Você sabe o que é um Desafio Intermodal?
Um Desafio Intermodal não é uma corrida, mas uma avaliação da eficiência dos diversos meios de transporte disponíveis. Veja como funciona.
Desde 2006, o Desafio Intermodal se propõe a avaliar qual o meio de transporte mais eficiente em diversas cidades brasileiras. Utilizando diferentes formas de deslocamento, são avaliados o tempo gasto para se chegar ao destino final, o custo gerado e a emissão de gás carbônico. Por isso, o Desafio é mais que uma “corrida maluca”, pois não basta chegar em primeiro lugar: o impacto ambiental e o custo do deslocamento também se tornam importantes.
Realizado geralmente como parte das atividades relacionadas ao Dia Mundial Sem Carro, o maior objetivo é mostrar que existem outras opções além do automóvel para se deslocar numa grande cidade, estimulando a discussão sobre a eficiência sustentável de cada deslocamento e o desempenho do transporte público ano a ano.
Em todo o país |
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Veja resultados do Desafio Intermodal em várias cidades |
Durante os anos em que o Desafio ocorreu em São Paulo, a bicicleta se mostrou sempre como um modal eficiente e sustentável; o carro continua levando mais tempo que uma pessoa correndo; e o transporte coletivo, embora bem longe da perfeição, continua permitindo chegar antes do automóvel (ao menos para o trajeto em questão).
Resultados de 2013 em São Paulo
Dessa vez, o meio de locomoção que chegou mais rápido foi a moto, concluindo o trajeto em 19 minutos e 9 segundos. Apenas um minuto depois chegou a primeira bicicleta, mas seu tempo não pôde ser registrado: quem a pedalava não era o competidor oficial, mas seu acompanhante, e pelas regras o tempo computado deve ser sempre o do participante oficial.
O ciclista que vestia a camiseta do Desafio chegou quatro minutos depois da motocicleta, com o tempo oficial de 23 minutos e 22 segundos. Seguindo por vias rápidas, ele havia perdido a entrada da rua que sai na frente da prefeitura e precisou dar uma volta maior, perdendo nesse processo cerca de 15% do tempo que havia levado para chegar até ali. Mas, mesmo com o atraso, ele chegou quase um minuto antes do tempo feito no ano anterior. Veja o resultado completo de 2013.
Em metade das oito edições do Desafio Intermodal paulistano, um ciclista terminou a prova primeiro; nas outras, chegou em segundo lugar. No ano de 2009, a bicicleta chegou antes até do helicóptero. Em três edições, a moto chegou antes.
Como funciona
Em São Paulo, a saída do Desafio Intermodal acontece na Praça General Gentil Falcão, altura do número 1.000 da avenida Eng. Luis Carlos Berrini, às 18h em ponto. Os participantes devem chegar ao edifício da Prefeitura do Município de São Paulo, que fica no Viaduto do Chá, na região central da cidade. O roteiro é livre para todos os participantes, exceto no caso especial da “bicicleta por vias calmas”, que deve evitar as grandes avenidas.
O tempo computado é o do deslocamento completo da pessoa, não apenas do modal. Ou seja, é levado em conta o tempo que a pessoa leva para chegar no veículo a partir da praça e o tempo que usa para estacioná-lo ao chegar no destino.
Todas as regras de trânsito devem ser respeitadas, por todos os veículos. Os pedestres têm de atravessar na faixa, a não ser que ela esteja a mais de 50 metros (caso admitido pelo art. 69 do Código de Trânsito). O pedestre corredor tem de correr na calçada, mas caso isso não seja possível é tolerado que use a rua.
Helicóptero
A cidade de São Paulo tem a segunda maior frota de helicópteros do mundo e possui um espaço controlado somente para esse tipo de aeronave. Em algumas regiões da cidade, existem mais helipontos do que pontos de ônibus. Por isso, sempre que possível, o DI paulistano inclui um helicóptero na disputa, em parceria com alguma empresa de táxi aéreo.
No ano de 2009, um helicóptero chegou depois da bicicleta. Em 2010, não foi possível decolar devido às condições climáticas, desclassificando o modal. Não houve participação desse tipo de veículo em 2011 ou em 2013. Em 2012, a aeronave chegou menos de dois minutos antes do ciclista.
