Frente Parlamentar busca uma São Paulo para pessoas
Frente criada por vereadores paulistanos busca tornar a cidade melhor para pedestres e ciclistas. Conheça a iniciativa e participe.
Foi criada na capital paulista, em abril de 2013, a Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana, composta por vereadores envolvidos com essa questão, de diversos partidos. O objetivo principal da Frente é ampliar os espaços de discussão sobre mobilidade, sob as óticas do planejamento urbano, educação, cidadania e da segurança no trânsito, visando integrar essas questões nas políticas do município.
“Historicamente, tentamos resolver os problemas dos transportes metropolitanos pela vertente da infraestrutura viária e não pela adoção de um modelo voltado para os cidadãos e suas necessidades, especialmente o pedestre e o ciclista”, diz o vereador Floriano Pesaro, presidente da Frente.
E é fato: basta percorrermos alguns quilômetros na cidade para constatarmos essa realidade. Começando pela sinalização, completamente invertida, dando prioridade sempre aos veículos motorizados. É notável o descaso com pedestres e ciclistas, nas calçadas (ou na falta delas) e nos acessos às pontes, como se vê nas fotos a seguir.
“A mobilidade deve se inserir em um novo modo de pensar a política urbana, pautada no tripé mobilidade humana, desenvolvimento local e sustentabilidade ambiental”, completa Pesaro.
Avaliação do Plano Diretor
Para a avaliação da atual lei do plano diretor Estratégico (lei 13.430/2002), a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Humano começou uma série de reuniões desde 27 de abril.
A primeira discussão teve a participação do prefeito Fernando Haddad, que falou sobre o desequilíbrio que a cidade vive hoje: “essa cidade é uma das mais desequilibradas que eu conheço. Tudo é afastado de tudo e nada é perto de você”. Sobre a questão do transporte, o prefeito afirmou que “as maiores intervenções foram feitas priorizando os automóveis e não o transporte público”.
Segundo Haddad, o plano diretor não foi cumprido pelo poder público, por isso não produziu bons resultados. E questionou: “com esse ou com outro plano, a cidade vai continuar acontecendo. A pergunta é: as regras atuais devem ser mudadas? Qual o desenho de cidade que queremos?”
O que diz a Ciclocidade
A Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo), que esteve representada na reunião de criação da Frente por seu diretor Thiago Benicchio, sugeriu a organização de seminários para entender melhor e interferir nessas dinâmicas quanto a questões das bicicletas no plano diretor e orçamento.
Para Benicchio, a criação da Frente é importante para convergir os trabalhos de diversas comissões e subcomissões e poderá agilizar e buscar alguma sinergia entre as diversas pautas, já que vários dos vereadores que fazem parte desta frente ocupam cargos nas comissões.
“Nós acreditamos que existem três grandes pautas a serem tratadas pela Câmara este ano e levamos isso para a reunião: Plano Diretor, Orçamento Municipal e consolidação das leis relativas à bicicleta. As três pautas estão na carta de compromisso”, afirma Benicchio. A carta foi assinada por 7 dos 9 vereadores que compõe a frente.
Contaremos em um próximo post o que vem sendo cobrado e discutido pela Ciclocidade nas reuniões que já aconteceram.
Como podemos ajudar
Essa Frente abre um canal importante de comunicação entre a sociedade civil e o poder público. A relatoria será feita de maneira participativa, com a sociedade presente, portanto as reuniões são abertas ao público. As reuniões acontecem na Câmara Municipal de São Paulo e pretende-se ter uma a cada 15 dias. Assim que estiverem definidas, as datas serão informadas na Cicloagenda do Vá de Bike.
O vereador Nabil Bonduki acredita que seja necessário garantir a mais ampla participação da sociedade e chegar em um prazo curto a resultados concretos, pois a revisão do plano diretor é urgente para atualizar os instrumentos urbanísticos da cidade.
Floriano Pesaro também destaca a necessidade de participação dos cidadãos para que os trabalhos da Frente Parlamentar tenham efetividade. A sociedade “pode ajudar com suas experiências e sugestões para a criação de política pública para as bicicletas”, afirma. “O controle social é fundamental para que projetos e leis saiam do papel”.
E completa: “os ciclistas podem participar da elaboração do Plano de Mobilidade, das discussões do Plano Diretor Estratégico e das discussões da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para brigar por investimentos para corredores de ônibus, calçadas e ciclovias. A sociedade também pode pressionar o Executivo, via Frente Parlamentar, para investir a verba dos Fundos – tanto o de Trânsito, quanto o de Meio Ambiente – em ciclovias, campanhas educativas, etc”.
Como participar
Todos nós podemos participar, seja pela página da revisão participativa, criada pela prefeitura, ou através da Ciclocidade, associação que tem se consolidado como um canal direto dos ciclistas com o poder público paulistano. A entidade pretende criar em breve um canal virtual participativo para estas discussões. Para mais informações, entre em contato.
“Acho que a sociedade ganhou um espaço pluripartidário de discussão e avaliação do que está rolando sobre bicicletas na Câmara. Uma frente não tem poder de legislar, mas esta reúne vereadores bastante importantes e atuantes na casa. É uma interface menos ‘engessada’ que uma comissão e mais plural do que a simples discussão com um mandato de um vereador apenas”, explica Benicchio.
