercadinhos, bares e até barracas de cachorro-quente ficaram cheios de bicicletas na porta. Os ciclistas movimentavam o comércio por onde passavam, conversavam com as pessoas, sorriam e tiravam fotos. As crianças enchiam os ciclistas de perguntas.

De dentro de um carro, um senhor me perguntou sorrindo: “e aí, vão oficializar a rota ou não”? Na Av. Belmira Marin, um cartaz num poste apontava uma bicicletaria. Um bar na Ilha do Bororé tinha um cartaz da Rota colado na parede.

Na praia, restaurantes e quiosques ficaram lotados de bicicletas. Vi duas senhoras moradoras de Santos perguntando se o tal evento era algo na linha do Caminho de Santiago. Acharam lindo ver tantos ciclistas, um pessoal alegre e animado se dispondo a fazer tudo aquilo de bicicleta pra chegar ali. E se surpreenderam quando souberam que eram quase três mil pessoas: “Parabéns, viu? Sejam bem vindos!”

Na rodoviária, por pouco não fiquei sem passagem: as empresas de ônibus achavam que não cabiam muitas bicicletas nos bagageiros e só vendiam passagem para poucos ciclistas por ônibus. Quando perceberam que cabiam cerca de 15 bicicletas, começaram a liberar mais vagas e todo mundo (ou quase) conseguiu embarcar no sábado mesmo. A rodoviária ficou lotada de bicicletas até tarde da noite.

Autoridades que fecham os olhos para as proibições da Ecovias ainda não notaram, mas o evento de 2011 provou que o cicloturismo tem um grande potencial, do qual os comerciantes ao longo do trajeto já têm certeza. Muita gente ainda precisa entender que dentro do cicloturismo, existe turismo.

Conte sua experiência!

Você estava lá? Tirou fotos? Gravou vídeos? Conte pra gente aqui nos comentários!

E no ano que vem tem mais! 🙂

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49 comentários em “Como foi a Rota Márcia Prado 2011

  1. Não, foi isso mesmo, semana passada, estava esperando em ser em janeiro sei lá, eu tava até montando um comboio para ir.
    dia 10 eu estava em curitiba, fazendo vestibular, pelo visto o jeito vai ser descer a graciosa e comer um barreado em morretes, e pedir carona pra voltar

    euaheuahea

    A rota tinha que funcionar todos os dias, ou ao menos fins de semanas e alguns feriados, mesmo com uma cobrança de 10 reais por exemplo eu iria, sai mais barato que onibus pra praia

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  2. Fica aqui meu protesto as autoridades eramos um grupo de mais de 100 ciclistas que foram barrados por policiais rodoviários incompetentes que simplesmente não nos deixaram prosseguir pela rodovia Imigrantes no trevo de Diadema alegando que ciclistas não tinham autorização para trafegar pela mesma e que mesmo apos diversas tentativas explicando o passeio não nos deixaram prosseguir alegando falta de segurança e policiamento adequado para escolta a qual para minha surpresa essa escolta estava apenas alguns quilometros a nossa frente, bastava apenas se comunicar via radio e liberar a nossa passagem o que não foi feito, uma verdadeira ignorância e truculência por parte do TOR que foi a policia que nos barrou, custava eles perguntarem se estava liberado o passeio??

    Luiz

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  3. Foi minha primeira vez que participei da “descida” da Serra do Mar (entre aspas porque tem muuuitas subidas!!). Gostei muito da paisagem e a garoa até ajudou a manter a viagem refrescante.
    Só achei exagerada a espera de mais de uma hora pela liberação na Rodovia dos Imigrantes. O corpo começou a esfriar e achei que tudo poderia ser facilmente resolvido se a Policia Rodoviária simplesmente colocasse cones entre a pista e o acostamento para deixar os ciclistas passarem com segurança durante o dia do evento.
    Não imaginei que mais de 2800 ciclistas tivessem participado. Imagine se o tempo estivesse bom??
    Falta a participação de mais mulheres… foram poucas as corajosas.
    Parabéns para nós todas!!!

