Cresce a aprovação dos paulistanos às ciclovias e à redução de velocidade
Pesquisa Ibope divulgada na Semana da Mobilidade mostra ter aumentado aprovação da população para a redução de velocidade e ampliação da malha cicloviária
Você ainda se desloca de carro diariamente? Já parou para pensar quanto tempo você passa dentro de um automóvel? A resposta está na pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (19), na semana do Dia Mundial Sem Carro.
A resposta (pasmem!) é o equivalente a 45 dias por ano. Segundo o levantamento, o tempo médio gasto no trânsito por dia para que as pessoas realizem todos os seus deslocamentos aumentou 20 minutos em relação ao ano passado. Em 2015, a média do tempo em que o paulistano gastava era de 2h38. Neste ano, subiu para 2h58. Entre quem usa carro todos ou quase todos os dias, o tempo ficou em 3h06. Já para os usuários de transporte público, 3h11.
Não por acaso, a pesquisa aponta o crescimento da aprovação para a construção e ampliação de ciclovias: passou de 59%, no ano passado, para 68% neste ano.
Entre os entrevistados, 21% disseram que já andaram de bicicletas nas ciclovias ou ciclofaixas. Porém, segurança ainda é um ponto a ser observado: 15% se sentem “muito seguros” ou “seguros” nesses locais; enquanto 76% responderam “nada seguros” ou “pouco seguros”. Entre os que já utilizaram as ciclovias ou ciclofaixas, 30% consideram “seguras” ou “muito seguras”.
A redução da velocidade máxima foi outra questão levantada pela pesquisa. Apesar de ainda manter níveis altos de reprovação (50%), houve crescimento na aprovação da medida – no ano passado, 43% eram favoráveis e 53%, contrários. Entre quem nunca utiliza o carro, 54% aprovam a medida.
No geral, o nível de satisfação com aspectos relacionados à locomoção na capital paulista melhorou. A nota do transporte público, por exemplo, subiu de 4,5 em 2015 para 5,1 em 2016, assim como a quantidade de faixa de pedestres (5,3 para 5,5). A aplicação das leis de trânsito também teve melhora significativa, segundo a pesquisa: subiu de 4,0 para 4,5.
Veja outros dados mais abaixo, no box do final da matéria.
Manifesto contra aumento da velocidade
Na ocasião, a Rede Nossa São Paulo lançou um manifesto contra aumento da velocidade na cidade de São Paulo proposta por alguns candidatos à prefeitura. O manifesto é intitulado “Não Corra, Não Mate, Não Morra”.
Dezenas de organizações da sociedade civil apoiam a diminuição da velocidade nas ruas de São Paulo, a implantação de ciclovias e a valorização do pedestre e do transporte público. Assim como também apoiam e cobram o controle sobre as emissões veiculares que, segundo a Resolução Conama 418/2009, é obrigatória nos Estados e municípios com frota acima de 3 milhões de carros.
A poluição do ar em São Paulo, segundo a Organização Mundial da Saúde, é duas vezes superior ao limite recomendado, causando doenças respiratórias e cardiovasculares. Segundo o professor Paulo Saldiva, a expectativa de vida na cidade é reduzida em um ano e meio devido à poluição, podendo matar até 4 mil pessoas ao ano.
Saiba mais sobre o manifesto no site da Rede Nossa São Paulo e clique aqui para assinar.
Ciclistas e entidades criaram petição
Grupos e coletivos paulistanos que atuam em prol da mobilidade ativa – entre eles o Vá de Bike – criaram um abaixo-assinado eletrônico pedindo aos candidatos à prefeitura que voltem atrás em suas propostas de aumentar os limites de velocidade em São Paulo. O pedido tem como destinatários os candidatos Celso Russomano (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e João Dória (PSDB), que defendem abertamente o retorno dos limites anteriores, ao menos nas marginais.
Até o fechamento desta matéria, mais de 15 mil cidadãos já haviam assinado a petição. Saiba mais sobre a ação e assine aqui.
Outros dados
A Saúde continua em primeiro lugar como a “área mais problemática da cidade”, com 58% de menções. O destaque está para “desemprego”, que passou de quarto para segundo lugar, com 49% das menções. Em terceiro, “segurança pública”, com 44%. O “trânsito” caiu do quinto para o sexto lugar, baixando de 29% para 18% das menções. “Transporte coletivo” aparece em quinto lugar entre as preocupações dos paulistanos, com 19%.
