Proposta que foi encaminhada para a SMT/CET para analise, podendo ou não haver alterações. Fonte: Ativa

Conheça o Plano Cicloviário da região da Lapa, em São Paulo

O plano prevê a construção de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, instalação de paraciclos, reestruturação das pontes e ligação com as estações de trem e de metrô da região. Agora, os ciclistas precisam ficar de olho e pressionar para que a coisa saia do papel.

No dia 26 de abril, em São Paulo, o “Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz” da Subprefeitura Lapa (CADES-Lapa) se reuniu em reunião ordinária para apresentar à população o Plano Cicloviário da Lapa, licitado na época em que Soninha Francine era subprefeita da região.

A Ativa, empresa que ganhou a licitação, apresentou a metodologia, os conceitos e estudos que embasaram o Plano. A proposta, desenvolvida para a Sub-Lapa, foi encaminhada para a Secretaria Metropolitana dos Transportes (SMT) e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Proposta que foi encaminhada para a SMT/CET para analise, podendo ou não haver alterações. Fonte: Ativa

Segundo informações da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo), que acompanhou a reunião, o plano prevê a construção de ciclovias, ciclofaixas e trânsito compartilhado com sinalização – conhecida também como ciclorrota – e instalação de paraciclos.

Ao todo são 100 km de estrutura construída, dividida em três momentos:

– o primeiro de reformas mais simples (38 km de ciclofaixas e ciclorrotas), em até 2 anos;

– o segundo, com 27 km, prevê obras pequenas e sinalização, já incluindo ciclovias;

– o terceiro, com 35 km e obras de maior porte, deve demorar até 10 anos para ser concluído.

De acordo com o site da Ciclocidade: “O Plano Cicloviário da Lapa prevê, ainda, a restruturação das pontes da região para que elas tenham espaços específicos para as bicicletas. Segundo o estudo que embasou o plano, há um grande fluxo de ciclistas nestas alças, que são colocados numa situação de risco pela falta de uma via para bicicletas, como seria previsto por lei. O plano também propõe a ligação da infraestrutura cicloviária às estações de trem e de metrô da região e leva em conta locais de maior interesse, como igrejas, comércio e faculdades”.

Onde está o projeto?

Atualmente (maio/2012) o projeto está sendo analisado por SMT e CET. Os órgãos precisam aprová-lo ou não. Aqui é muito importante o acompanhamento da população, para que essa etapa não demore muito nem esqueçam o projeto em alguma gaveta pelo caminho.

E quando voltar da SMT/ CET?

Depois de aprovado e reencaminhado à Sub-Lapa, seria ideal que houvesse mais uma reunião (semelhante a essa do CADES/Lapa), para que a sociedade civil possa conhecer e avaliar o que foi proposto pelos órgãos de trânsito, se houve alterações e quais são as mudanças.

Precisamos acompanhar de perto os encaminhamentos deste Plano Cicloviário, antes e depois que saia do papel, possibilitando controle da sociedade (especialmente dos cidadãos ciclistas) em relação às decisões e ao que está sendo feito.

Essa também é uma ótima oportunidade de pressionar para que todas as Sub-Prefeituras de São Paulo façam também os seus planos e/ou que promovam um plano cicloviário geral para a cidade, integrando estudos e interesses, para não que este não seja mais um projeto isolado e desconectado do resto do município.

Depois de aprovado

A partir das aprovações de todos, começa a luta pela sua execução real: licitação, recursos e toda a morosidade do nosso sistema. Ainda temos muito trabalho pela frente, e tudo isso também depende da ação da sociedade civil para não demorar mais do que o necessário nem ser engavetado.

O próximo prefeito de São Paulo precisa ter consciência da existência desses projetos (e de todos os outros que já estão em andamento) e utilizá-los na construção do seu Plano de Ação – norteador das ações municipais durante a gestão.

Para conhecer o Plano Cicloviário da Lapa, visite este link.

9 comentários em “Conheça o Plano Cicloviário da região da Lapa, em São Paulo

  1. Neste plano é incluído o distrito do Jaguaré, onde há uma indicação ( mas não menção dos nomes das vias ) das vias Av. Antonio de Souza Noschese e Av. Presidente Altino. Não há nenhuma sinalização, mas totalmente cicláveis, há cuidados a serem tomados na Av. Presidente Altino. Estas duas vias desembocam na Estação Presidente Altino. O que seria uma ótima ciclorota, para aproveitar o modal Trem. Contudo, há uma falta de um bicicletário na Estação Presidente Altino. Como é uma região limites da cidade de OSASCO e SÃO PAULO, é uma região problemática por falta de infraestrutura e melhorias. Bom tópico que Aline apresentou, que me levou a investigar estas rotas presentes no Plano Cicloviário da Região da Lapa. Certamente estas duas vias seriam de grande utilidade para os usuários da região ( incluindo a minha pessoa ), se fossem feitas as sinalizações e feito as melhorias. Não significa que seja impeditivo, mas com certeza desestimula o uso por falta do cuidado da prefeitura ( das prefeituras se considerar o entorno da estação Presidente Altino ).

