Nova manifestação busca respostas sobre retirada de ciclovia em Taboão da Serra (3/9)

Cidadãos convocam para mais uma manifestação e tentativa de diálogo com o prefeito de Taboão da Serra, no dia 3 de setembro. Entenda o caso.

manifestacao taboao

Na terça-feira, 3 de setembro, cidadãos tentarão novamente diálogo com o prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB), para sensibilizá-lo quanto à necessidade da ciclovia que foi desativada em fevereiro, colocando em risco quem usa a bicicleta como transporte na cidade.

Compareça! Só a presença em massa da população mostrará que ignorar o problema e intimidar os ciclistas é um caminho equivocado. Fingir que o problema não existe não faz com ele desapareça.

Quando e onde

3 de setembro, terça-feira, 19h
Praça Nicola Vivilechio – Taboão da Serra/SP
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Entenda a desativação

Em fevereiro de 2013, a Prefeitura de Taboão da Serra (SP) desativou uma ciclovia que cruza bairros importantes da cidade e serve como alternativa à perigosa rodovia Régis Bittencourt. Na época, o Vá de Bike tentou contato por vários dias com a Prefeitura da cidade para obter um posicionamento, mas tivemos nossos e-mails ignorados. Não conseguimos contato telefônico.

Segundo o site Via Trolebus, a justificativa para a retirada foi que a ciclovia termina na Av. Eliseu de Almeida, em São Paulo, onde não há ciclovia, portanto não haveria necessidade de uma ciclovia em Taboão também. O atual Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Rinaldo Tacola Filho, afirmou ao Taboão em Foco que a ciclovia “era pouco utilizada e o município precisa de mais espaços para circulação de veículos”.

Já o prefeito Fernando Fernandes, justificou a desativação como uma forma de “melhorar o fluxo dos carros na cidade” e, para solucionar a questão, propôs a criação de uma ciclofaixa de lazer aos domingos, demonstrando que não considera a bicicleta um meio de transporte.

Para o prefeito de Taboão da Serra, a pressa dos motoristas é mais importante que a vida de quem utiliza a bicicleta. Se o custo para as pessoas chegarem mais rápido de carro é o risco de morte para quem usa a bicicleta, tudo bem. É um preço que o prefeito aceita pagar. Afinal, ele só anda de carro (e pelo jeito não dirige muito bem).

Manifestações

Em março, cidadãos organizaram uma manifestação para tentar sensibilizar o prefeito, mas foram recebidos pela GCM e pelo Secretário de Segurança da cidade, Gerson Pereira Brito, que ameaçou de prisão quem fizesse barulho em frente à casa do prefeito. Por coincidência (mas não muita), o secretário é também cunhado de Fernandes.

No dia 29 de agosto, houve nova tentativa, relatada aqui. Dessa vez, GCM e PM impediram que os manifestantes passassem pela rua onde mora o prefeito. Como se não bastasse, o Comandante da GCM apertava disfarçadamente um spray de gás de pimenta enquanto conversava com o representante da Ciclocidade. O secretário de segurança também estava por lá.

Quando da retirada da ciclovia, a pintura vermelha já havia sumido totalmente em alguns pontos. Foto: Luiz Henrique Amaral
Quando da retirada da ciclovia, a pintura vermelha já havia sumido totalmente em alguns pontos. Foto: Luiz Henrique Amaral

Histórico da ciclovia

Em 2008, a ciclovia foi anunciada no site da Prefeitura com a justificativa de acidentes frequentes. “A ciclovia  é muito importante, pois democratiza os meios de locomoção, ajuda o trânsito, além de colocarmos o debate para a sociedade sobre o meio ambiente”, afirmou à época João Piza, assessor técnico da Secretaria de Habitação. O custo da obra chegou próximo aos R$ 600 mil, investimento que agora é jogado fora.

