Rotas já estavam liberadas na manhã desta quarta-feira 24, mas sistema ainda apresentava problemas. Imagem: Reprodução

Google Maps libera rotas para bicicletas, mas sistema ainda tem falhas

Testes realizados por nossa equipe mostraram que traçado ainda ignora algumas ciclovias e indica longos trechos em contramão. Veja imagens.

Rotas já estavam liberadas na manhã desta quarta-feira 24, mas sistema ainda apresentava problemas. Imagem: Reprodução
Rotas já estavam liberadas na manhã desta quarta-feira 24, mas sistema ainda apresentava problemas. Imagem:Reprodução

Por Enzo Bertolini e Willian Cruz

O Google Maps, atualmente o maior e mais popular sistema de mapas do mundo (acessado por mais de 1 bilhão de pessoas por mês) disponibilizou para ciclistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba a possibilidade de usar a opção bicicleta ao traçar uma rota.

Ao inserir endereços de partida e de chegada, o usuário recebe opções de caminho, com informações de duração da pedalada e altimetria (inclinação do terreno) em cada um deles. Ao fazer a busca por um computador, através do site do Maps, o usuário poderá alterar o trecho da maneira que quiser arrastando pontos no meio do percurso, para considerar caminhos ou desvios que lhe atendam melhor. Os trajetos sugeridos para São Paulo se baseiam no mapa de ciclovias e ciclorrotas criado pela prefeitura de São Paulo nos últimos meses, além de buscar caminhos com menor desnível.

Em março desse ano, o Vá de Bike já havia noticiado os testes que a Google estava fazendo com o mapeamento das ciclovias paulistanas em sua ferramenta Google Maps, para usuários de iPhone e iPad. A empresa também havia lançado em 14 países uma ferramenta de medição de altimetria, para comparação de percursos por distância e ladeiras, optando pelo caminho que mais agradar.

Sistema indicou trajeto com a maior parte do caminho na contramão. Imagem: Reprodução
Sistema indicou trajeto com a maior parte do caminho na contramão. Imagem: Reprodução

Sem ciclovias e com contramão

Apesar da iniciativa ser muito aguardada e a notícia de sua liberação ser ótima, percebemos em nossos testes que ainda faltam ajustes no mecanismo. Nem sempre as ciclovias são indicadas e, em alguns casos, o sistema indica trechos de contramão para o ciclista. Os testes foram feitos na manhã de 24 de junho, na versão desktop, no Android e no IOS, com os mesmos resultados nas três plataformas.

Traçando uma rota do Metrô Praça da Árvore, na Av. Jabaquara, até a estação Consolação, no final da Av. Paulista, o sistema desconsiderou a ciclovia que passa pelas ruas Boninas, 1º de Janeiro, Cel. Lisboa e Madre Cabrini. Foram oferecidas três rotas, uma até bem mais longa, mas nenhuma delas oferecia o caminho dessa ciclovia. Veja aqui os trajetos oferecidos pelo sistema – ou na imagem que abre essa matéria.

Em outro teste, com um traçado do centro até a Paulista, o sistema indicou as ruas Dona Antônia de Queirós, Frei Caneca e São Carlos do Pinhal, todas na contramão. Os trechos de contramão indicados nesse caso representam mais de metade de todo o trajeto.

Também não conseguimos visualizar o traçado das ciclovias no mapa. Na versão desktop há um link “mostrar ciclovias”, mas ao clicar nela é exibida a mensagem “nenhuma informação disponível para bicicleta nessa área”. No Android é exibida mensagem similar ao selecionar bicicleta no menu.

O blog oficial do Google Brasil, que anunciou a novidade no dia 23 de junho, fez a ressalva de que as cidades listadas estariam “prontas para serem navegadas” dentro de poucos dias. Espera-se, portanto, que essas pequenas falhas sejam corrigidas em breve. Estamos buscando contato com a equipe do Google para obter mais informações.

Celebração

O Google está organizando uma pedalada na cidade do Rio de Janeiro no dia 2 de julho para comemorar a novidade. Para mais informações, acompanhe o Twitter da empresa, @googlebrasil, e também a hashtag #pedaladagoogle.

