Como foi a reforma do Memorial Márcia Prado
Após tentativas de depredação e retirada, ciclistas se reuniram no Memorial Márcia Prado para recuperá-lo. Veja como ficou, o que ainda precisa ser feito e como torná-lo permanente.
No feriado de 21 de abril, vários ciclistas se reuniram no Memorial Márcia Prado para recuperá-lo. Após tentativas de depredação e retirada, a instalação da ghost bike precisava de reparos.
Os baldes de concreto foram reenterrados, a ghost bike repintada e foi realizado um novo trabalho de jardinagem, com novas plantas e mudas que foram compradas e trazidas ao local.
Algumas pessoas que passavam pelo local quiseram ajudar na parte de jardinagem. Outras perguntavam sobre a bicicleta branca e sobre a Márcia. A reforma repercutiu até na imprensa, sendo publicada no Estadão.
O novo cartaz que foi afixado na ghost bike vai ajudar nisso: conta um pouco sobre o que aconteceu ali em frente, sobre o Memorial e sobre respeito à presença de bicicletas nas ruas. Veja o texto do cartaz no box mais abaixo.
Se você passar pelo local, jogue um pouco da água da sua caramanhola na terra da base das mudas e da vegetação mais alta. Elas precisam ser regadas regularmente para vingarem, principalmente em dias quentes e secos.
Ainda falta!
Apesar dos esforços, não conseguimos fazer tudo que precisava ser feito no local.
O que falta:
- “Chumbar” melhor a bicicleta, aumentando as bases de concreto. Não tínhamos material para isso.
- Afixar melhor as placas. Fizemos um quebra-galho. Uma delas está apenas apoiada na árvore. Não pudemos afixá-las de maneira melhor. Será necessário madeira, martelo, pregos. Seria interessante prender melhor o painel com grampos.
- Instalar placas com os dizeres “essa área é conservada pelos ciclistas de São Paulo”.
- O grafite “Márcia Vive” também foi retirado…
Para tornar permanente o Memorial Márcia Prado
Para tornar o Memorial permanente, é necessário termos uma escultura ou outra forma de obra de arte para substituir a bicicleta branca. O ideal é que seja realmente uma bicicleta branca, mesmo que estilizada, com uma placa ou painel que simbolize a Márcia.
O município precisa receber a doação dessa obra para que seja instalada no local, registrada, catalogada, homologada, etc., cumprindo todas as exigências impostas pelo Departamento do Patrimônio Histórico. A obra precisa ser doada através de uma associação e, até onde sei, o Instituto CicloBR se dispõe a oficializar essa doação.
Só precisamos da obra de arte. Se você trabalha com isso e tem interesse em deixar sua assinatura nesse Memorial, deixe um comentário nessa página que entraremos em contato.
O cartaz
Veja abaixo o texto do cartaz afixado na bicicleta branca. Clique na imagem para ampliar e ver como ficou.
MÁRCIA REGINA DE ANDRADE PRADO
Márcia Prado era uma ciclista que sabia como usar sua bicicleta em segurança nas ruas. Pedalava sempre na faixa da direita, na mesma mão dos carros, ocupando o espaço que lhe é de direito.
Em 14 de janeiro de 2009, Márcia foi morta por um motorista de ônibus irresponsável, que tirou sua vida covardemente em frente a este local, como punição pelo “crime” de andar de bicicleta na faixa da direita de uma avenida que tem outras três pistas disponíveis para ultrapassagem.
Ao fazer o que chamamos de “fina educativa” (passar perigosamente perto de um ciclista para ensinar-lhe a não pedalar na rua), a lateral do ônibus tocou no guidão de Márcia, que caiu entre as rodas do veículo pesado sem oportunidade de tentar escapar.
No dia seguinte, foi realizada uma homenagem neste local, com a presença de parentes, amigos e muitos ciclistas. Dois dias depois de sua morte, foi instalada esta bicicleta branca, numa homenagem conhecida no mundo todo como ghost bike.
TODOS SOMOS MÁRCIA
A bicicleta é reconhecida como veículo pelo Código Brasileiro de Trânsito, com direito de trafegar e prioridade sobre os automóveis. O CTB ainda obriga os demais veículos a ultrapassarem a bicicleta a uma distância de um metro e meio, como medida de segurança, algo que o motorista do tal ônibus obviamente ignorou.
Se você dirige, ao ver alguém em uma bicicleta lembre-se que ali está uma pessoa como você, com família e amigos, e ultrapasse a uma distância adequada. Aquele ciclista é alguém querido por outras pessoas, que pode ser o amor da vida de outro alguém, um filho querido, um pai ou mãe de uma criança pequena esperando em casa. Pense nisso.
Ciclistas são pessoas, não obstáculos.
Passei pelo Memorial no sábado (04/06).
As plantinhas estao bem “caidinhas” e tinham umas madeiras enormes por cima delas.
O texto que vc colocou na bike foi retirado e a “placa” que estava na árvore tambem foi retirada (aquela árvore que ficava dentro do terreno que fazia sombra pro pessoal enquanto tentavam arrumar seu pneu já nao existe mais).
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“Ciclistas são pessoas, não obstáculos”.
Essa mensagem deveria ser publicada em jornais, revistar, novela das 8, Big Brother, enfim.
A atitude de vocês de reformar o Memorial da Márcia foi incrível.
Estão todos de parabéns!
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Parabéns pela iniciativa, pois o memorial realmente deve ser cuidado. Ele não apenas representa o falecimento da Márcia, mas o falecimento do bom convívio humano e do respeito não somente ao próximo como às diferenças de pensamento e de opinião.
Uma coisa, me passou pela cabeça agora. O motorista do ônibus, que atropelou a Márcia, chegou a sofrer algum tipo de punição, ou está em andamento algo do tipo?
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A história da Márcia Prado é entristecedora, mas as boas ações dos ciclistas e da gente amiga que não deixa que a depredação do Memorial avance, é estimulante. Levei a sua postagem, William, lá para a minha TL no Twitter. Quanto mais pessoas souberem da história,a indiferença às necessidades de respeito ao ciclista diminuirá.
Receba o meu abraço.
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