O que dizer para um ciclista na calçada, na contramão ou fora da ciclovia?
O que fazer quando estamos pedalando e passamos por outro ciclista que está pedalando na contramão, sobre a calçada ou fora da ciclovia/ciclofaixa?
Em uma postagem de nossa fan page onde falávamos da abordagem positiva com os motoristas, o leitor Marcos Luis Mori nos fez essa pergunta. Respondemos por lá e replicamos a resposta aqui.
Eu queria saber como fazer com outro ciclista que vem na contramão ou na calçada ou fora da ciclofaixa. – Marcos Luis Mori
Abordagem rápida
Na maioria dos casos não haverá o que você possa dizer em um encontro muito rápido, assim de passagem, para convencer a pessoa a mudar seu comportamento.
Se ele está vindo na contramão, o melhor a fazer é protegê-lo, já que ele está correndo risco por circular assim. Contorne por fora dele, protegendo-o dos carros.
Ele tem a certeza de que o que faz é mais seguro e, com o único segundo possível para dizer algo quando ele passa por você, não será possível convencê-lo do contrário. Ele pode ter sido ensinado a trafegar dessa forma e não confia nos motoristas se aproximando por trás, o que é uma questão cultural e difícil de resolver. Pode ser que ele saiba que esse é um comportamento inadequado, mas não está disposto a fazer uma volta enorme e desgastante (quem nunca), que pune com esforço físico quem está pedalando para disciplinar a conturbada circulação de automóveis no espaço viário saturado da cidade. Pode ser ainda que ele não acredite que deve “seguir as regras dos carros”, que em sua visão não foram feitas para protegê-lo e portanto não precisam ser seguidas, outro nó cultural difícil de desatar (e que rende uma longa discussão – talvez outro dia, em outro artigo).
O trabalho educativo para resolver isso não é simples e é impossível de ser realizado com uma única frase, gritada por um desconhecido num encontro fugaz. Você só vai irritar alguém que você não conhece e não sabe a índole que tem.
Se ele está na calçada, é porque não se sente seguro para pedalar na rua, ao menos naquele local específico (novamente, quem nunca). Nada do que você disser irá convencê-lo a fazer isso, porque ele sente sua vida ameaçada e não se arriscará a usar a via. Ele só vai deixar de usar a calçada se 1) ganhar mais confiança ou 2) a rua se tornar segura o suficiente para ele (com ou sem ciclovia/ciclofaixa).
Portanto, também não há nada a fazer. Esse comportamento é sintoma de um problema maior (insegurança viária, agressividade dos motoristas), que precisa ser resolvido para que o sintoma desapareça. Seja compreensivo, principalmente se essa pessoa estiver transportando ou acompanhando uma criança.
Se ele está fora da ciclofaixa/ciclovia, se deslocando na mesma direção que você, é possível uma abordagem simpática, do tipo “ô colega, vem aqui pro tapete vermelho, é mais divertido!” Talvez você descubra que ele está fora da ciclovia porque vai virar à direita na próxima rua ou porque vai entrar em algum prédio/loja/casa naquela quadra, por exemplo… 😉
Conversando com calma
Em qualquer dos casos, se você tiver oportunidade de conversar com mais calma com o cidadão (por exemplo, se encontraram no mesmo destino ou numa parada de semáforo), comece puxando algum assunto com o qual ambos se identifiquem, para quebrar o gelo (comente sobre a subida, sobre o calor, sobre aquele motorista parado sobre a calçada, algo nessa linha).
Quando conquistar um sorriso, entre com sua recomendação, de forma sutil e mostrando o lado positivo do comportamento correto, sempre suavizando a crítica para não criar resistência ao seu argumento. O importante é ser sempre simpático na abordagem e tratar o outro como amigo. Isso já quebra boa parte da resistência, em qualquer abordagem.
Tente atribuir para si o comportamento em vez de criticar o do outro. “Cara, eu não consigo pedalar na contramão, fico sempre com medo de um carro virar a esquina na minha frente ou sair de uma garagem sem olhar pro meu lado.” Ou: “a última vez que pedalei na calçada, quase atropelei uma criança que saiu correndo de uma casa, nunca mais faço isso”. Afirmações como essa serão sementes, que podem florescer com o tempo e mudar esse comportamento. 😉
se tenho a chance de emparelhar com uma pessoa que desrespeita as regras de trânsito com sua bike, a minha conversa é simples. Começo com a frase “cara, é perigoso ser ciclista nessa cidade, não é mesmo?”
– “Sim, é sim.”
– E vc sabia que fica mais perigoso ainda quando os carros nos vêem desrespeitando as regras de trânsito? Porque o motorista de um carro pensa assim – se ele me desrespeita, eu também posso desrespeitar ele. E assim eu sofro as consequencias do seu comportamento. Já pensou nisso? Como isso vibra em você?
– (silêncio…)
– Se a gente respeita as regras, seremos respeitados. Simples assim.