Usando a mesma ferramenta com a cidade de Nova York, os trajetos recomendados para a bicicleta aparecem desenhados sobre as vias, com legenda. Expectativa é que em breve passe a funcionar dessa forma também em nossas cidades. Imagem: Reprodução
Usando a mesma ferramenta com a cidade de Nova York, os trajetos recomendados para a bicicleta aparecem desenhados sobre as vias, com legenda. Expectativa é que em breve passe a funcionar dessa forma também em nossas cidades. Imagem: Reprodução

14 comentários em “Google Maps libera rotas para bicicletas, mas sistema ainda tem falhas

  1. E pensar que tantos choraram por causa da ciclovia da av. paulista com criticas, olhei os traçados das ciclovias de Berlin, Filadélfia e Nova York e agora tenho vontade de indicar as coordenadas toda as vezes que ver tanto chororo…. elas são bem mais densas que São Paulo…

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  2. Bão… Já aparece no Maps os traçados em verde das ciclovias, intituladas “faixas exclusivas”, e das ciclorrotas, como… “estradas para ciclistas”?! Enfim. Não sei se está 100% atualizado, a ciclovia da Paulista já se encontra demarcada como tal, mas…

    Puxa vida, nem na ida nem na volta do trajeto minha casa-avenida Paulista o Maps recomenda usar a ciclovia recém-inaugurada? rs. E nem como alternativa. Ou seja, falta dar mais “peso” pra, além de outras, pra variável ciclovia/ciclorrota.

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  3. Aparentemente não foi apenas para essas cidades e sim para o Brasil inteiro. Consegui traçar rotas em Manaus, Rio Branco, Brasília, Mato Grosso, Vitória, Porto Alegre, entre outras. Sem contar que é possível achar rotas intermunicipais e até mesmo interestaduais.

    Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

  4. É bom, mas pra ser viável seria necessário um mapa de riscos pra cada via. Acho que o google poderia fazer isso de modo colaborativo, permitindo os usuários definirem os trechos de acordo com uma escala. Pra mim por exemplo a rota mais curta é a Avenida Ibirapuera, porem ela é estreita e perigosa, já a segunda sugestão é pela ciclovia da Eliseu, esse sim o trajeto que uso todos os dias. Definir a rota pelo risco, certamente o trajeto que eu uso apareceria em primeiro lugar.

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  5. Pelo que vi, o traçado prioriza o trajeto mais rapido, como deu para perceber naquele traçado da Praça da Arvore até a Consolação. Pela ciclovia é mais tranquilo, mas o trajeto é mais longo e com descidas e subidas.

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    1. Sim, você tem razão, Renato, agora que eu me detive com mais calma nos exemplos do post, neles se prioriza o trajeto mais rápido. Antes, eu tinha feito uns testes de traçada de onde eu moro até a Lapa, e em algumas rotas com mesma distância o Maps sublinhou a rota que leva menos tempo. Então pode ser que haja uma relação entre altimetria e distância para o cálculo do tempo, né?

      Só que aí… Você viu que curioso quando você inverte o sentido de uma mesma rota? Muda tudo, e a prioridade pode até nem se basear na relação altimetria-distância, o que me deixou mais confuso ainda sobre o padrão da coisa…rs.

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  6. É, não tá rolando, os trajetos são otimizados, ao que parece, apenas segundo a altimetria, ainda não se considera nem as ciclorrotas/ciclovias já implantadas (daqui de Sampa, no caso), nem vias com velocidade máxima não apropriadas, como o Aleksandro fez notar, aliás. Claro, é muito cedo pra avaliar, o Maps pra bici só vai bombar mesmo quando a Google e a CET se conversarem.

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      1. Verdade, o calculo automático dá enfase a altimetria, o que ficou muito bom é o “arraste” dos pontos para incluir ruas no trajeto para determinar o tempo e a distancia total. Dá montar o trajeto sem desperdício de paciência 🙂 #show

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