Ciclovia bate recorde de utilização com a falta de combustível em São Paulo

A bicicleta tem sido a solução para muita gente nos últimos dias. E os números comprovam o aumento espantoso da utilização das ciclovias

Ciclovia da Faria Lima lotada na manhã dessa segunda-feira, 28/05. Foto: Bike Zona Oeste

Com a falta de combustíveis decorrente da greve dos caminhoneiros, muita gente ficou sem poder circular com o carro, mas quem pedala continua por aí. É o que mostram não só nossas incursões pelas ruas mas também os números dos dois contadores eletrônicos das ciclovias de São Paulo.

A ciclovia da Faria Lima é sem sombra de dúvida a mais utilizada de São Paulo, principalmente por ser longa (13 km, da Vila Leopoldina ao Parque Ibirapuera), estar conectada com diversas outras estruturas (como a Ciclovia Rio Pinheiros) e ter sido implantada em um trajeto totalmente plano (em vez de usar vias alternativas e com aclives, como acontece em outros pontos da cidade). É até comum vermos pequenos congestionamentos de bicicletas nos cruzamentos quando os sinais fecham, sobretudo nos horários de pico.

O mesmo acontece na ciclovia da Avenida Paulista, que apesar de ficar em uma área alta da cidade, segue pelo topo do chamado “espigão”, uma área longa, contínua e sem aclives. Além de estar em local de grande fluxo de trabalhadores e consumidores, essa estrutura serve de ligação entre diversos pontos da cidade através da ligação com outras ciclovias, conectando Centro, Zona Oeste e Zona Sul da cidade.

Sem gasolina? Vá de bike!

De acordo com as estatísticas do contador de ciclistas da Rua Vergueiro (chegando na Avenida Paulista), a semana passada (21 a 26 de maio) foi a mais movimentada desse ano, com 14.170 viagens. Comparando com a semana anterior, o fluxo de ciclistas teve um aumento de 11,8%, com 1.494 viagens a mais.

Uso da ciclovia na semana da greve (em laranja) se intensificou a partir de sexta, superando em muito a utilização na semana anterior (em azul).

Na Faria Lima, o crescimento foi ainda maior. A semana de 21 a 26 de maio foi a de maior fluxo na história da ciclovia, com um total de 33.487 viagens. Comparando com a semana imediatamente anterior, o aumento foi de 17,5%, com quase 5 mil viagens a mais!

E não foi só isso: o domingo 27 teve o recorde histórico de utilização diária da ciclovia da Faria Lima, com 6.004 passagens registradas pelo contador, mostrando que nesse final de semana muita gente preferiu deixar o carro em casa para bicicletar pelas ruas. Foi um aumento de 85% em relação ao fluxo do domingo anterior!

Na Faria Lima, uso aumentou já na quinta-feira, com um crescimento espantoso que tende a se repetir nos próximos dias.

Crescimento contínuo

A falta de combustíveis estimulou as pessoas a buscarem a bicicleta como alternativa, como ficou bem claro nos gráficos acima. Mas olhando a evolução mensal e comparando com o mesmo período do ano anterior, percebe-se que o uso das ciclovia vem crescendo de forma notável esse ano.

Em um comparativo entre os primeiros cinco meses desse ano e o mesmo período de 2017, a ciclovia da Avenida Paulista teve um aumento de 9,4% esse ano. Já na Faria Lima, o crescimento foi ainda mais perceptível e surpreendente: 33%. Acompanhe nos gráficos abaixo, com uma projeção para o mês de maio baseada nos últimos dias de utilização das estruturas.

Janeiro, abril e maio apresentaram utilização bem acima dos mesmos meses do ano anterior.

 

Na Faria Lima, todos os meses apresentaram aumento, com um crescimento mais destacado nos últimos três meses.

Horário do rush

Veja a live que fizemos na sexta-feira 25 no horário de pico da noite, mostrando a quantidade de ciclistas na Avenida Faria Lima.


