Ciclovia pintada em protesto no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Karina Massi

Ciclovia da Eliseu de Almeida será discutida em encontro na Câmara

Como resultado da manifestação popular, reunião foi marcada por vereadores para o sábado 16 de março. A participação é muito importante!

Manifestacao pela ciclovia da Av. Eliseu de Almeida mobilizou população e poder público. Foto: Gabinete do vereador Adilson Amadeu
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No dia 23 de fevereiro, um sábado, foi realizada mais uma manifestação na Av. Eliseu de Almeida pedindo a implantação da lendária ciclovia. Mais uma entre tantas que já aconteceram nos últimos anos.

Mas parece que dessa vez a coisa vai andar, graças à participação ativa de alguns vereadores, da boa vontade do novo subprefeito e, principalmente, da insistência dos cidadãos.

Quem esteve lá

Além de moradores e ciclistas, estiveram no local os seguintes representantes do executivo e do legislativo:

  • O novo subprefeito do Butantã, Luiz Felippe de Moraes Neto. Arquiteto e Urbanista, tem trabalhado na sub desde 2009 e parece ter o bom hábito de manter contato direto e dialogar com a população.
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  • Vereador José Police Neto (PSD). Foi presidente da Câmara por vários anos e faz a maior parte de seus deslocamentos em bicicleta. Um vereador que realmente pedala, conhecendo na pele as dificuldades e as delícias que isso nos traz. Já participou de eventos sobre o uso da bicicleta, inclusive como debatedor (veja aqui). Página no site da Câmara. Contato: policeneto@camara.sp.gov.br
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  • Vereador Gilberto Natalini (PV). Formado em medicina e com forte atuação na área da saúde, é aliado da causa das bicicletas já há alguns anos, tendo também participado de eventos sobre o assunto, inclusive como debatedor (veja aqui). Página no site da Câmara. Contato: natalini@camara.sp.gov.br
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  • Vereador Adilson Amadeu (PTB). Despachante e empresário, tem sua atuação voltada à questão do trânsito. Esperamos ser um novo aliado na luta por uma cidade mais justa e menos agressiva, onde as bicicletas tenham seu direito de circular respeitado – com ou sem ciclovia. Afirma ter elaborado anos atrás um projeto de lei estimulando o “parque a parque”, que seria uma versão da atual Ciclofaixa de Lazer. Página no site da Câmara. Contato: adilsonamadeu@camara.sp.gov.br
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  • Assessores do vereador Nabil Bonduki (PT). Mestre, doutor e professor da USP em temas relacionados a arquitetura e urbanismo, já apoiou a causa da bicicleta em outros mandatos, criando, por exemplo, um projeto de lei que defendia a instalação de bicicletários na cidade (muito antes da questão ganhar corpo). Página no site da Câmara. Contato: nabil@nabil.org.br
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  • Assessor do vereador Marco Aurélio Cunha (PSD). Médico ortopedista com especialização em medicina esportiva, é autor do mais recente projeto de lei que tenta resolver a questão de estacionamento de bicicletas na cidade (veja aqui). Para a lei ser implementada, falta ainda regulamentação por parte do novo prefeito, Fernando Haddad. Abordaremos essa questão em breve. Página no site da Câmara. Contato: marcoaureliocunha@camara.sp.gov.br
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  • Assessor do vereador Aurelio Nomura (PSDB). Advogado, acompanhou de perto a questão das ciclofaixas do bairro de Moema, tendo estado presente à reunião em que ciclistas e integrantes da AMAM (Associação dos Moradores e Amigos de Moema) discutiram o assunto. Página no site da Câmara. Contato: nomura@camara.sp.gov.br
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  • Um representante da Secretaria do Verde, que seria diretor do Parque Jardim Previdência, localizado ao lado de onde foi realizada a manifestação (entre a Eliseu de Almeida e a Raposo Tavares).

A conversa com a população, no meio da avenida, foi bastante produtiva (veja parte dela neste vídeo e neste outro) por trazer um debate aberto sobre o que pode ou não ser feito e o que falta na avenida para que uma obra de ciclovia possa ser iniciada (em resumo, as obras estruturais que devem antecedê-la ainda não foram concluídas).

Como resultado, foi marcada uma encontro na Câmara para discutir formalmente a questão, expor o projeto existente, o que pode ser feito para que seja implementado, esclarecer o prazo mínimo necessário e dar oportunidade aos cidadãos de se manifestarem sobre a questão. Veja detalhes mais adiante, nesta página.

Da esquerda para a direita, o subprefeito do Butantã, Luiz Felippe de Moraes Neto, e os vereadores Gilberto Natalini, Police Neto e Adilson Amadeu. Imagem: Pedro Cruz/Reprodução

Propostas

Leia aqui sobre a Ciclo Rede Butantã, um projeto abrangente que já existe para a região. Ainda não sabemos se o que pretendem implementar é realmente esse projeto ou se seria algo mais recente.

Segundo o gabinete do vereador Adilson Amadeu, “a proposta é muito mais ampla [do que apenas uma ciclovia na Eliseu] e representa a implantação de quase 17 quilômetros de ciclovias, que juntamente com outras obras viárias têm um custo estimado em mais de 20 milhões”. O projeto é complexo, envolvendo as secretarias de infraestrutura urbana, trânsito, do verde e a subprefeitura.

“Além disso, os ciclistas reivindicam que a ciclovia da capital se conecte com a ciclovia de Taboão, desativada recentemente“. Essa, aliás, era a proposta original: a ciclovia do Taboão foi feita com essa intenção, mas o fato do trecho de São Paulo nunca ter saído do papel foi recentemente utilizado como um dos argumentos para desativá-la.

