Filme para a TV foi incluído na campanha "a São Paulo que a gente quer". Imagem: PMSP/Reprodução

Lançada campanha de respeito a ciclistas em São Paulo – assista

Assista ao vídeo da campanha Respeito Bicicleta, da Prefeitura de São Paulo, e veja a análise do Vá de Bike.

Filme para a TV foi incluído na campanha "a São Paulo que a gente quer".  Imagem: PMSP/Reprodução
Filme para a TV foi incluído na campanha “A São Paulo que a gente quer”. Imagem: PMSP/Reprodução
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A reunião do prefeito com os ciclistas

Foi lançado no dia 11 de agosto, domingo, o comercial de TV da Prefeitura de São Paulo pedindo respeito aos ciclistas em São Paulo. O filme é parte de uma campanha mais ampla, que também utiliza rádio (com spots e informações nos boletins dos helicópteros), internet, TVs de ônibus e metrô, pontos de ônibus e possivelmente os relógios de rua. Após duas semanas de exibição na TV, a campanha entrará nas redes sociais e impressos até o Dia Mundial Sem Carro, dia 22 de Setembro. Saiba mais.

O vídeo parece ter sido inserido na campanha “A São Paulo que a gente quer”. Os outros filmes já veiculados dentro dessa campanha falam sobre corredores de ônibus.

Veja abaixo o vídeo que foi disponibilizado no canal oficial da Prefeitura no Youtube:

Assista aqui os outros vídeos dessa campanha!

A São Paulo que a gente quer. Imagem: PMSP/Reprodução
A São Paulo que a gente quer. Imagem:PMSP/Reprodução

Mensagens

Informações importantes são passadas no filme, tanto de forma textual como nas imagens. Os ciclistas são mostrados como cidadãos comuns, não atletas em treinamento. As imagens deixam claro que quem usa a bicicleta são pessoas como as que dirigem: possuem filhos, se deslocam para o trabalho, há até os que têm carro mas optam pela bicicleta, como mostra uma das cenas finais.

Há ciclistas com e sem capacete, representando o que se vê nas ruas. Certamente esse será um ponto polêmico, mas mostrar apenas ciclistas com capacete poderia causar um efeito colateral bastante danoso, ao passar a ideia de que apenas os que utilizam esse acessório merecem o respeito dos motoristas. Sabemos que a maioria não o utiliza. Entretanto, seu uso é recomendado no texto do comercial.

Os ciclistas do filme claramente ocupam a faixa de rolamento. É um avanço enorme termos isso sendo mostrado como o posicionamento adequado da bicicleta na rua, em uma comunicação da prefeitura. Ocupar a faixa é o comportamento mais seguro, mas por ser pouco aceito pelos motoristas é importantíssimo que tenha sido evidenciado e tenha o “lastro” dado por esse filme.

Desenhando para tornar claro: para respeitar a distância de 1,5m o motorista deve mudar de faixa. Imagem: PMSP/Reprodução
Desenhando para tornar claro: para respeitar a distância de um metro e meio, o motorista deve mudar de faixa. Imagem: PMSP/Reprodução

Uma das cenas mostra o ciclista no meio da faixa, com setas indicando que, para respeitar a distância lateral, torna-se necessário que o motorista utilize outra faixa. O texto fala sobre a distância necessária e também sobre reduzir a velocidade para ultrapassar, outro ponto importante.

Na presença de faixa exclusiva de ônibus, o ciclista é mostrado na segunda faixa. Mas em outra cena um ônibus ultrapassa adequadamente um ciclista que está na direita, utilizando a faixa adjacente. Com isso, duas situações são exibidas e reconhecidas como válidas: o ciclista na direita mesmo onde o ônibus circula e a utilização da segunda faixa, deixando a direita para os ônibus.

Há também informações destinadas aos ciclistas. Além das cenas que os mostram ocupando a faixa, há uma ciclista atravessando desmontada na faixa de pedestres e parando no sinal fechado, numa bike box. É feita a recomendação para utilizar “os acessórios de segurança” (entende-se o uso de capacete), um ciclista aparece sinalizando a mudança de faixa e todos trafegam no mesmo sentido dos carros. Ninguém utiliza a calçada.

O filme encerra com este ótimo texto: “a rua é de todos e tem espaço para todo mundo, é só saber compartilhar”.

Claro que muito mais poderia ser dito. Mas seria bem difícil acrescentar mais informação sem aumentar o tempo de 30 segundos dessa peça. Considerando essa limitação, a quantidade de informação passada foi bastante grande (e relevante).

