Prefeitura do Rio desestimula o uso da bicicleta
A Prefeitura do Rio de Janeiro está apreendendo bicicletas presas em postes. Isso também já ocorreu aqui em São Paulo algum tempo atrás, mas o incidente felizmente foi resolvido, graças à intervenção do pessoal da Bicicletada.
Se o ciclista não pode estacionar a bicicleta no poste, vai estacionar onde?
- Não dá para parar a bicicleta na rua, como uma moto, porque ela precisa ser presa a alguma coisa para não ser levada embora.
- Com raras exceções, os estacionamentos não aceitam bicicletas “porque o seguro não cobre”, só aceitam carros (por falar nisso, há aqui de São Paulo um projeto de lei para obrigar os estacionamentos a oferecer seguro obrigatório para bicicletas – falarei disso em um próximo post).
- Igualmente raros são os estabelecimentos que oferecem local para guardar uma bicicleta – principalmente se tratando de edifícios comerciais.
- Não há bicicletários (estacionamentos para bicicletas) espalhados pela cidade que pudessem servir de alternativa, quando muito há paraciclos junto à praia e com pouca segurança.
O que, então, a Prefeitura do Rio acredita que o ciclista deva fazer com a bicicleta?
- Deixar em casa e ajudar a entupir a rua com mais um carro?
- Guardar no bolso?
- Deixar na casa do prefeito?
- Carregar consigo um malote de concreto, para prender a bike nele ao estacionar na rua?
Se a Prefeitura acredita mesmo que a bicicleta na calçada atrapalha tanto assim – mais do que o desrespeito a quem tenta atravessar na faixa, mais do que os carros parados sobre a faixa ou a calçada, mais do que os carros que passam batido no sinal fechado para eles e aberto para os pedestres – então que faça estacionamentos públicos para que as bicicletas possam ser estacionadas neles!
De carro, você pode parar em praticamente qualquer lugar e há estacionamentos de monte. Mas e de bicicleta? A solução é impedir o uso da bicicleta ou tornar a cidade mais justa a quem não quer ou não pode usar o carro?
Veja aqui a opinião bastante coerente de uma leitora d’O Globo, que foi publicada no site do jornal.
Aqui em Vitória a prefeitura tem agido para retirar os vendedores de churrasquinho das calçadas com o argumento válido de que a calçada serve para o pedestre se deslocar. O problema é que além das calçadas não terem condições para circulação de pessoas, é nítida a falta de fiscalização relacionada a estacionamentos irregulares. Já cheguei a ligar para a PMV mas a moça que me atendeu disse que é um problema da guarda municipal e que esta só poderia agir caso o mesmo automóvel estivesse estacionado todos os dias no mesmo lugar (que lindo). Quer dizer, vender churrasquinho não pode, prender bicicleta não pode, mas enfiar uma caixa de lata de 8m² encima da calçada PODE! É a carrocracia privilegiando o “conforto” da classe média e esmagando o direito de ir e vir e a qualidade de vida dos cidadãos mais humildes.
0 0
Outra forma de desrespeitar o pedestre que pensa que pode transitar pela calçada é colocando mesas e cadeiras de bar na calçada que fica na frente do bar.
0 0
Não vá se empolgando galera, pois essa mesma Subprefeitura de Pinheiros, que pegou a bike do Ismael continua apreendendo bicicletas. Levaram duas bikes de uma Padaria no Brooklin da mesma maneira, com apoio policial e caminhão da prefeitura. Pedi ao dono da padaria o comprovante de apreensão que não quis me dar com medo de futuras represálias de fiscais da prefeitura (todos sabemos que se os fiscais quiserem, conseguem fechar qualquer estabelecimento comercial da cidade).
Também já disseram que a Sub da Sé teve o mesmo problema, portanto temos que ficar de olho. As vezes achamos que uma bicicleta é roubada, mas se pesquisarmos, é bem capaz de acha-la em um depósito de alguma sub prefeitura.
0 0