Composição da Frente | |
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Presidente: Floriano Pesaro (PSDB) Vice-presidente: Nabil Bonduki (PT) Relator: Jose Police Neto (PSD) Secretário: Ricardo Young (PPS) | Participam também: George Hato (PMDB) Gilberto Natalini (PV) Marco Aurélio Cunha (PSD) Mário Covas Neto (PSDB) Ricardo Nunes (PMDB) |
Como estimulo vejam estes dois links:
Infográfico
http://thecityfixbrasil.com/2013/04/29/infografico-o-uso-da-bike-nas-grandes-cidades/
Estatísticas
http://thecityfixbrasil.com/2013/06/17/bicicletas-e-pedestres-a-importancia-dos-numeros/
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Uma outra, é a falta de faixa de pedestres e sinal em regiões entre municípios como é na Estação Presidente Altino.
Mesmo levantando a mão para passagem, praticamente ignoram o gesto.
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Tem mais itens sobre o descaso para os pedestres, e, por tabela ciclistas.
Anúncios em ponto de ônibus: Muitas vezes eles são de tamanho exagerado e toma a calçada deixando apenas um vão para 1 pedestre passar.
Árvores que não são cortadas, embora estão se entrelaçando com os fios elétricos, mesmo assim não são removidas.
Tenho estes dois exemplo perto da minha casa.
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Gostaria de aproveitar o espaço para relatar o total descaso da Ciclovia do Parque Ecologico do Tiête aqui em São Paulo. O que é uma judiação, pois a Ciclovia em sí é maravilhosa, totalmente reta sem subidas ou decidas, onde o ciclista tem total contato com a natureza, em uma extensão de quase 30 kms ida e volta.
Um delicioso passeio , bom seria perfeito se….nos lugares mais ermos onde o ciclista fica isolado e vulnerável, tivesse algum policiamento, se em determinados trechos o asfalto que nunca foi até hoje revisado desde que a Ciclovia foi criada seria tudo de bom, existem trechos que realmente a pista some, é tomada por rachaduras, o mato e a sujeira invade a pista, mas o pior mesmo é a falta de segurança, pois existem trechos que é vc a bike e Deus!
Fui com minha esposa neste Sábado e sinseramente não nos sentimos seguros, mas o que mais entristece é que o paseio é delicioso, dizem que esta Ciclovia chegara em Mogi, espero que as autoridades deem uma atenção a este espaço tão legal a nós ciclistas, acabem com este abandono e descaso, existem trechos que pode-se ver animais silvestres da região, não sei como a imprensa, e os grupos de Cicloativistas não exigiram uma posição dos responsáveis, a Ciclovia do Parque Ecológico não pode e nem deve morrer, vou tentar mandar uma carta para os orgãos responsáveis, se mais alguém aqui quiser mandar seria muito bom!
O intuito deste toque é para alertar quem nunca foi lá e esta pensando em ir, vá de turma se possivel, pelo menos diminui a sensação de vulnerável que fica na gente.
Acho que arrumar lá, fazer um policicamento de final de semana e feriado PELO MENOS, e também asfaltar corretamente a Ciclovia seria O resgate de um espaço maravilhoso de natureza dentro de São Paulo, poderiam aproveitar também para recapiar toda a ciclovia da Radial Leste, asfaltar lá de verdade mesmo!
Acho que a Ciclovia do Ecológico e seu abandono seria um bom tópico para discussão aqui no Vá de Bike, já que o site é muito prestigiado, se precisar de fotos, posso voltar lá e fotografar todo o trecho e enviar aqui para contribuir ok!
Bom é isto bom Pedal a Todos!
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Valdemir, se puder fazer as fotos envie no contato@vadebike.org e buscaremos posicionamento do poder público.
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Pronto, taí: essa Frente Parlamentar devia promover umas audiências sobre mobilidade humana exclusivas para editorialistas motorizados das grandes mídias, e então dar umas aulinhas pra eles (mas não com o bêabá de mobilidade motorizada individual, que disso eles sabem desde o berço, fato). E quem sabe o jornalista Antonio Carlos Pereira, do Estadão, aprenda alguma coisa aí, né?
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Pronto, taí(2): e pra chacoalhar as idéias, sacudir a poeira e dar a volta por cima, as aulinhas pros poderosos da imprensa poderiam começar com este documentário: http://youtu.be/_RCYXcRrKGk E aí quem sabe eles: “Ó, se Nova Iorque, Londres e Paris, em que vou passear todo santo ano, querem ser que nem Copenhagen, ó, por que a minha querida São Paulo não poderia ser?”
(Ah, Willian, só pra dar um toque: esse post su-miu da página principal…rs.)
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Cícero, sumiu por um erro meu na hora de publicar. Como a Rachel havia liberado pela primeira vez o texto para revisão no final de abril, ele ficou com essa data e esqueci de atualizar na hora de publicar. Não pude corrigir, colocando a data em que realmente foi ao ar, porque mudaria o link (o mês compõe o endereço da página) e eu já havia divulgado nas redes sociais. Acabei usando um subterfúgio de fixar o post na home, desfazendo isso assim que publiquei o próximo post. Se você navegar pelas próximas páginas de posts depois da home, encontrará esse texto no mês de abril.
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Ah, tá, entendi. O engraçado é que, quando “sumiu” da home, já deu o que pensar: “Pronto, taí, divergências partidárias rachando a Frente Parlamentar”…rs.
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