Veio de bike? Usa o chuveiro daquele hotel ali, ó…

Infelizmente isso ainda acontece só em Londres, mais especificamente na região de Sutton… Quem usar a bicicleta para ir ao trabalho, ou decidir ir a pé, pode usar as instalações dos hotéis da rede Hollyday Inn para tomar seu banho e se trocar antes de entrar na empresa. Isso já está acontecendo desde o início de setembro.

E como isso foi acontecer por lá?

O órgão responsável pelo sistema de transportes de lá, o Transport for London (equivalente, creio eu, à nossa Secretaria Municipal de Transportes), criou uma iniciativa para diminuir o uso do automóvel chamada Smarter Travel (em uma tradução literal, “viagem mais esperta”).

Ou seja: a prefeitura de lá reconhece que o excesso de automóveis é prejudicial à cidade e criou um plano para diminuir seu uso. E como parte desse plano, há várias formas de incentivo ao uso de meios de transporte coletivos ou não poluentes.

Como parte dessa iniciativa, as pessoas dessa área que trabalham em empresas que apóiam a iniciativa ganham o direito de usar as instalações dos hotéis caso optem por meios de transporte ativos: bicicleta, andar e correr (até existem outros, como skate e patins, mas os citados são esses).

E ainda há bem mais do que isso. O trabalho de conscientização da população envolve outras iniciativas, como:

  • Um Bilhete Único turbinado que, além de ter integrado vários meios de transporte coletivo (ônibus, trem, bonde, metrô, transporte hidroviário, etc.), tem opções como pagar uma vez e usar o dia todo em determinada região da cidade e tarifas diferenciadas de acordo com o horário de uso.
  • Planejamento de Jornada, uma iniciativa para facilitar a informação sobre alternativas de transporte para trechos que o cidadão precisar percorrer. Essa informação é disponibilizada em um site, quiosques e alguns telefones públicos.
  • Planejamento personalizado de trajeto: equipes de Conselheiros de Trajeto, com profundo conhecimento das opções de transporte da cidade, visitam as casas das pessoas para conhecer seus hábitos de deslocamento e oferecer possíveis alternativas que não tenham sido consideradas por eles, que possam lhes ser mais adequadas, poupar tempo, dinheiro e aborrecimentos, ou que sejam mais sustentáveis e menos congestionadas. O objetivo é dar o empurrãozinho que falta para as pessoas procurarem essas alternativas, ajudando com toda a informação necessária.
  • Planejamento de trajetos em empresas e escolas: os Conselheiros de Trajeto também visitam empresas e escolas para ajudá-las com informações e sugestões para facilitar as viagens de seus empregados e alunos. Também há incentivos financeiros para construção de instalações com chuveiros e estacionamentos seguros para bicicletas, incentivando seu uso.
  • Mapas de bolso e dicas para trajetos a pé, inclusive a lazer, e para viagens utilizando mais de um meio de transporte.
  • Informações sobre serviços de compras com entrega em domicílio, sobre mudanças climáticas, áreas verdes para se visitar na região, informações de acessibilidade e outras, que são entregues na casa das pessoas, sob demanda, com a utilização de bikeboys.

E depois nego ainda vem dizer que a solução para diminuir o trânsito é assassinar um rio

4 comentários em “Veio de bike? Usa o chuveiro daquele hotel ali, ó…

  1. Cara, adorei seu site.
    Acho impressionante o tanto que estas soluções alternativas para o carro podem ser eficazes. O que mais me deixa com raiva é que as pessoas aqui em SP veêm a falta de carro como um sacrifício muito grande. Inclusive aquelas esclarecidas, que já tiveram a oportunidade de morar fora e viver uma vida sem carro, de bike ou de transporte público, consideram impossível e doloroso tentar isso por aqui. Mas ai Silvio, você tem que ver que as coisas têm que começar por algum lugar. Então ao invés de ver dificuldades, se inspire em ler algo como esta iniciativa de Londres e tente replicar isso aqui. Comece aos poucos, dando carona, pegando carona, deixando de usar seu carro pelo menos uma vez por semana. 🙂
    Vá de bike.
    beijos,
    Cecília

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  2. Eu nem imagino que dê pra fazer uma coisa dessas em São Paulo. Claro, seria impossível. Afinal, somos tão grandes e pobres. Mas será que não dá pra pegar um ou dois exemplos e colocá-los em prática por aqui?? Só um, vai, só unzinho!!!

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