Encerrada a equipe de ciclismo de pista do Rio de Janeiro
Demolição do velódromo do Rio e falta de apoio da CBC culminaram no encerramento da equipe Fecierj/Livewright. Entenda o caso.
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Demolição do velódromo foi o prenúncio do fim da equipe Ciclistas tentaram salvar o velódromo Entenda o ciclismo de pista olímpico |
Como antecipamos em dezembro passado aqui no Vá de Bike, a demolição do velódromo terminou por resultar no encerramento da equipe de ciclismo de pista do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito pela Federação de Ciclismo do Estado (Fecierj) e pelo Movimento LiveWright – parceiro responsável pela captação de recursos, que tinha a expectativa de fazer o Brasil subir no quadro de medalhas como resultado do investimento no ciclismo, já que a modalidade pista pode trazer até 54 medalhas olímpicas.
Todo o trabalho desenvolvido pelas duas instituições, pelos atletas, treinadores e equipe de apoio foi, infelizmente, jogado pelo ralo, como consequência da decisão de destruir o velódromo sem que houvesse outro espaço para que os ciclistas continuasse seus treinos. O encerramento, anunciado na segunda-feira 15 de julho, é a pá de cal que faltava sobre a equipe, que ficou sem local para treinar desde 8 de fevereiro, quando o velódromo do Rio de Janeiro, construído para o Pan de 2007, fechou suas portas definitivamente. Entenda os motivos da demolição.
“Era um projeto que estava no começo, mas que já vinha alcançando bons resultados”, conta Túlio Landin, diretor executivo do Movimento LiveWright. Veja no vídeo abaixo, em matéria de Renata Falzoni, a qualidade do trabalho que era realizado no velódromo:
Falta de apoio
Nos cinco meses que se passaram desde o fechamento do velódromo, o que deixou os atletas sem local para treinar, a Fecierj e o LiveWright tentaram levar um grupo de ciclistas para treinamentos no exterior. Mas, segundo Landin, houve falta de apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC). “Tentamos de todas as maneiras viabilizar um projeto com a CBC para que pelo menos parte do grupo treinasse na Europa, mas não conseguimos acordo”, desabafa o diretor do LiveWright. Com isso, a opção foi encerrar o projeto de ciclismo de pista.
Segundo nota, para que esse treinamento no exterior fosse possível a CBC precisaria adotar o grupo como integrante da seleção brasileira, mas a entidade recusou-se a apoiar o projeto e a assinar um contrato de gestão de longo prazo com o LiveWright, “influenciando assim a desistência dos patrocinadores que o Movimento tinha alinhado para garantir a continuidade do projeto da Fecierj”, afirma a nota.
Tentamos contato telefônico com a CBC, mas o expediente havia se encerrado. Deixamos mensagem através do formulário de contato do site (em 15 de julho) e publicaremos aqui o posicionamento da Confederação, assim que houver retorno.
Atualizado em 17 de julho: passados dois dias, não recebemos resposta alguma da CBC.
Seleção brasileira
No site da CBC há a informação de que a seleção brasileira de ciclismo de pista tem como sede o velódromo de Maringá, no Paraná. Recentemente a equipe recebeu a visita do Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que afirmou ser preciso “investir em infraestrutura esportiva em todas as regiões do país, dentro do conceito de nacionalização dos legados da Copa do Mundo e das Olimpíadas”.
Durante o encontro, o presidente da CBC, José Luiz Vasconcellos, discutiu com o ministro propostas de desenvolvimento para o ciclismo nacional. “Nossas propostas foram muito bem recebidas”, declarou Vasconcellos, embora a matéria da CBC não informe quais seriam essas propostas.
No mínimo lamentável.
Mesmo que esse velódromo não possua os requisitos para as Olimpíadas de 2016, o mesmo seria extremamente útil para a realização de treinamento de equipes e demonstrações.
É o dinheiro público jogado no lixo!
Vejam mais uma reportagem bem interessante da Renata Falzoni sobre o assunto:
espn.com.br/post/342545_projeto-de-ciclismo-de-pista-da-fecierj-e-encerrado-por-falta-de-apoio
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Vendo com o que aconteceu com o velódromo do Rio, legado do Pan 2007, já sabemos o que herdaremos disso tudo: Dívida dos cofres públicos e um equipamento esportivo tipo “fachada”. Uma confederação que leva ciclismo no nome e não consegue reconhecer a importância do mesmo, é no mínimo absurdo, pra não dizer criminoso.
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