Capital cerense tem pressionado o poder público pela instalação de estrutura cicloviária eficiente. Foto: Ciclovida

Nordestinos mostram sua força no Bicicultura – Ceará tem a terceira maior participação

Atrás apenas de SP e RJ, serão 13 projetos e participantes cearenses na programação. Estado ficou ainda em 2º lugar em quantidade de projetos enviados.

Ciclofeministas cearenses participarão do Bicicultura com três atividades. Imagem: Ciclanas
Ciclofeministas cearenses participarão do Bicicultura com três atividades. Imagem: Ciclanas

São Paulo está se preparando para o Bicicultura, maior encontro nacional de mobilidade por bicicleta e cicloativismo do Brasil. A programação foi construída por meio de edital nacional e o Ceará ficou entre os estados com o maior número de atividades e participantes aprovados.

São 13 cearenses na programação, atrás apenas do Rio de Janeiro (14) e do anfitrião São Paulo (cerca de 105). Em relação à quantidade de projetos enviados, o Ceará fica em segundo lugar, com 23 propostas.

Três dos projetos são do coletivo ciclofeminista Ciclanas – Mulheres de Bicicleta no Trânsito de Fortaleza, que participarão de um painel sobre cicloativismo e diversidade. Em outro momento, falarão da experiência de pedalar para Pentecoste, município localizado a cerca de 80 quilômetros de Fortaleza, onde funciona um projeto agroecológico. As Ciclanas pedalaram até lá pela segunda vez em abril deste ano. A terceira atividade será uma oficina de gestão de mídias sociais para cicloativistas. A internet está, inclusive, ajudando-as na viagem. Por meio de uma campanha no Catarse, elas estão levantando recursos para deslocamento e alimentação das representantes durante a estadia em São Paulo. Até o fechamento desta matéria, 94% da meta havia sido alcançada.

“As doações estão vindo inclusive de outros estados. Acho que temos nos feito presentes em vários momentos, não só de modo virtual, e isso tem atraído a empatia das pessoas”, afirma a ciclana Luisa Pinheiro. A campanha termina dia 21/5 e é possível fazer doações a partir de R$ 10. A organização do Bicicultura está fornecendo passagens aéreas e os participantes terão direito a hospedagem solidária (veja abaixo).

O Vá de Bike estará no Bicicultura, venha nos visitar!

Capital cerense tem pressionado o poder público pela instalação de estrutura cicloviária eficiente. Foto: Ciclovida
Capital cerense tem pressionado o poder público pela instalação de estrutura cicloviária eficiente. Foto: Ciclovida

Avanços

Existe uma grande caminhada, ou melhor, pedalada acontecendo em Fortaleza. A cidade tem cada vez mais a bicicleta sendo pautada na imprensa e junto ao poder público. Recebeu mais infraestrutura cicloviária, sistema de bicicletas compartilhadas e a pressão de ativistas que exigem segurança, qualidade e eficiência, num constante trabalho de fiscalização.

É possível perceber o fortalecimento por meio de organizações como Ciclovida, Ciclanas, Massa Crítica e a presença crescente de ciclistas nas ruas. No ano passado, o Ceará teve atuação significativa no Fórum Nordestino da Bicicleta (FNEBICI), em Recife, e sediará a segunda edição do evento em novembro deste ano.

“As associações do nordeste puderam se conhecer melhor. A expectativa desse ano é de mais troca de informações”, afirma Daniel Neves, que vai falar, no Bicicultura, do Num Guento Mais Calor, projeto que envolve a plantação de mudas em ciclovias de Fortaleza. Ele também é integrante da Ciclovida e articulador nacional do Bike Anjo.

Quem viveu pelo menos parte da trajetória paulista no cicloativismo vê esse cenário com otimismo. “Desde os anos 80, com a criação dos Night Bikers, São Paulo pauta a bicicleta, e hoje acumula conquistas relacionadas à ciclomobilidade”, afirma Daniel Guth, um dos organizadores do Bicicultura, diretor e um dos fundadores da Ciclocidade.

Para ele, Fortaleza mostra sinais de amadurecimento. “A agenda da bicicleta só avançou em São Paulo porque houve acúmulo e organização da sociedade, além de alguma sensibilidade política em momentos decisivos. Vejo isso acontecendo em Fortaleza e em outras cidades do nordeste”.

Hospedagem solidária

Não tem onde ficar? Juntou dinheiro pra passagem, mas faltou pra um hotel? Para viabilizar a vinda de muitos dos participantes do Bicicultura 2016, haverá Hospedagem Solidária durante o evento. Para isso, foi criado um grupo no Facebook onde quem precisa de hospedagem pode conversar diretamente com pessoas que estão abrindo suas casas para os participantes do Bicicultura.

O evento vai priorizar a hospedagem de palestrantes, artistas inscritos por edital e convidados do evento para as pedaladas (mesa redonda). Quem puder hospedar um ciclista participante pode se oferecer através deste formulário.

Quem faz o Bicicultura 2016

O Bicicultura 2016 é idealizado e realizado pela União de Ciclistas do Brasil (UCB), Ciclocidade, Instituto CicloBR e Instituto Aromeiazero. O patrocínio é do banco Itaú e o apoio institucional da Prefeitura de São Paulo. O evento conta com o apoio de Instituto Clima e Sociedade, Aliança Bike, CompartiBike, Shimano, Kalf, Transporte Ativo, ITDP Brasil, Realbras, ARC, Visual Sinalização e Construções, Bloe, Courrieros, TC Urbes, Urbana Bicicletas, Bike Anjo, Ciclo ZN, Dream BMX, Silvia e Nina, Cidadeapé, Bicicleta para Todos, Portal Mobilize, Vá de Bike, Bike é Legal, Figura Web Filmes, Casa das Caldeiras, Brasil Bike Polo, oGangorra e Página da Rachel.

Onde e quando

Bicicultura 2016
Quanto: Entrada franca
Onde: Praça das Artes, na Galeria Olido e na Praça Ramos de Azevedo, centro de São Paulo
De 26 a 29 de maio
facebook.com/bicicultura.brasil
twitter.com/biciculturabr
instagram.com/biciculturabr

1 comentário em “Nordestinos mostram sua força no Bicicultura – Ceará tem a terceira maior participação

  1. Frente ao que temos hoje o cenário já esteve muito pior, mas ainda há muito por fazer. A vontade política ocorreu, poderia ser melhor porém o avanço foi bem significativo, as iniciativas ainda precisam atingir mais a periferia e até onde vão as vias atualmente dedicadas às bicicletas tem feito boa diferença na circulação da cidade.

    No meu ponto de vista o ponto da virada será as eleições municipais daí saberemos se o que foi implementado foi apenas de caráter eleitoral ou teremos propostas significativas.

    Antes de tudo, independente de quem venha a ser eleit@ dê continuidade nas transformações em uma velocidade um pouquinho melhor.

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