No geral, o nível de satisfação com aspectos, áreas e serviços de locomoção em São Paulo melhorou, seguindo uma tendência desde 2008. A maior nota ficou para “quantidade de faixa de pedestres” (5,5). A nota de “transporte público” passou de 4,5 para 5,1; “aplicação das leis do trânsito”, de 4 para 4,5; “tempo gasto para se deslocar da cidade”, de 4 para 4,2; e a “situação do trânsito na cidade”, de 2,9 para 3,2.
Medidas mais importantes para a melhoria da mobilidade: para 45%, “melhorar a qualidade do transporte por metrô”; para 45%, “construir mais linhas de metrô ou ampliar as já existentes”; para 41%, “melhorar a qualidade do transporte por ônibus”.
Ônibus
- 92% dos entrevistados (ante 90% de 2015) são a favor de mais corredores ou faixas de ônibus. Entre os usuários frequentes de carros, a aprovação é de 90%.
Pedestrianismo e ruas abertas
- 88% são favoráveis à aplicação de multa para quem invade a faixa de pedestres. Entre os usuários frequentes de carros, a aprovação é de 93%.
- As faixas de pedestres estão “mais respeitadas” na opinião de 45% dos entrevistados. No ano passado, eram 40% e em 2011, 26%.
- A abertura de ruas e avenidas aos pedestres, como a Paulista, é apoiada por 76% dos entrevistados. No ano passado, 64% disseram ser favoráveis.
Ciclovias
- Também cresce a aprovação para a construção e ampliação de ciclovias: passou de 59%, no ano passado, para 68% neste ano.
- 21% disseram que já andaram de bicicletas nas ciclovias ou ciclofaixas. 15% se sentem “muito seguros” ou “seguros” nesses locais e 76%, “nada seguros” ou “pouco seguros”. Entre os que já utilizaram as ciclovias ou ciclofaixas, 30% consideram “seguras” ou “muito seguras”. E 17% avaliam como “nada seguras”.
Automóvel
- 60% dos entrevistados afirmam ter carro em casa. O resultado vem se mantendo no mesmo patamar desde 2014. Em 2009, eram 50%.
- 34% dos entrevistados afirmam utilizar carros todos os dias, mesmo que de carona ou de táxi. No ano passado, eram 32%.
- Frequência do uso do automóvel nos últimos 12 meses: 49% dizem que usam o carro com “menor frequência”; 27% afirmam que usam com “frequência igual”; e 22%, com “maior frequência”. A pergunta é inédita e, portanto, não há resultados anteriores.
- 51% dos entrevistados “com certeza” deixariam de utilizar o carro se tivessem “melhor alternativa de transporte”. No ano passado, eram 52%.
Poluição
- 64% dos entrevistados afirmam que tiveram problemas de saúde (ou alguém da sua casa) relacionados à poluição do ar. No ano passado, eram 62%.
Tempo de deslocamento
- O tempo médio diário para a atividade principal ficou em 2h01. No ano passado, era 1h44. Em 2016, 33% dos paulistanos gastam entre 1 e 2 horas para ir e voltar do trabalho ou escola; e outros 30%, mais de 2 horas. Entre os que usam carro todos ou quase todos os dias, a média ficou em 1h59. Entre os usuários de transporte público, 2h12.
- O tempo médio gasto no trânsito para realizar todos os deslocamentos diários ficou em 2h58. No ano passado, eram 2h38. Entre quem usa carro todos ou quase todos os dias, o tempo médio ficou em 3h06. Entre quem utiliza transporte público, 3h11.
Pior é aquele tal João Bico que veio com propostas de retirar boa parte das ciclofaixas sem uso, deixando apenas as “boas”. Expandir, corrigir e melhorar que é bom, nada? típico de politicos imbecis e medíocres.
Vai voltar as velocidades de antes nas marginais
Tirar o subsídio dos onibus (só não explicou de onde virá os 2 bilhões para manter a tarifa, que é obvio que vai aumentar a tarifa)
Não sei como o G1 dá espaço a um vagabundo carrocrata desses. Ainda bem que não tem a menor chance de ganhar.
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