Vauban fica na periferia da cidade de Freiburg, na Alemanha, perto da Suíça. Estacionamentos de rua, garagens e o trânsito de automóveis são proibidos em quase todo o distrito. As pessoas podem ter automóveis, mas têm de deixá-los em uma das duas grandes garagens que ficam no limite da comunidade. E uma vaga lá custa até €17.500 (quase R$ 50 mil reais), mais uma taxa mensal.
“A quantidade de tempo que se passa ao volante de um carro é tão importante quanto possuir um automóvel híbrido” – David Goldberg, funcionário da Transportation for America
Loucura? Não para as muitas famílias que venderam seu carro para mudar para lá. Nem para a Transportation for America, que diz textualmente que “o desenvolvimento dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial esteve todo concentrado no automóvel, e isso terá que mudar”. Tampouco para a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, que está promovendo comunidades com número reduzido de carros, ou para a Associação de Planejamento da Área de Hayward, na Califórnia, que está desenvolvendo uma comunidade semelhante a Vanban chamada Quarry Village. Nem para as mais de cem pessoas que já se inscreveram para comprar uma casa na Quarry Village.
Henk Schulz, um cientista que em uma tarde do mês passado observava os três filhos pequenos caminhando por Vauban, lembra-se com entusiasmo da primeira vez que comprou um carro. Agora, ele diz que está feliz por criar os filhos longe dos automóveis; ele não tem que se preocupar muito com a segurança deles nas ruas.
Mas Vauban não tem apenas o diferencial no transporte e na qualidade de vida e almeja ser um modelo de cidade sustentável. Para dar um exemplo, as casas vão além do conceito de “consumo zero” de energia. Com os telhados recobertos de material captador de energia solar, elas geram mais energia do que consomem. Ou seja, além de usar apenas energia limpa produzida ali mesmo, ainda geram um excedente que poderá utilizada em outros lugares da cidade.
Uma matéria do New York Times, publicada hoje em português, aborda longamente o assunto. Alguns trechos da matéria estão espalhados por este post, nos quadros azuis. As fotos vieram deste site, com exceção da foto dos telhados, que veio daqui.
4 comentários em “Comunidade alemã decide viver sem carros e vira referência”
Enquanto nos países subdesenvolvidos a grande preocupação é que cada membro da família tenha seu próprio carro (os que “podem” é claro) nesta cidade alemã todos andam de bicicleta. Que belo exemplo para o mundo!!!
Leonardo, não li nada sobre isso, mas acredito que sim. Muitas das ruas são estreitas demais para um carro passar, mas não creio que tenham esquecido de pensar nas emergências. Há algumas poucas ruas onde os carros são permitidos. Dá uma pesquisadinha nos links pra ver o que você descobre e depois me conta… 😉
Este é um site de pessoas que, pelo que entendi, “cuidam” da cidade: http://www.forum-vauban.de/index-en.shtml . Você pode tentar contato com eles (em inglês ou alemão).
E concordo com a sua afirmação de que o automóvel não seja uma má invenção. Digo até que é uma invenção muito boa e útil. Mas, como você disse, seu uso abusivo é o problema. E o uso abusivo é uma consequência do modelo social, econômico e de desenvolvimento pelo qual passamos ao longo do século 20. Produzir mais, vender mais, criar mercados consumidores, colaborar com a indústria automotiva (seja trabalhando nela, dando incentivos fiscais ou criando infra-estrutura) para conseguir um pouco desse dinheiro. É um ciclo difícil de quebrar, principalmente com o automóvel tão incrustado na nossa cultura.
Não é que o Automovel seja uma má invenção, seu uso abusivo que é. Nessa comunidade é permitido o uso em caso de emergencia? como o corpo de bombeiro ou a ambulancia?
Enquanto nos países subdesenvolvidos a grande preocupação é que cada membro da família tenha seu próprio carro (os que “podem” é claro) nesta cidade alemã todos andam de bicicleta. Que belo exemplo para o mundo!!!
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Também não li nada inclusive o título.
O que eu achei engraçado foi o comentário do senhor perguntando se será permitido o uso em casos de emergência.
“Non non! Vai te que levá o toente uma veiz de picicléta lá. Num qué nem çabê”
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Leonardo, não li nada sobre isso, mas acredito que sim. Muitas das ruas são estreitas demais para um carro passar, mas não creio que tenham esquecido de pensar nas emergências. Há algumas poucas ruas onde os carros são permitidos. Dá uma pesquisadinha nos links pra ver o que você descobre e depois me conta… 😉
Este é um site de pessoas que, pelo que entendi, “cuidam” da cidade: http://www.forum-vauban.de/index-en.shtml . Você pode tentar contato com eles (em inglês ou alemão).
E concordo com a sua afirmação de que o automóvel não seja uma má invenção. Digo até que é uma invenção muito boa e útil. Mas, como você disse, seu uso abusivo é o problema. E o uso abusivo é uma consequência do modelo social, econômico e de desenvolvimento pelo qual passamos ao longo do século 20. Produzir mais, vender mais, criar mercados consumidores, colaborar com a indústria automotiva (seja trabalhando nela, dando incentivos fiscais ou criando infra-estrutura) para conseguir um pouco desse dinheiro. É um ciclo difícil de quebrar, principalmente com o automóvel tão incrustado na nossa cultura.
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Não é que o Automovel seja uma má invenção, seu uso abusivo que é. Nessa comunidade é permitido o uso em caso de emergencia? como o corpo de bombeiro ou a ambulancia?
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