Onda de violência no Rio causa insegurança entre ciclistas
Além dos frequentes assaltos no “Túnel do RioSul”, ciclovia que foi alterada para passar atrás de churrascaria já ganhou a alcunha de “Ciclovia do Perdeu”.
A cidade do Rio de Janeiro registrou um aumento expressivo nos casos de violência nas primeiras semanas de 2015. Os arrastões na orla das praias da zona sul deixaram o terror por onde passaram. Os casos de bala perdida com vítimas fatais também aumentaram em diversas regiões da cidade, além de assaltos seguidos de morte. Na segunda-feira, 26 de janeiro, houve relatos em redes sociais sobre casos de roubo de bicicletas na região da Lapa.
Cansados de serem alvo dos assaltos, alguns ciclistas resolveram protestar. No início desta semana, quem passava pela ciclovia do túnel novo que liga Copacabana ao bairro de Botafogo, também conhecido como túnel do RioSul, viu um cartaz alertando quanto aos roubos frequentes. A região é preferência antiga de ladrões que fazem dos ciclistas suas vítimas, principalmente mulheres sozinhas. Não há policiamento efetivo e algumas viaturas que ficam por ali não reagem com a rapidez necessária para combater os ataques, que são violentos em muitos casos.
Problema antigo
A notícia da ocorrência de assaltos naquela região é velha para muita gente que costuma se locomover de bicicleta. No ano de 2012, após vários casos serem relatados, uma ação parecida foi realizada, mas a prefeitura apagou o desenho feito pelas vítimas. Mesmo assim, o protesto que pedia mais segurança para os ciclistas se realizou e chamou a atenção da imprensa. No momento em que o protesto se realizava, a ciclista Guide Vieira, que se dirigia para o ponto de encontro para protestar contra a violência, sofreu um assalto no túnel e teve sua bicicleta roubada. Parece até piada, mas não é.
Outro trecho que tem sido apontado pelos ciclistas como bastante perigoso é o que liga a Urca ao bairro de Botafogo pela enseada da praia. A própria ciclista que vos fala já sofreu uma tentativa de assalto naquele trecho no ano de 2012. Fui salva pelos taxistas e garçons da churrascaria Fogo de Chão, que ouviram meus gritos por socorro.
“Ciclovia do Perdeu”
No próximo domingo, dia 1 de fevereiro, os ciclistas cariocas estão convocando um evento em protesto contra a mudança no trecho de ciclovia que passava em frente à churrascaria. De acordo com a descrição do evento, desde sua inauguração, em 2011, a churrascaria Fogo de Chão “tem um relacionamento difícil com os ciclistas e pedestres”, com “episódios de tratamento hostil dos seus funcionários a ciclistas”.
No percurso atual, a ciclovia passa por trás da churrascaria, margeando a praia em um lugar ermo, o que já lhe rendeu a alcunha de “Ciclovia do Perdeu”. Veja no vídeo abaixo, de autoria de Alexandre Rodrigues, enviado para o grupo da Bicicletada Rio de Janeiro:
Abaixo-assinado
Uma petição online foi criada para pedir a volta ao trajeto anterior. Veja aqui. O texto da petição ainda afirma que a alteração do traçado “sobrepõe os interesses privados da churrascaria ao de todos os ciclistas do Rio de Janeiro” e que agora os ciclistas precisam passar em um trecho perigoso e “ao lado de uma saída de esgoto”, com “duas curvas fechadas que potencializam a ocorrência de acidentes”.
Acerca da polêmica, Altamirando Fernandes Moraes, subsecretário de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro (SMAC), respondeu a Regina Chiaradia, presidente da Associação de Moradores de Botafogo: “o projeto é o mesmo. O trecho antigo vira calçada compartilhada com prioridade do pedestre. Os tachões que foram colocados indevidamente já solicitei que sejam retirados. A sinalização vai ser feita em breve e vamos também melhorar a passagem para a Praia de Botafogo”, prometeu.
Muitos ciclistas garantiram que continuarão usando o velho e melhor traçado – o que não significa ele seja mais seguro, mas de fato é menos arriscado.
Mais uma observação, já que havia dito que o problema de segurança em geral é um problema de integração. Várias iniciativas de envolver as pessoas para tornar o local onde vivem e passam mais seguras: como a vigilância solidária: http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2013/10/projeto-tenta-diminuir-criminalidade-em-aruja.html pode ajudar a tornar a ciclovias e ciclofaixas mais seguras por deixar a segurança em geralm mais segura. Por isto, que uma ciclovia ou ciclofaixa mal-planejada e que desrespeita os cidadãos que moram no local, um convite para a insegurança, para a criminalidade, pois os cidadãos não ião respeitar ou vão se omitir na manutenção da segurança pública e, por consequência, das ciclovias e ciclofaixas.