Agora é ver o resto da campanha, em outras mídias. Ainda não sabemos se há outros filmes ou se essa é a única peça a ser veiculada na TV.

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39 comentários em “Lançada campanha de respeito a ciclistas em São Paulo – assista

  1. Em um aspecto essencial, o atual governo tornou mais difícil o dia-a-dia do ciclista, e esta propaganda reforça esta questão: o convívio com os ônibus nos tempos de proliferação das necessárias faixas exclusivas.
    A propaganda mostra ciclistas ultrapassando ônibus pela segunda faixa em uma avenida de três faixas, num ritmo câmara-lenta que definitivamente não corresponde à SP real. É esta a proposta da prefeitura? A proposta de segunda faixa para ciclistas, defendida por importante parcela do cicloativismo até a trágica morte da Juliana – e revertida após isto, em comum acordo com a CET, que treinou os motoristas de ônibus a compartilhar a faixa preferencial com as bicicletas – parece-me arriscada ao ponto da inviabilidade: eu deixaria de pedalar pela cidade se a segunda faixa fosse definida para os ciclistas; simplesmente é desesperadoramente insegura.
    Esta questão precisa de uma definição urgente; hoje, mais uma avenida que uso para meus deslocamentos – a Indianópolis – ganhou faixa exclusiva.

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    1. Pois é, eu me preocuparia muito em ocupar a faixa segunda faixa.
      Tenho mais medo dos motoristas de veículos e motos que me ultrapassariam do que dividir a faixa com os ônibus. A chance de ter um imbecil me causando risco é muito maior.

      Penso que poderiam reservar 1,5 metro a mais da via para uma ciclofaixa. Ficaria:

      ______|_______________|__________________________________|
      Bikes——–Onibus—————-Carros

      Em vias como a Indianópolis isso é totalmente viável, já que já havia um espaço usado para estacionamento nesta via, no bordo direito.

      Na hora do ponto de ônibus, a faixa do ônibus se extende sobre a de bikes para que ele possa encostar, e tudo certo.

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  2. Apesar de quaisquer críticas que fizerem, o fato é que finalmente temos uma campanha voltada pra nossa segurança na grande mídia, e isso por si só me deixa mais que feliz.

    Nosso trabalho agora é divulgar.

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    1. Certamente deixa a todos felizes, mas não podemos cair no “melhor do que nada”.
      Penso que as “críticas” na verdade são impressões de quem está nas ruas das cidades e sugestões para aperfeiçoamento da campanha.

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    2. O problema é justamente ter a segurança como centro.

      Nada é mais morbido, e menos atraente, do que “segurança”

      Quantos novos usuarios uma propaganda assim atraira? Nenhum! Nem que seja porque ela fala o tempo todo de um ser alienigena, um Outro, nomeado “ciclista”

      É por isso que eu rejeito o termo: nao sou nem serei jamais “ciclista”, e sim usuario regular de bicicleta como transporte.

      E nao me preocupo com segurança porque usar bicicleta torna-a fato consumado: reduz riscos inclusive para os outros.

      Voces paulistanos, conterraneos de Oswald, continuam sem antropofagia…

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  3. Muito importante essa iniciativa. Entretanto, na minha opinião a propagando retrata uma cidade calma e que “tem espaço para todos”. Discordo que essa é a realidade de são Paulo. Sou ciclista e sei que muitas vezes não há espaço para ninguém! Ao tratar a cidade dessa forma utópica, a propaganda perde credibilidade.

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  4. Claro que vale a mesma idéia da crítica a propaganda agressiva do Mini. Ficar atento ao conteúdo, e não matar o mensageiro. É ir direto ao responsável pela campanha, e por suas críticas e sugestóes, colaborando. Seria melhor se tivesse manifestação antes e houvesse uma consulta mais ampla do conteúdo. Contudo, houve consulta entre os nossos representantes, como a Ciclocidade e vice-versa. Por isto que é importante uma particiapação maior da comunidade ciclística nos afazeres públicos, aquele conceito da “Massa Crítica”, que com maior pessoal comentando, sugerindo, dando feedback, melhores resultados e conscientização virão.

