Foto: Fabio Miyata
Ciclovia da Berrini, em São Paulo, já conta com mais de 1500 viagens diárias
Com apenas 3 km, a ciclovia recém-construída em um dos pólos comerciais da cidade já mostra alta utilização. Veja dados e gráficos.
Com apenas 3 km de extensão, a recém-construída ciclovia da avenida Berrini, instalada em um dos pólos comerciais de São Paulo, já mostra alta utilização. Em ação realizada no final de junho, a Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) registrou a passagem de 1510 ciclistas, em apenas 14 horas de contagem (das 8h às 20h).
A contagem ocorreu no dia 24 de junho, uma sexta-feira, e foi realizada por uma equipe de doze pessoas, organizadas em turnos e atuando em duplas. Os horários dos picos de utilização demonstram que o maior uso da ciclovia é para ir e voltar do trabalho: entre 8 e 9h da manhã e entre 18 e 19h. No pico da tarde, foram 245 pessoas se deslocando de bike em uma hora, uma média de 4 bicicletas por minuto – um número bastante relevante para uma ciclovia que ainda não foi completamente finalizada.
Números
As mulheres ainda representam uma parcela pequena dos utilizadores desse trecho, com 11% das viagens. Adolescentes e crianças estiveram presentes entre 14 e 15h e entre as 18 e 19h. Cargueiras ainda são poucas na região (1%), bem como as elétricas (2%). As bicicletas compartilhadas do sistema Bike Sampa representam 5% das viagens.
O uso de capacete está bastante equilibrado, com aproximadamente 51% das pessoas utilizando. O mesmo acontece com iluminação: 48% das pessoas nos horários das 6 às 8h e das 17 às 20h estavam com luzes ligadas na bike.
A porcentagem de ciclistas utilizando mochila ou carregando bagagem é alta (68%), dada a natureza dos deslocamentos.
Veja gráficos no final da matéria. Em breve, disponibilizaremos aqui o link para download do relatório completo, que ainda está em fase de finalização.
Demanda
Com muitos edifícios comerciais e um fluxo intenso de automóveis e ônibus, a avenida sempre foi bastante agressiva a quem se dispunha a utilizá-la de bicicleta, resultando em uma frequência relativamente baixa de ciclistas. Os números da contagem mostram de forma clara a demanda reprimida pela agressividade do viário, que forçava as pessoas a buscarem trajetos alternativos – ou até mesmo a desistir da ideia de usar a bicicleta.
Essa situação mostra grande semelhança com o ocorrido na avenida Faria Lima: um ano antes da inauguração do primeiro dos novos trechos, um vereador chegou a declarar em audiência pública que ninguém usaria a ciclovia daquela avenida, baseado em sua experiência de dentro do automóvel (leia aqui). Hoje, são mais de 2 mil as viagens diárias de bicicleta utilizando a estrutura.
Gráficos
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Desde de janeiro/16 tenho utilizado diariamente a ciclovia da Berrini como parte do meu deslocamento residência-escritório e escritório-residência. Como usuário ficou nítido para mim o crescimento da utilização, notei um impacto maior após o avanço das vias na Vila Olímpia. A amostra do dia da contagem reflete bem o perfil dos ciclistas, em grande maioria com bagagens, levando consigo peças de vestuários para troca antes e após trabalho.
Como não utilizo outras ciclovias em dias úteis, não sei como ocorre nas outras da capital, mas na Berrini é frequente encontrar pedestres caminhando pela ciclovia, muitas vezes andando no mesmo sentido do fluxo, correndo grandes risco de acidentes com ciclistas.
Uma campanha de conscientização seria bem-vinda, considerando que grande parte desses pedestres iniciam o deslocamento pela ciclovia depois de desembarcarem nos pontos de ônibus localizados no canteiro central, creio que usar os espaços publicitários dos próprios pontos seria uma boa alternativa.
Que estatística mais ridícula, não?
Pegaram o dia que teve mais viagens e fizeram uma notícias sobre isso. Daqui a pouco vão fechar a paulista todos os dias pois em um dia específico tivemos 1 milhão de pessoas andando a pé por lá.
O dia que começarem a marcar a médias de viagens diárias e mostrarem que está sendo muito bem utilizada o resto da população vai prestar mais atenção.