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Esta matéria também demonstra que segregação extrema, como há em vários pontos deste vídeo da ciclovia, não é solução adequada para as ciclovias e ciclofaixas. Há uma frase bastante famosoa do Nelson Rodrigues que questiona essa visão “Toda a unanimidade é uma burrice.” Ou seja, somos unanimes em dizer que a ciclovia é segura em relação ao avanço dos carros, pois eliminou o carro da solução. Contudo, deixaram de lado outras inseguranças.
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Analisando os vídeos, verifica-se que as ciclovias ou ciclofaixas, foram feitas sem pensar no quesito segurança, por apresentar vários pontos de pouco movimento de pessoas ou de carros e por ser de difícil visibilidade à distância, o que os tornam suscetíveis a ações criminosas. É compreensível que se façam longe dos veículos automotores, mas por mais que sejam ameaças, também os tornam um elemento de segurança, pois as passar um dos motoristas podem denunciar o crime. Então pensar somente na segurança contra a ameaça dos carros, torna as ciclovias e ciclofaixas vulneráveis em relação a este tipo de insegurança, muito comum entre os pedestres.
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Penso em bicicleta como meio de integração social. Desta maneira, os ciclistas também tem que participar da vida pública e ajudar a combater o crime fazendo denúncias, chamando polícia nas emergencias, informando a comunidade os pontos perigosos, e as ações feitas para minimizar ou até mesmo acabar com a criminalidade de um local. Por exemplo, as pontes que são para muitos um local muito inseguro para travessia, seja pelo trânsito como ameaça vinda da criminalidade. As pontes foram abandonadas por todos, até que mais ciclistas começaram a usá-las e ver os problemas desta travessia foram identificados. Identificação que deve também incluir os pedestres, pois a passagem dos pedestres é a alternativa dos ciclistas, e o segurança dos ciclistas é a dos pedestres. Isto porque o ciclista é o meio termo entre veículos motorizados e os pedestres. Se pensar bem, os motoristas também deveriam pensar na segurança do ciclista, pois eles também poderão estar vendo a segurança dos carros, pois a insegurança do motorista afeta a segurança do ciclista. Por exemplo, iluminação de debaixo das pontes, é um problema para os carros, mas também é para ciclistas, pois podem haver atividades que ameaçam a inda e vinda debaixo da pontes ( por exemplo, ponto de droga, local para tocaia para assalto, etc. ). Então a atitudes de todos deve sem em prol do bem estar geral, e, não somente para ciclistas. Ficar peensando em caixinhas, como somente ciclistas, não vai resolver o problema. Tem um artigo que ilustra bem isto: “O problema é seu. Se vira. Será ?” http://www.medplan.com.br/artigos/se-vira-o-problema-e-seu-sera-,23733
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Dia 05/jan dois pivetões quase levaram minha bike entre Botafogo e Flamengo.
15hs, na luz do dia.
Graças a Deus estou vivo.
Alerta autoridades!
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Olá ciclistas,
bom dia!
Estou tentando acessar o vídeo e ver a petição, mas ambos dão erro ao abrir.
Sou ciclista e passo todos os dias na ciclovia que liga Botafogo-Urca e acho uma falta de bom respeito enorme o que esta churrascaria e seus funcionários fazem conosco.
Estamos juntos!!!
Abraços.
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Luiz, deve ter sido algum problema temporário com sua conexão à internet, ou alguma limitação da rede por onde você tentou acessar (algumas redes corporativas bloqueiam sites como o Youtube). Conseguiu em alguma nova tentativa?
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Fui assaltada no dia 05/01/2015 às 15:20h na ciclovia no Botafogo. Não haviam policiais no local. O ladrão retirou minha bolsa da cestinha, eu caí da bike Itaú (machuquei muito) e ele saiu correndo em direção ao túnel. Gritei por socorro, mas as pessoas deram passagem para o ladrão. Fiquei sem minha bolsa contendo dinheiro, cartão, celular (necessário para retirar a bike) e documento além das cicatrizes da queda.
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Em Salvador as coisas não são diferentes, por aqui temos assaltos e furtos constantes, aqui a dica é pedalar em grupo, em alguns horários e evitar certas localidades, uma pena.
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Ontem terça-feira 27/01/2015 houve um arrastão à mão armada na ciclovia da Lagoa, no Rio de Janeiro, em frente ao Clube Monte Líbano. Dois ladrões armados levaram três bicicletas. Relato de um dos assaltados pode ser lido aqui: https://www.facebook.com/alexandre.lanca.12/posts/10152971926907225
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