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  5. ao final fala “use sempre itens de seguranca”

    a que artigo do CTB a prefeitura de SP esta se referindo?

    que itens de seguranca? os com comprovada eficacia e exigidos nas nacoes cicloviarias importantes, como luzes trazeiras e dianteiras, guidon-bigode e uma ergonomia mais vertical (up-right)?

    ou ele ta falando do patua de isopor que uns mal-vestidos acriticos colocam na cabeca? (e que seguramente diminui o numero de usuarios de bicicleta sempre que aparece…)

    alias, “ciclista eh o c&$#lho!”, como diz a Orquestra Imperial. Eu sou usuario de bicicleta como meio de transporte – nao unico, e nem sempre preferencial

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  6. É um bom começo, mas a situação mostrada no vídeo ainda é muito diferente da realidade. Vias tranquilas, pouco tráfego, poucos carros, velocidades baixíssimas etc.
    não sei o porquê, mas o texto “a rua é de todos e tem espaço para todo mundo, é só saber compartilhar” em incomodou um pouco. Talvez seja o “tem espaço para todo mundo”. Na realidade as vias estão completamente atoladas de carros e o conflito diário no trânsito é justamente a falta de espaço.
    Apesar da demora entre o prometido e o lançamento da campanha. É um grande avanço essa iniciativa. Parabéns prefeitura! Mas não vamos ficar só no blá blá blá. Tá mais do que na hora de investir num plano cicloviário nessa cidade de fato.

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  7. Excelente! Só tenho a elogiar esse trabalho.

    Simples, educativo e muito próximo da realidade paulistana. É realmente o que precisamos para deixar a cidade mais humana.

    O tempo de reprodução é curto, devido ao padrão do comercial brasileiro (30 segundos na maioria), mas tem informações essenciais, objetivas e de fácil compreensão.

    O único problema é o tempo de divulgação, que será somente até dia 22 de Setembro. Acredito que esse tempo poderia ser de 6 meses (no mínimo) para poder frisar melhor, como o motorista deve se comportar ao ver o ciclista na rua.

    Mas como a campanha é curta e o tempo de divulgação é limitado, vamos fazer nossa parte: compartilhe o vídeo nas redes sociais! 😉

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    1. Comunicação de massa é caro. Ainda mais de TV. Que não temos controle de veiculação. Esse é um dos custos de educar os motoristas desconectados da internet.
      Usar redes sociais e rede de compartilhamento de video barateia bastante, e, compartilhar nas redes sociais é a nossa parte do trabalho.

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  8. Achei muito bom, principalmente pelas imagens. Mas o texto diz “o ciclista DEVE SEMPRE usar os acessórios de segurança”, isso dá margem para motoristas acharem que o ciclista que não usa está errado.

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  9. Achei excelente. Este filme faz a cidade sair da idade da pedra em termos de comunicação sobre compartilhamento com bicicletas. Tem muita mensagem mesmo ai nestes 30 segundos e espero que seja divulgado massivamente, inclusive em cartazes naqueles relogios novos de rua.

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  10. Obg, Willian. Se vcs em Sampa chegaram a esse patamar, é graças aos ciclistas como você e outros que botaram a preguiça de lado e a bike na rua! Espero que aqui em Teresina (PI), nós possamos chegar nesse nível, uma vez que aqui o nª de carros já ultrapassa a população da cidade. Abs!

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  11. 30 segundos é muito pouco para transmitir corretamente tantas informações! Mas enfim, já é alguma coisa, e vinda do poder público transmite legitimidade.

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    1. Também achei muito “cortada” (não sei se é assim que se chama), mas como diz o post, é possível que haja mais filmes e dê para sanar o problema. Queria ver uma campanha assim aqui no DF.

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  12. Bom, gostei: até poderiam acrescentar mais informações, mas elas são suficientes, as regras para um compartilhamento civilizado acho que foram muito bem contempladas. E, realmente, o posicionando o ciclista ao centro da faixa, inda por cima “desenhando” o 1,5 m para quem quiser ver e conferir… mais claro, impossível! Sim, e o lance do capacete, que pode dar algum pano pra manga. Mas, mesmo não sendo item obrigatório, no revezamento com-capacete-sem-capacete, a peça acaba dando ênfase a seu uso. E, legal, personagens não desportistas, que utilizam a bici pra transporte!

    Bom, desgostei: muito curta, alguns cortes são bruscos, sim, é padrão, 30s, mas não custava nada disponibilizar um outro “corte” de, sei lá, 45s, um minuto, com as mesmas informações, passadas com mais calma, ou uma versão com informações adicionais, uma versão extended, versão de diretor…rs. Afinal, veicular nos Youtube da vida é na, hum, faixa, né?

    Bom, mas se é campanha, deve ter articulação com outras “peças”, folhetos, folders, rádio, etc., então vamos como é que vai ficar o, hum, conjunto da obra.

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