“Estamos empenhados para que não só essa obra, mas todo o sistema cicloviário de São Paulo seja implementado e dotado de orçamento”, afirma Caio Baccini, assistente parlamentar do vereador Nabil Bonduki que esteve na manifestação. “Na revisão do Plano Diretor esse ano, esse tema será prioridade”.

Ciclovia pintada em protesto no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Karina Massi
Ciclovia pintada em protesto no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Karina Massi

Reunião informal antes do encontro na Câmara

Ciclistas e moradores da região realizaram uma reunião informal e aberta, para alinhar propostas que serão levadas à Câmara Municipal, no sábado 2 de março. A aconteceu no Estúdio do Morro, na R. Padre Justino, 593, com a participação da Ciclocidade, que está envolvida com a questão há bastante tempo.

Havia também a disposição de discutir a desativação da ciclovia de Taboão da Serra, que faria ligação com a da Eliseu, permitindo o deslocamento seguro entre as duas cidades.

As informações sobre a realização dessa reunião foram fornecidas por Karina Massi, estudante de biologia e Álvaro Diogo, tecnólogo em Hidráulica e Saneamento Ambiental, dois jovens que tem se mostrado bastante ativos nessa mobilização em busca da ciclovia perdida da Eliseu. Segundo Álvaro, a reunião “partiu de diversos atores envolvidos nas mobilizações pela Ciclovia na Av. Eliseu de Almeida e recentemente pela não desativação da ciclovia em Taboão da Serra”.

Participe do encontro na Câmara

Um encontro entre poder público e cidadãos foi marcada para o dia 16 de março, sábado, às 10h da manhã. A participação em massa dos ciclistas é muito importante!

A perspectiva é que seja uma reunião aberta para participação do público, realizada em auditório, em formato semelhante ao das Audiências Públicas: após as declarações dos participantes da mesa, que geralmente são integrantes do legislativo e executivo ou pessoas convocadas para prestar informações e esclarecimentos, os cidadãos podem pedir a palavra.

É recomendável registrar-se na entrada para poder ser chamado a falar. Por limitação de tempo, nem todos podem ser chamados e por isso é de bom tom ser breve e só pedir a palavra se realmente houver algo relevante a ser dito. Senão você pode acabar deixando de fora alguém que trouxe uma informação ou ideia importante para discussão. 😉

Segundo o vereador Police Neto, pessoas-chave na questão foram convocadas. “Enviamos ofícios no dia 26, assinados por mim e pelos vereadores Gilberto Natalini e Adilson Amadeu, convidando o subprefeito do Butantã e os secretários municipais do Verde e Meio Ambiente [Ricardo Teixeira], dos Transportes [Jilmar Tatto] e das Subprefeituras [Chico Macena] para participarem do encontro”.

E o que será definido? A ciclovia sai? Pra quando? “A idéia é exatamente cobrar informações das autoridades públicas”, explica o vereador Gilberto Natalini. “Só saberemos maiores detalhes na reunião”.

Segundo a página do evento no Facebook, todos os vereadores citados nessa matéria confirmaram presença. Já são seis vereadores empenhados em buscar uma solução para essa questão, uma mostra de que São Paulo caminha cada vez mais em direção da aceitação e incentivo reais ao deslocamento em bicicleta.

Ainda não temos informação sobre a presença dos demais convocados, mas manteremos essa página atualizada com essa informação. Se mais algum vereador pretende participar, ainda que como ouvinte, pedimos a gentileza de nos informar, para que também possa ser citado aqui.

Foto: Dornicke/Wikimedia Commons
Foto: Dornicke/Wikimedia Commons

Quando e onde

Encontro para discutir a implantação da Ciclovia da Avenida Eliseu de Almeida
Dia 16 de março de 2013, às 10h, na Câmara Municipal
Viaduto Jacareí, 100 (veja mapa)
Auditório Sérgio Vieira de Mello (1º subsolo)

Há bicicletário na Câmara, no lado direito do prédio, atrás da grade verde. Leve sua tranca!

A casa costuma ser pouco flexível com vestuário. Para evitar contratempos, vá usando uma calça e não bermuda, ou leve uma na mochila para vestir por cima.

5 comentários em “Ciclovia da Eliseu de Almeida será discutida em encontro na Câmara

  1. Quem já sofreu com motoristas de onibus intermunicipais pode enviar uma reclamação , pois quanto mais gente reclamar é melhor , veja a minha reclamação a seguir: ” Trafegava de bicicleta pelo bordo direito da estrada de itapecerica sentido centro e o motorista do onibus de numeral 15678, passou por mim tao perto que quase me atropelou como se eu não estivesse ali, tive que praticamente quase subir na calçada, me senti com senão tivesse o direito a trafegar pela rua, direito este consolidado pelo código de transito brasileiro, por isso venho por meio deste canal pedir que como acontece na sptrans, seja realizado um treinamento aos profissionais motoristas de empresas intermunicipais em relação a velocidade e respeito a pedestres , ciclistas , outros motoristas, enfim , afinal nós somos o transito , pois tenho como meio de transporte a bicicleta como uma alternativa que nao congestiona e deve ser considerada parte do transito. Percebo muita agressividade, direçao ofensiva e não defensiva por parte dos motoristas de empresas intermunicipais e, bem menos respeito do que os motoristas de empresas de onibus da sptrans, sem mais , Obrigado.” link para a ouvidoria: http://www.emtu.sp.gov.br/emtu/ouvidoria/entre-em-contato/por-formulario-eletronico.fss

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  2. Sempre tenho esperança, mas esse papinho político me enoja. São sempre as mesmas respostas: “estamos lutando” “o projeto será muito mais amplo” “custo é de milhões” “obras pré obras”
    Pq sempre complicam o q é simples?
    Se um tal político citado no texto esta desde 2009 no cargo, pq nao fez nada até agora?

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