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  2. E isso aqui? Com a troca política-ideológica-administrativa engavetou-se? Ou prevaleceu o bom senso (claro, tirando aqueles prazos medonhos, que “reformas mais simples” em 2 anos é no mínimo um apavorante contrassenso), ao menos como subsídio ao planejamento?

    Pergunto essas coisas porque hoje completei minha tour pela ciclorrota Lapa, agora da Rua Fábia (com Aurélia) até o Parque Vila-Lobos. Pros lados da Pompéia-Sumaré eu já conhecia. E como finalmente percorri essa ciclorrota por inteiro, duas ou três observações:

    1) Sinalização vertical boa, mas há alguns “pontos cegos”. Nada que comprometa, mas não chega a ser perfeita. Sinalização perfeita é aquela que não causa nenhuma hesitação ao “estrangeiro” em sua hesitante primeira vez.

    2) Sinalização horizontal (as bicicletinhas pintadas no chão) já em franco desgaste. É que não é aquela tinta grossa, né? Devia ser. E acho que deviam mais: deviam ser “enquadradas” em vermelho, que enquadradas em vermelho impõe mais respeito e/ou temor aos motorizados.

    3) Pô, Willian, descola e posta uns vídeos completos das ciclorrotas, com todo o caminho, ida e volta. Bom, procurei (ou mal procurei) e não achei nada assim na internet. Acho que poderiam servir, mais do que apenas relatos, como estímulo decisivo à primeira viagem dos que costumam temer a primeira viagem.

    Ah, não seria interessante bolar um estudo sobre a freqüência de uso das ciclorrotas, tipo origem-destino, feito pela Prefeitura ou pelo CEBRAP mesmo, já que foi este que fez o mapeamento que serviu para a implantação delas?

    Enfim, mas não menos importante…

    4) Preciso parar de fumar.

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  3. As atitudes do poder público são muito claras em termos de prioridade: quando o assunto é carro, ele dispensa licitação e faz a extensão da marginal Tietê (15km) ao custo de 1 bilhão da noite para o dia; quando o assunto é pedestre, ele só mexe na mexe na estrutura para beneficiar os carros (ex.: colocação de semáforos para pedestre, que reduzem a liberdade deste e aumento do tempo destes na luz vermelha piscante, que só os deixa mais apavorados ao atravessar). Queria ver na cidade um só semáforo de pedestre em que o botão para atravessar funcione. Quem anda a pé (mais de 70% da população, incluindo quem usa transporte público) é feito de palhaço diariamente. Por fim, quando o assunto é bicicleta, temos que divulgar os planos existentes para que o prefeito saiba deles e ainda somos obrigados a ouvir que as obras mais profundas (mais do que a marginal do tietê?????) demorarão mais de 10 anos.
    As coisas estão melhorando, e vão melhorar ainda mais. Mas haja manifestação…

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    1. Haja manifestação, tempo e paciência. verdade!

      De pensar que tem (muita) gente sendo paga e ganhando (muita) grana pra diariamente pensar no fluxo de carros e bem-estar para motoristas, enquanto nós (pedestres e ciclistas) fazemos 3º e 4º tempos depois da ralação do trabalho comum, pra tentar acompanhar as coisas, decisões, audiências e ainda ter tempo de escrever, divulgar e participar. Sendo que não ganhamos NADA pra isso, é puramente paixão e ideologia de ver essa cidade decente, um dia.

      É injusto e dificil demais. Mas somos muitos, cada dia mais e mais fortes

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      1. Falou tudo, Aline! É dureza conseguir tempo pra fazer tudo isso. Ainda mais agora, com a bebê em casa, na hora que a gente consegue colocar ela pra dormir eu tô moído de sono e não consigo fazer mais nada para o site… Ainda bem que você me ajuda, viu?

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  4. É um plano cuja velocidade de sua implantação dependerá em grande medida da mobilização para que seja implantado. Na minha cabeça o que interessa é saber se as rotas propostas estão corretas e se as opções de ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas estão bem posicionadas e fazem sentido. Fundamental é articular as demais subprefeituras ou mesmo que a Secretaria de coordenação de subprefeituras conjuntamente com a Secretaria de transportes abracem de verdade a idéia de possibilitar a bicicleta como alternativa de transporte. Eu quero a liberdade de ir e vir com segurança na minha bicicleta. Penso que a gente tem que ter unidade na ação, ou seja, avaçar o plano para as subprefeituras vizinhas e pressionar o compromisso dos politico que estão pra se eleger… Mais amor, menos motor!!!

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  5. O plano parece ótimo, a idéia de cobrar sua implementação idem, mas é surreal o cronograma!

    10 anos de prazo para o poder público fazer “obras maiores”, assim consideradas as ciclovias e a sinalização (placas e tinta no chão)??? Esperar até pelo menos 2021?!?!

    Em dez anos, quantos viadutos e estilingões foram feitos para os carros em São Paulo? É surreal que numa cidade travada como a nossa o transporte por bicicleta não seja visto como prioridade!!! Vergonhoso até…

    Se eu for ter que brigar nas subs, pelo direito de poder esperar dez anos para finalmente conseguir transitar com segurança na ponte do Limão… na boa, prefiro colocar como meta pessoal mudar para outra cidade…

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