Casal de cicloturistas estrangeiros já partiu do Recife rumo ao sul
Você pode ajudá-los com uma boa refeição e uma cama/rede para descansar por uma noite. Saiba sobre sua viagem e a importância dessa acolhida.
Em outubro, comentamos aqui sobre um casal de cicloturistas estrangeiros de passagem pelo nordeste brasileiro. Eles haviam saído de Fortaleza em direção a Natal, em uma viagem de longa duração em que pretendem dar a volta na América do Sul.
Ruben nos mandou uma mensagem nessa segunda 17/11, agradecendo a publicação do artigo e a hospitalidade que encontraram pelo caminho. O cicloturista avisa que saíram de Recife/PE e agora seguem rumo ao sul. Devem passar por Maceió nos próximos dias.
Muchas gracias. Muchas gracias porque gracias a su publicacion se nos han abierto muchas puertas en el camino.
Somos Kasia y Ruben (Polonia y Espanhia) y el dia 20 de octubre salimos de Fortaleza con la intencion de dar la vuelta a America del sur. Ese dia salio el articulo hablando sobre nuestro viaje gracias a la mediacion de Claudio Henrique Santos.
Hoy [18/nov] estamos en Recife lugar donde el movimiento pro ciclismo es muy activo y muy grande. Amanhana [19/nov] continuamos hacia el sur recorriendo el litoral, abrazos
É possível acompanhar o progresso do casal em sua página no Facebook – a Vivir en Ruta. Por sinal, eles têm publicado fotos maravilhosas das praias por onde passam. Estão descobrindo que o nordeste brasileiro é realmente sensacional.
Vamos ajudar?
Vamos dar um apoio para esse casal de cicloturistas que está viajando pelo Brasil? Não, não vamos pedir dinheiro: uma boa refeição e uma cama ou rede para descansar por uma noite já são de grande valia!
Apresente-se na página do projeto e deixe seus contatos, inclusive telefone.
Cicloturismo e o apoio de ciclistas locais
Em viagens de longa duração, que muitas vezes duram anos, cicloturistas dificilmente conseguem se manter com recursos próprios, já que estão passando por um período da vida onde não obtém rendimentos. Alguns criam um projeto de pesquisa, educacional, social ou jornalístico para ser realizado ao longo da viagem, conseguindo obter um patrocinador ou um financiamento por crowdfunding ao transformar a viagem em trabalho – como o projeto Transite e tantos outros. Alguns se tornam ciclonômades, parando por dias ou meses ao longo do caminho conforme encontram trabalho, juntando um pouco de dinheiro para prosseguir a viagem.
E há os que buscam puramente uma experiência pessoal, com o engrandecimento espiritual e de caráter que se consegue em uma cicloviagem longa. O cicloturismo passa a ser uma peregrinação, buscando o conhecimento interior, trilhando caminhos do mundo e da mente. Mais do que apenas seguir por caminhos, é uma viagem por pessoas – incluindo a si próprio. E o suprimento de necessidades básicas – como comer e dormir – faz parte desse aprendizado.
Ao longo da estrada, os cicloturistas conhecem pessoas, entram em contato com moradores locais. E geralmente da maneira mais simples possível: parando na rua e conversando. Ciclistas sempre são bastante receptivos: reconhecem um cicloturista pela quantidade de alforges e outras bagagens presas na bicicleta e logo puxam assunto. E isso é muito importante, porque o que o cicloturista mais precisa é de amizade, refeição e hospedagem. Em troca, você vai conhecer outra cultura, outras histórias, outra experiência de vida e uma visão de mundo bastante diferente da sua, que pode lhe inspirar para a vida. E saber que aquela pessoa vai partir levando, para onde quer que vá, gratidão no coração por sua acolhida hospitaleira, é o melhor de tudo.
Rede Warm Showers
Permitir que um cicloviajante possa encontrar alguém disposto a hospedá-lo por uma noite, servir um prato de comida e, como o nome da rede diz, emprestar um chuveiro quente: é esse o objetivo da Warm Showers, uma rede informal e colaborativa que conta com mais de 50 mil membros ativos em todo o mundo. Com mais de 30 mil residências e locais cadastrados para receber o cicloturista, o projeto colaborativo já tem até aplicativos para Android, iPhone e Windows Phone.
O cicloativista e cicloturista Dudu Green, de Florianópolis, em seu extinto blog Ciclonômade, fez uma vez um relato sobre sua utilização da rede Warm Showers. O blog não existe mais, mas a internet tem seus recursos maravilhosos: neste link ainda é possível ler o relato, do ano de 2009. “Redes de hospitalidade para viajantes não são novidade, as principais são Hospitality Club e Couch Surfing“, contava Green no site. “A grande diferença do Warm Showers é que cicloviajantes são como uma grande família, fazemos de tudo pra ajudar uns aos outros, pelo prazer de ver alguém chegando com a bici carregada, cheio de empolgação e histórias pra contar.”
Incentivamos os brasileiros a também se cadastrarem no site, para recepcionar os estrangeiros com a mesma hospitalidade com que nossos cicloturistas têm sido recebidos em outros países – além dos cicloviajantes de outras regiões de nosso país. Quem já viajou de bicicleta sabe a diferença que faz ter um lugar onde descansar, algo para comer e alguém para conversar ao chegar sozinho em uma cidade estranha.