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  4. Sou de Santos e no sabado dia 10 fui correr na USP as 19:30 , na volta , logo nas estações de metro que passava , estranhei a quantidade de ciclistas circulando (20:00 hrs) e ao chegar no Terminal Jabaquara , um Senhor com sua bike me pediu informação onde ficava o acesso ao metro e logo perguntei se ele era de Santos. Foi quando ao chegar perto do onibus (estava indo para casa , rodoviaria de Santos) uma surpresa enorme , varios ciclistas desembarcando com suas bicicletas ! Aparentemente todos encharcados de lama , foi quando pensei que este pessoal fizeram alguma trilha. Já em Santos presenciei um fato inedito na Rodoviaria que era por volta das 23:00 , tinha muito mais ciclistas esperando o embarque para a Capital , eram tantos que parecia não caber em tão pouco espaço ! Só no Domingo que vi atraves do Facebbok da Renata Falzoni o porque de tantos ciclistas ! Fiquei impressionado e com certeza em 2012 estarei presente ! Abraços a todos os ciclistas que participaram desta aventura !

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    1. Luiz,
      Sou de SV
      Tentamos conversar com várias bicicletarias por aqui,mas elas nao se interessaram.
      Mesmo assim levamos dois ônibus lotados da baixada (éramos 60 pessoas).

      Ano que vem tem mais!!!
      Abraços

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      1. Guilherme Moraes,
        Domingo agora dia 18 estarei no Passeio Ciclistico Chegada do Verão no Emissario Submarino ! Vai ser depois do jogo ! Você vai estar lá ?
        Vou participar do World Bike Tour Mês que vem em São Paulo, pois fui sorteado na 1º fase ! Vocês vão ter onibus para este evento ?
        Abraços.

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  5. OLÁ PARTICIPEI DO PASSEIO, MARAVILHOSO, SOU DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP(600K) INTERIOR DE SAO PAULO, VIAJEI A NOITE TODA PARA PARTICIPAR DO EVENTO. MEUS AMIGOS NA ULTIMA HORA DESISTIRAM E SE ARREPENDERAM. DEUS OBRIGADO POR REALIZAR MAIS UM SONHO. PARABÉNS, ATÉ 2012. ABRAÇOS ANDRÉ
    (PEDEVELABIKECLUBE)

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    1. Sim, vamos fazer isso no ano que vem, mas o grande problema foi que a PMR segurou a massa e chegavam 500 ciclistas de uma vez só para preencher, por isso deu aquela confusão.

      Mas creio que numa rota de 100km, com 4 cidades e totalmente gratuita e feita por voluntários, esperarar alguns minutos que visam a segurança das pessoas é o de menos.

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  6. Bom dia a todos,

    Foi a minha primeira experiência de viagem de Bike. Gostei muito e a equipe organizadora merece os parabens…
    Quero so aproveitar para pedir para que, os meus novos amigos de Santo Andre o Patrik e o Feijão, se por acaso lerem este post, entrem em contato e me enviem as fotos… Valeu a companhia!

    Aproveito tambem para divulga o meu blog, que tem um depoimento quanto ao passeio na Rota Marcia Prado.
    http://ciclovias-abcd.blogspot.com/

    Um grande abraço a todos e aviso estou programando um passeio por aqui no ABCD. Indo nos Parques Pedroso e chegando em Paranapiacaba. Aguardem….

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  7. “O evento foi um sucesso e superou todas as expectativas. Márcia Prado ficaria orgulhosa. Parabéns a todos que participaram!” De arrepiar! É a sensação de que estamos fazendo a coisa certa. O Zeitgeist da bicicleta chegou, é uma convergência de diversos fatores no mesmo momento nos dizendo que não tem mais volta, só cresce. Poder fazer parte disso tudo é fantástico.

    Comentário bem votado! Thumb up 5 Thumb down 0

  8. A organização está de parabéns. Acredito que o passeio foi excelente e provou mais uma vez que os ciclistas são pessoas de bem, que só querem curtir com as suas magrelas. O passeio teve apoio de muitos voluntários e acho que isso fez toda diferença. Se existem pontos que precisam ser melhorados? Sim mas acho que a união faz a força nesse sentido e ano que vem teremo um evento ainda melhor!!!!

    Parabéns a todos os participantes, organizadores e apoiadores!

    Abraços,

    Igor

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  9. Que chuva que nada! só o visual e o contato com a natureza valeu qualquer sacrifício, irei de novo ano que vem.
    sugestão: mais placas indicativas no trecho urbano, tanto em São Paulo quanto em Santos.

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