– Mas aí eu chego atrasado no meu compromisso! (geralmente a resposta da outra pessoa)
– Veículos existem não para competir em velocidade mas em conforto e estratégia. A ideia de velocidade associada a um modal é a pior maneira de enxergá-lo. O que te faz chegar mais cedo a um compromisso é apenas sair mais cedo.
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o que fazer quando só tem a contramão para pedalar? eu vou ao trabalho numa rua que só tenho a contramão para pedalar, o que fazer?
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não pedale. Desça da bicicleta, leve à calçada e a empurre como se fosse pedestre.
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Se você estiver com seus amigos ciclistas pedalando em fila corretamente na ciclo faixa, não deixe um ciclista ou pedestre na contramão passar entre você é o meio fio.
Vai desviar do primeiro, segundo e vai bater no terceiro da fila.
manda o otário para a esquerda ou para a calçada.
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Conheci o site agora e bem, sou do Rio de Janeiro e costumo pedalar no Engenhão. Lá há um espaço enorme para os pedestres circularem mas muitos cismam em andar na faixa das bicicletas. Andam na faixa errada, na contramão, atravessam a faixa sem olhar para os lados e ainda ficam irritadinhos qdo se explica pra eles que ali é lugar de bicicleta. Teve uma que teve o desplante de me dar esporro por estar andando de bicicleta na faixa de bicicleta! E não é só na ciclofaixa, qdo vou pra rua, tem pedestre tb correndo pela via, na contramão e acha que quem tem que sair da frente sou eu que estou certo… O quê dizer pra essa turma? 🙂
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Passei por isso recentemente. Estava decendo uma avenida bem movimentada no bairro que moro (em BH) e no meio da curva que a avenida faz vem uma mulher subindo na contramão, a avnida era pequena e eu estava um pouco rapido, se eu desviasse dela os carros me pegavam, a unica alternativa foi subir para a calçada, que estava muito ruim, quase cai no dia. rsrsrs
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Moro na cidade de Frutal-MG, e tenho 14 anos, infelizmente os motoristas e ciclistas aqui são “horríveis”, fizeram umas ciclovias aqui, mas muitos andam na contramão, e a ciclovia é estreita. Aí quando vamos atravessar a rua (ainda na ciclovia) os ciclitas é que param pros carros passarem, quando dá eu passo direto meio que obrigando eles a pararem (faço isso quando estou a pé na faixa de pedestres). Mas não vou me suicidar né? E me parece que sou o único ciclista da cidade que paro no semáforo e respeito os pedestres. Difícil né, mas vamos fazer nossa parte.
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Gente e quando o pedestre caminha pela ciclovia, muitas vezes distraído com celular ou fone de ouvido? O que dizer?
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não diga nada. Toque a campainha para alertar as pessoas de sua chegada. (Se não tem campainha instale uma – item fundamental numa bike.)
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HAHAHAHAHAHA, que lista RIDICULA.
Aqui na Alemanha se anda de bicicleta absolutamente todos os dias e a regra é a seguinte:
– Na contramão: MULTA – ciclista também tem que seguir regras de transito e respeitar os outros. Não é porque você tem bike que é melhor que pedestre e carro.
– Na calçada: MULTA – se não tem confiança vai aprender no parque ou em lugares calmos. Calçada é pra pedestre – que é mais importante que ciclista no transito.\
– Fora d ciclofaixa: MULTA – de novo, aprende a respeitar as regras po, ou ciclista é um ser especial.
Andar de bike não te faz um ser especial acima dos outros, principalmente no trânsito. RESPEITO MÁXIMO a tudo e a todos.
Polêmico. O que acha? 10 10
E onde não tem ciclovia e nem ciclofaixa, não pode andar?
Na Alemanha tem centenas de milhares de quilometros de ciclovias e ciclofaixas?
Segure tua onda parça, para de mentir….não é nada disso ai não!
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Legal, na ALEMANHA é assim. Nota 7 pra vc.
Voltemos a falar do Brasil…
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Minha rápida contribuição de boas práticas:
– quando alguém buzina atrás de mim, eu simplesmente finjo que não ouço; qualquer gesto de mão meu (do tipo “aguarde só um minuto, por gentileza, que eu já vou virar à direita no fim dessa leve subida”) pode ser mal-entendido, para meu prejuízo. Mas fico de “rabo de olho esquerdo” caso o motorista decida me dar uma fina e eu tenha que me esquivar;
– quando cruzo um ciclista na contramão, digo “contramão o risco é maior” no mísero segundo de comunicação que temos. Após ele ouvir isso duas, três vezes, vai se questionar o porquê de outros ciclistas estarem lhe dizendo isso, e talvez vá tentar se informar melhor.
Abraço.