 

13 comentários em “Ciclovia bate recorde de utilização com a falta de combustível em São Paulo

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    1. Você veio aqui só para vomitar asneiras?

      Pois sua postagem nada mais é que trollagem e puro recalque, pois se moto fosse tão bom assim, não teria tantos acidentes.

      E é claro, PAGUE BEM CARO O IPVA E DPVAT, pois você paga para POLUIR o ar. Seu recalque é que a gente não paga nada de imposto, nem de gasolina e MUITO MENOS FICAMOS REFÉNS dos postos.

      afinal, isso ai é coisa de CARROCRATA E MOTOCRATA LIXO….

      Sem gasolina vcs não anda, nós andamos em qualquer situação e NÃO POLUIMOS O AR

      CHORA MAIS!!

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    2. “Tudo que tem motor” mata 6 pessoas por dia em São Paulo só com a poluição causada, não odiamos o motor, só gostamos das pessoas e queremos elas vivas e de preferência saudáveis.

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  2. Fico impressionado como ciclovia Faria Lima cresceu tanto em quantidade e a quantidade de ciclistas que usam para trabalho, principalmente delivery, e, transporte para ir e vir do trabalho. Noto também uma aumento de bicicletas motorizadas, principalmente elétricas, algo que os contadores não conseguem discriminar. Creio que é uma tendência, já que as empresas mal dão vestiários, e, para complicar, haviam estabelecimentos comerciais que forneciam bicicletários, estáo retirando, o que faz com que haja um desestímulo para o uso eventual para compras, passeio, ida a comer, etc …

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  3. Uso a ciclovia da Faria Lima, sendo um dos primeiros da cidade, fico impressionado como ela cresceu tanto em quantidade e a quantidade de ciclistas que usam para trabalho, principalmente delivery, e, transporte para ir e vir do trabalho. Noto também uma aumento de bicicletas motorizadas, principalmente elétricas, algo que os contadores não conseguem discriminar. Creio que é uma tendência, já que as empresas mal dão vestiários, e, para complicar, haviam estabelecimentos comerciais que forneciam bicicletários, estáo retirando, o que faz com que haja um desestímulo para o uso eventual para compras, passeio, ida a comer, etc …

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  4. Quanto aos outros ciclistas, não posso responder; no meu caso, tenho distribuído currículos e ido a entrevistas de empregos com a bicicleta, pois não tenho dinheiro para gastar com transporte público. Ainda bem que eles {políticos} não implementaram aquela lei que multaria ciclistas que transitassem pela cidade de São Paulo. Se tirarem as condições de uso das bicicletas – circulação – pela cidade, uma parcela significativa de desempregados (invisíveis para os governantes) entrarão em desespero.

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  5. Muito bacana a reportagem.
    Legal mostrar a ciclovia ao longo da Luiz Ignacio de Anhaia Mello, suceeso! muita gente pedalando e usando para caminhada também.
    tem muita gente que já utilizava de São Mateus para a Vila Prudente, e agora aumentou muito.

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  6. Importante lembrar que o contador da Rua Vergueiro tem um problema no sentido centro e, não raro, não conta ciclistas neste sentido. Esse problema tem sido recorrente e acredito que há pelo menos 1 ano. Então esse número deve ser maior.

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    1. Sem falar que ali ainda tem um ponto de confluência mais a frente, do pessoal que vem do centro. Na verdade o contador está em um lugar péssimo que subdimensiona esse número da Paulista. Desconfio ser pelo menos 4 vezes o apresentado ali.

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    2. e esse mesmo contador não conta quase ninguém quando a faixa de lazer está funcionando, porque as pessoas preferem pedalar pela pista de fora…

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      1. Foi exatamente isso que nos respondeu a empresa responsável, Marcio. O sensor está um pouco longe do contador, mais adiante. Então se você olhar exatamente após ter passado parecerá que não contou.

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