Modais
Os modais que já foram utilizados no Desafio Intermodal de São Paulo são estes, listados abaixo. Os meios de deslocamento que compõem cada evento dependem de disponibilidade de voluntários e de veículos.
- Pedestre caminhando
- Pedestre correndo
- Ciclista por vias rápidas
- Ciclista por vias calmas
- Handbike (bicicleta pedalada com as mãos – saiba mais)
- Ciclista + Metrô, com bicicleta dobrável
- Motociclista
- Automóvel
- Ônibus
- Trem + Metrô
- Trem + Ônibus
- Patins
- Patinete
- Cadeirante em Transporte Coletivo
- Skate
- Helicóptero
Quanto custa ir de helicóptero da Berrini à prefeitura? Tem que ser bem barato para valer os menos de dois minutos que chega na frente…
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Por falar em “Mens sana in corpore sano.”, vale a pena ler ou reler o livro do Nuno Cobra: “Semente da vitória.” que tem uma grande relação na escolha de um modal para se deslocar na cidade.
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Um outro cmentário.
Todo mundo acaba fazendo este desafio de forma limitada, que inclui um carro ou coletivo. Às vezes nem isto, ficou no carro ou no coletivo, e não sabe quanto tempo leva nos outros modos.
Cabe também aqui fazer um desafio para cada um de nós fazer uma experiência em outros modos, e verificar no seu trajeto do dia-a-dia. Como no cometário anterior, estou fazendo. No trajeto de casa-trabalho, e vice-versa, verifiquei algumas coisas interessantes, como o fato de pegar ônibus intermunicipal, nem sempre é mais rápido e a mais barata. Como tenho a possibilidade de usar a linha férrea, verifiquei que embora seja mais extenuante, andar por 20 min, é, surpreendentemente, mais rápida e mais consistente. Aproveito para que seja também mais saudável, pois no processo estou emagrecendo. É menos cômoodo, mas sem dúvida mais saudável, e, procuro, fazer os trajetos onde possa ter atividade física. Vale a pena e economizo em tempo, dinheiro, e ganho em saúde e disposição: “Mens sana in corpore sano”.
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Conheça e participe do “Grupo de Trabalho Desafio Intermodal da União de Ciclistas do Brasil” em http://www.uniaodeciclistas.org.br/atuacao/
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Este DI é muito interessante. Por causa dele muitos devem ter repensado o modo como se desloca da casa para o serviço ou vice-versa. O único problema é que é feito de dentro da cidade de São Saulo. Talvez possa ter uma outra edição de um DI, mas entre cidades, por exemplo, São Paulo – Barueri ( Alphaville/Tamboré ). Poderíamos chamar de Desafio Intermodal Intermunicipal. Como trabalho em Tamboré, e moro em São Paulo, bairro Jaguaré, todo dia pego alguma condução, carona ou ando. O percurso tem 14km de carro, 12,5km a pé segundo Google. Tem dias que o ônibus leva mais de uma hora para ir ou para voltar. Enquanto que se andando para a estação de trem e de outra estação andar novamente voltando levo o tanto quaato um ônibus, e até menos, e é mais consistente que o ônibus. Ainda vou fazer a experiência de ir de bicicleta, skate ou combinação com ônibus e trem. O carro, se trânsito tiver OK. leva de 30 a 40 minutos ( devido a a alguns congestionamentos usuais ).
Como o meu trajeto do Jaguaré até Tamboré não é direto, e se for a pé devo levar 2 horas segundo Google, não fiz este teste ainda, mas acredito que dever ser por aí.
Acho que um DI intermunicipal, pode dar uma noção da precariedade dos caminhos entre municípios.
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O mundo dá voltas mesmo. Antes de saber do Ricardo Bruns no DI Paulistano ele tinha sido meu professor de Inglês e descobri que ele canta em um grupo de ópera (até fui assistir a uma peça que ele participou), e foi por ele que tomei conhecimento do 1,5m de distância entre bicicleta e demais veículos… =D
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