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Mais do que trafegar na contra-mão ou qualquer outra coisa, vejo muitos ciclistas sem capacete. Acredito que todos os ciclistas deveriam usar independentemente de se estão pedalando a lazer, transporte, trabalho ou qualquer outra coisa.
E não vejo nenhum grande esforço publico nem de nenhuma entidade a fim de promover o uso de capacete.
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Apesar de ser RECOMENDADO, não é obrigatório.
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O capacete protege quando há acidentes. Pedalar na mão correta, comportamento adequado, sinalização noturna, tudo isso evita que os acidentes aconteçam.
O que é mais importante? Evitar acidente ou proteger quando o acidente acontece?
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Nas poucas vezes que caí da bicicleta o capacete seria inútil, pois só tive contato com o chão com outras partes do corpo.
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Saudações à todos. Tenho 43 anos e ando de bike em São paulo desde moleque. Nunca fui atropelado e nem atropelei ninguém. Sempre pedalei nas calçadas, quando estas permitem, é claro. Não aconselho ninguém esperar educação por parte dos motoristas de São Paulo. Não vou “pagar para ver”! Sinceramente, do ponto de vista médico, que sou, acho um absurdo andar de bicicleta em ciclofaixas sem uma barreira física. Se algo der errado a pessoa pode pagar com a vida. Penso que se houver bom senso por parte dos cidadãos, o convívio entre ciclistas e pedestres é perfeitamente possível.
O mais certo mesmo é andar curtas distâncias e em vias próximas de sua casa.
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Falei isso para o pedestre que é atropelado pelo ciclista na calçada, ou que nao consegue atravessar a rua por causa das bicicletas paradas sobre a faixa de pedestres, ou que sao “cortados” por bicicletas avançando quando o sinal está vermelho, etc.
Sua comodidade nao lhe dâ o direito de desrespeitar as leis.
Leis foram feitas para serem obedecidas, ao contrario do pensamento geral do brasileiro. Povo hipócrita, que só reclama que o país não funciona, mas se acha no direito de desrespeitar qualquer regra que não seja favorável para sí.
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Quantos de vcs pagaram IPVA para tomar conta da faixa….hummmm… isso é o que escuto sempre.. 🙁
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E só responder: Qtos de vocês sabem que CBT prevê que as bicicletas tem os mesmos direitos de uso de vias qto os carros? Vá ler a CTB e depois vem falar, ok?
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calma, jovem, acho que o Rafael está falando do argumento lançado CONTRA ele!
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Calma jovem², rs! ACHO que a fala do Renato é só uma resposta à quem fizer a pergunta irônica ou Rafael. O problema é que ele não especificou o trecho. Não usou aspas…
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Achei essa pagina especial para vc Rafael…
http://www.detran.rr.gov.br/index.php/component/content/article/12-noticias/306-saiba-o-destino-do-ipva-seguro-dpvat-e-licenciamento
E tem um trecho que gostei muito: A arrecadação do IPVA é incorporada à receita do município e não necessariamente voltada para a manutenção e recuperação das vias urbanas. Cabe ao poder público aplicá-la da maneira conveniente, para os diversos serviços públicos, como educação, saúde e segurança.
Alias, o língua de trapo, ninguém toma conta de faixa aqui…
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Pois é, Aleksandro, o IPVA é imposto de propriedade, não de “circulação”. E aí, sobre um motorizado que joga uma dessas, pesa aquela imensa dúvida, né? Se, como contribuinte, ele é um zero à esquerda, será que deveriam mesmo dar habilitação a ele pra conduzir tais veículos? rs.
Ah, aliás, o Willian já havia tratado um pouco sobre isso (IPVA) neste post: http://vadebike.org/2011/06/impostos-e-obrigatoriedades-para-ciclistas/
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O IPVA é um imposto de propriedade, mas existe o CRLV, que é o licenciamento do veículo. Pago todo ano, assim como o IPVA.
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Que também não é uma licença para uso exclusivo das ruas por veículos motorizados (vide citação abaixo).
Não importa quantas taxas alguém pague. Em hipótese alguma isso poderá dá a alguém algum direito especial sob o uso das ruas de uma cidade e outras vias públicas, isso inclui pessoas conduzindo veículos motorizados. Afinal, as ruas e outras vias são um bem público, com direito de uso garantido a todas as pessoas equitativamente, independente de que veículos que elas usem para se deslocar.
“(…) o Licenciamento anual (…) é recolhido e permanece no Detran. Esse valor é utilizado para manutenção do sistema integrado de informática e reposição de material de escritório e operacional. As demais taxas cobradas pela Autarquia são revertidas para o pagamento da folha de pessoal, manutenção administrativa e melhoria das condições de trabalho e atendimento de qualidade ao usuário.”
http://www.detran.rr.gov.br/index.php/component/content/article/12-noticias/306-saiba-o-destino-do-ipva-seguro-dpvat-e-licenciamento
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Pra você, Rafael: https://www.youtube.com/watch?v=-MK1q9fZjeI
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