O que foi discutido na Audiência Pública sobre remoção de ciclovia na Mooca, em São Paulo
Veja como foi essa audiência pública, com relato em texto e um resumo em vídeo
Em 10 de setembro aconteceu uma audiência pública na subprefeitura da Mooca, em São Paulo, para discutir uma possível remoção (ou transferência para outra rua) da ciclovia da rua Siqueira Bueno, que serve de ligação com diversas outras estruturas. A audiência foi convocada pelo vereador Camilo Cristófaro (PSB), conhecido por combater as ciclofaixas e chamá-las de “cicloguaches” em seus vídeos, questionando sua importância.
O anúncio da audiência pública havia sido feito de um dia para o outro: divulgada na quinta-feira 6 de setembro, véspera de feriado, convocava para a manhã do dia útil seguinte, a segunda-feira 10 de setembro. Não havia tempo para a população se programar para comparecer (exceto a parcela que já estava sabendo dessa data bem antes – e que interessava ao vereador que comparecesse). Mas mesmo assim, cidadãos que utilizam a bicicleta como transporte e são favoráveis às ciclovias compareceram em peso, constituindo quase metade do público presente.
A reunião começou tensa, após as afirmações de uma cidadã incomodarem o vereador. O clima esquentou quando Cristófaro, alterado, se levantou para retirar ele mesmo a moça da sala, acusando-a de tumultuar a audiência. Depois de alguns minutos, a sessão prosseguiu com relativa normalidade.
Comerciantes que não utilizam bicicleta em seu dia a dia fizeram questão de ressaltar que não eram contra ciclovias ou ciclistas, mas ainda assim pediam que ela saísse da frente de seus estabelecimentos e fosse realocada para a avenida Cassandoca, algumas quadras adiante. O único morador da Cassandoca que fez uso da palavra questionou se essa transferência não prejudicaria o estacionamento no novo local, “atrapalhando” moradores. Mas a maioria das participações foi de pessoas defendendo a estrutura ou a importância das ciclovias como um todo.
Após reclamações sobre o custo para transferir uma ciclovia recém-sinalizada, o vereador afirmou que já havia conversado sobre isso com o secretário de Mobilidade e Transportes, João Octaviano, e que este lhe afirmou que a pintura havia sido feita “a frio”, com um custo menor, dando a entender que esse custo não seria tão alto assim. Essa afirmação foi reforçada pelo representante da CET, Idesvaldo Alves Porto, que chegou a afirmar que “isso aqui não vai gerar para nós um custo operacional” – como se quilômetros de pintura, tachões, mão de obra e sinalização vertical (placas) saísse de graça.
Veja um resumo da audiência pública neste vídeo, com nossas considerações no final:
Vídeo completo
Íntegra da audiência pública, transmitida ao vivo pela nossa fanpage.
Muito interessante este site, conhecendo agora, sou da moóca e vejo que nosso bairro precisa mesmo de mais ciclovias. Parabéns pelos artigos, são ótimos.
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