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Circuito MTB de Favelas leva mountain bike para comunidades do Rio

Provas de Downhill e Cross Country levarão diversão, renda, esporte e integração aos morros cariocas. Assista o vídeo do primeiro percurso.

circuito mtb de favelas

Desde março, moradores das comunidades do Rio de Janeiro já estão vendo de perto eventos esportivos de nível internacional, com competições disputadíssimas que movimentam intensamente os locais onde são realizadas.

Ao longo de 2013, as comunidades de Turano, Chácara do Céu, Borel, Complexo do Alemão, Mangueira, Pavão-Pavãozinho e Providência recebem provas de Cross Country e Downhill, tendo como cenário seus terrenos acidentados, trilhas, becos, vielas e escadarias.

 

Próximas datas

07 de abril – DHU no Turano
14 de abril – XCO no Turano
12 de maio – XCO Alemão
02 de junho – DHU Alemão
21 de julho – DHU Mangueira
08 de setembro – DHU Providência
10 de novembro – XCO Borel

 

Downhill

Considerada uma modalidade radical do ciclismo, o Downhill tem atraído fortemente a atenção de adolescentes e jovens do Rio. As competições do Circuito MTB de Favelas entraram no calendário das provas do Ranking Estadual de DH 2013, possibilitando que o atleta some pontos no ranking estadual – além, é claro, de poder se tornar campeão da série de provas nas favelas.

“É uma parceria que só tem a somar pra todos”, afirma Thiago Silveira, organizador das provas de Downhill, sobre a relação com a Fecierj. “Dessa maneira estamos transformando o DH do Estado do Rio em uma modalidade mais sólida, dando mais visibilidade para essa modalidade extrema do ciclismo carioca”.

 

Integração

Além do lazer e do incentivo ao esporte, a atividade gera renda, conhecimento e oportunidades de negócio, quebrando a barreira invisível que separa a favela do asfalto. Os moradores são envolvidos em todos os processos, desde montagem das pistas até a realização do evento em si. “Com o MTB de Favelas, nós trazemos trabalho, renda e auto estima às comunidades, e tudo isso através da bicicleta e do esporte”, diz Silveira.

Mais informações na página oficial e no grupo do Facebook

 

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10 de março: Pavão-Pavãozinho

No domingo 10 de março, o Rio de Janeiro recebeu a primeira etapa do Circuito. A largada foi às 10h, na localidade conhecida como Vietnã, no campo de futebol. Após cruzar toda a comunidade num percurso de aproximadamente 1.100m, por escadarias, becos e vielas, os ciclistas passavam pela Estrada do Cantagalo, Ladeira Saint Romain e chegavam na Rua Sá Ferreira.

O ponto mais alto da prova era a 161 metros acima do nível do mar. Por todo o percurso, a organização montou pequenas estruturas para a minimização de riscos em quedas, com estofamento de postes, instalação de redes de proteção, fechamento de buracos e algumas rampas de madeira para apoio e facilitação da descida. Além da pontuação (para o Circuito e para o Ranking Estadual), foi distribuído um total de R$ 10 mil em premiação.

“O clima de expectativa entre os moradores cresce a cada dia, a cada rampa nova que surge na paisagem de concreto da favela”, comentava Thiago Gomes, diretor da prova, durante os preparativos. Com toda essa estrutura, a favela serviu de palco de luxo para um dos esportes mais radicais que existe.

Vídeo

Veja como foi descer o Pavão-Pavãozinho e sinta um pouco da emoção que os competidores tiveram no Circuito:

 

A importância do evento

Por João Paulo Labeda, downhiller e autor da página 2Rodas

João Paulo Labeda em ação. Foto: 2Rodas
João Paulo Labeda em ação. Foto: 2Rodas

Além de trazer uma imagem mais sólida para o nosso esporte, o evento de DHU (Downhill Urbano) nas comunidades do Rio também iniciará um processo que certamente a curto prazo será desencadeado em todo o país.

Estamos falando de um esporte que cresce a cada dia, com adeptos de todas as idades e das mais diversas camadas sociais, mas que ainda carece um pouco de locais devidamente estruturados para a prática. Com a realização deste evento, teremos um espaço a mais na mídia para mostrar que nosso esporte está chegando com tudo e que precisamos de suporte por parte de empresas, governo e, principalmente, de federações, que na minha opinião não estão nem aí para o ciclismo extremo.

O circuito do Rio tem tudo para se consolidar como um dos maiores eventos do gênero em nosso país, pois acontece em um dos cenários mais belos e perfeitos para a prática do Downhill Urbano, com condições climáticas e geográficas perfeitas, sem falar no carisma do cidadão carioca.

Como praticante vejo isso como um grande momento em nossa modalidade. Vejo o DHU crescendo e tomando a proporção que gostaríamos que tivesse. Participar desse processo é muito empolgante, pois antes a prática era relativamente restrita a poucos devido ao alto custo do esporte. Hoje o cenário mudou bastante, não se limitando mais a esses pequenos grupos.

É a minha primeira participação em um evento deste porte. Estou muito empolgado e confiante de que terei um ótimo resultado na prova, além da certeza de diversão garantida, pois encontrarei muitos amigos que residem em outros pontos do país, muitos que ainda nem conheço pessoalmente, uma ótima oportunidade para trocar experiências e fortalecer mais ainda o cenário do nosso esporte.

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