Em 2010, moradores e principalmente comerciantes já questionavam a ciclovia, por reservar uma das faixas à circulação segura de bicicletas, anteriormente utilizada como área de estacionamento. Como é comum em implantações de ciclofaixas, quem não pôde mais usar o espaço público como estacionamento particular começou a reclamar, desconsiderando que o viário é da cidade, não do morador ou comerciante, e destinado primariamente à circulação, não ao estacionamento.

Na época, foi feita uma avaliação da ciclovia pelo então diretor do Instituto CicloBR, André Pasqualini, apontando que o traçado era adequado mas a sinalização precisava ser melhorada, entre outros pontos. O então Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Claudinei Pereira, defendeu a ciclovia, afirmando que no município “as pessoas andam mais de bicicleta do que de táxi” e por isso não poderia pensar de forma diferente.

Mas as melhorias na sinalização nunca vieram. A ciclovia ficou sem manutenção todos esses anos, o que causou sua deterioração. A falta de fiscalização tornava comum seu uso para estacionamento de automóveis. O atual Secretário de Transportes, Rinaldo Tacola, usou a falta de manutenção como um dos argumentos para justificar a retirada da ciclovia, pois o custo para reverter a deterioração da ciclovia seria alto.

Pelo jeito, as vidas dos cidadãos que usam a bicicleta não justificam esse investimento. Que criem (ou ganhem) asas.

6 comentários em “Nova manifestação busca respostas sobre retirada de ciclovia em Taboão da Serra (3/9)

  1. Bom dia a todos.

    Primeiro eu quero parabenizar a todos da equipe Vádebike pela rica iniciativa.

    Eu quero pedir ajuda para vocês pelo seguinte.

    Existe uma “ciclovia” na Av. Inajar de Souza na Freguesia do Ó onde ultimamente tem sido pista de ladrões e usuários de drogas.
    Nos últimos meses ocorreram diversos assaltos inclusive a mão armada onde também fui vitima.
    A via tem aproximadamente 2,5 km e é paralela a uma favela que se estende pela avenida e não há policiamento algum.
    Gostaria do apoio de vocês para que possa pressionar as autoridades da região pela questão, já que as pessoas estão evitando utilizá-la.
    Um área destinada ao lazer num bairro onde isso é raro, é inadmissível que vire parque de diversão para bandidos e usuário de drogas.

    Agradeço pela oportunidade.

    Fabio Luiz Barbara
    11 94121-4176

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  2. Moro em Embu das Artes e passo muitos vezes por Taboão a caminho de SP, e posso dizer, o termo circulação de veículos em Taboão é uma piada pronta. O município só tem 2 saídas diretas para SP e as duas vivem congestionadas, milhares de manobras já foram feitas para desafogar o transito e nenhuma delas surtiu grande efeito.

    Alias, a mobilidade urbana de Taboão é horrível, os ônibus são tartarugas (por conta do fato dos motoristas também serem cobradores), até uma criança pedalando é mais rápida que o transporte público de Taboão. As avenidas são estreitas e vivem cheias de carros estacionados, e ai de quem mexer com eles. Não existe fiscalização, fora da Regis nunca vi um amarelinho, muita gente anda como quer, não respeita as leis de transito e não está nem ai pra isso, não passo em SP inteira o que já passei em Taboão.

    Eu particularmente considero Taboão um município muito atrasado, qualquer coisa pública por lá anda a toque de tartaruga. Mas também um prefeito faz, desfaz e 8 anos depois volta ao poder, pra que trabalhar sério não é mesmo?

    Graças a todos estes problemas, o número de ciclistas que vejo por lá é grande, boa parte deles são bikes bem simples. Principalmente dentro do município, as pessoas estão cada vez mais trocando o transporte público pela bike. Não a toa Taboão tem o tamanho de um bairro de SP, mas tem 8 bicicletarias (que eu conheço). A prefeitura não pode virar as costas para os ciclistas, embora ela queira muito.

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  3. É uma ignorância sem precedentes por parte desses políticos, se a ciclovia na Eliseu de Almeida saísse do papel, fico imaginando qual seria o argumento do secretário de transportes de Taboão. Infelizmente a irresponsabilidade de um lado influencia negativamente o outro e quem paga o pato é a população.

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