Cycle Chic
Inspirado pela dica da leitora Mariane, nos comentários do post anterior, resolvi dedicar um post ao movimento que chamam lá fora de Cycle Chic.
Segundo a Wikipedia (definição em inglês), Cycle Chic, Bicycle Chic ou Bike Chic é a cultura de pedalar com roupas “fashion”, com estilo ao se vestir. Mas, na verdade, é ainda mais abrangente: cycle chic é usar para pedalar a mesma roupa que você pretende usar no seu destino, mostrando que não é preciso se fantasiar de atleta para pedalar.
No Brasil, houve nas últimas décadas a associação da bicicleta com lazer e esporte, relegando-a como meio de transporte apenas às camadas sociais mais baixas.
Site da fabricante Sundown (de cima), com foco exclusivamente esportivo, em contraponto ao da Dahon, que aposta no uso cotidiano da bicicleta. |
A sociedade se acostumou a ver a bicicleta como brinquedo ou como falta de opção para quem ainda não pôde comprar um carro, graças à cultura do automóvel instalada no Brasil a partir das políticas centradas no automóvel de Juscelino Kubitschek, Prestes Maia, Paulo Maluf e outros tantos.
Parte da culpa disso também recai sobre os fabricantes e mesmo os lojistas brasileiros, que dos anos 80 para cá reforçaram o conceito de bicicleta apenas como lazer, esquecendo que ela também é um meio de transporte e que metade das vendas de bicicletas se destina a esse fim. Nem mesmo vindo alguém de fora para ensinar (como a Dahon, que mal chegou e já está fazendo bastante sucesso apostando exclusivamente no uso urbano da bicicleta), as grandes fábricas aprenderam. Quem sabe quando a Dahon tiver engolido uma bela fatia do mercado elas acordem.
Nos outros países, sobretudo na Europa, onde a bicicleta sempre foi principalmente um meio de transporte, as pessoas têm outra visão de como utilizá-la. Aqui, quando alguém vai elegante a algum evento quer sempre ir de carro, seja ele próprio, táxi, ou carona. Lá, a bicicleta também serve para isso. Afinal, há onde estacionar, as bicicletas têm algumas pequenas diferenças para não estragar a roupa (adaptações que podemos fazer nas nossas, como protetor de corrente e guarda-saias), possuem bagageiro, as trancas em U são vendidas em qualquer loja e o ciclista é respeitado nas ruas e bem recebido nos estabelecimentos.
As bicicletas são usadas não só para ir ao trabalho e à escola, mas para ir ao mercado, ao cinema, à casa dos amigos e até às festas. Enquanto isso, aqui o chique é ficar preso no trânsito mesmo no final de semana, levar meia hora para andar com o carro nos últimos 500 metros do local do show e pagar R$ 20 de estacionamento ou R$ 10 para um flanelinha… E não me venham com aquelas velhas falácias de que não dá apra andar de bicicleta aqui por causa das subidas ou do calor, porque isso é desculpa que se dá para si mesmo: as subidas você contorna ou desce e empurra a bicicleta devagar; quanto ao calor, você pode pedalar mais devagar e suar o mesmo que se estivesse andando (e ainda ser refrescado pelo vento), ou pode levar outra roupa e se limpar e se trocar no destino ou próximo a ele.
Nosso consolo é que aos poucos, isso vai mudando por aqui também. A mudança já começou e chegou até à mídia tradicional (TV, jornais e revistas), que sempre foi totalmente favorável ao automóvel, mesmo em detrimento do transporte coletivo, já que a maior parte dos anúncios vem de montadoras, concessionárias e outras empresas que lucram com produtos e serviços relacionados ao automóvel. Não há mais como continuar na contramão do mundo: as coisas vão melhorar cada vez mais para os ciclistas urbanos, haverá cada vez mais infra-estrutura e respeito nas ruas.
Conforme a cultura da bicicleta se (re)estabelece ao redor do planeta, mais e mais sites sobre assunto vão sendo criados. Alguns deles:
Saiba Mais | ||
Copenhagen Cycle Chic O mais conhecido dos sites de Cycle Chic, com ótimas fotos. Cyclechic.co.uk Riding Pretty Velovogue Urban Cycle Chic | Toronto Bike Chic Site de Toronto, Canadá Cycle Chic Fashion Show Warsaw Cycle Chic The Sartorialist |
A partir desses sites dá para encontrar links para vários outros. E o nosso, quando sai? 🙂
Bom acho que deveria ter um programa legal na tv mas de grande porte com as pedaladas de todos por todos com o país brasil por inteiro e a cada pedalada uma emoção cheio de musicas cheio de pessoas conversando brincando e as imagens correndo no telão no espaço dentro e fora da tv com o site – http://www.rodobike.com.br
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Concordo . Sou professor de física em jundiaí, e pedalo ao trabalho com a mesma roupa . Em dias de verão é necessário uma muda de roupa , mas nada que uma toalhinha não resolva . Percebi também que mesmo em uma cidade com aclives é possível se locomover com facilidade . Você tem como escolher caminhos alternativos mais longos e planos sem perder tanto tempo assim .
Só para ter uma ideia ,percebi ao longo do tempo que nem troca de marcha é necessária ! Quando há uma subida , desço da bike e a empurro , tranquilo . Na volta aquela subida virou uma deliciosa descida !
Para ir aos bares de Jundiaí , não necessário nem troca de roupa ! O clima ameno , e úmido depois das 19 horas faz com que vc chegue perfumado e limpo.
Eu tenho carro,mas está com uma placa de vende-se . Talvez quando eu tiver um filho volte a usa-lo . Por enquanto percebi que no meu caso só as exceções explicam o seu uso . Como por exemplo :
– Comprar pão de madrugada .
– Ir a uma balada em Sp .
– Uma Emergência ( deus me livre )
-Comprar cerveja quando falta … no meio do churrasco etc…
– Hj uso ônibus , Taxi , tênis e bike . Economizei mais de 3mil reais em combustível ! Perdi peso , ganhei saúde …. Mudei minha vida !
Abs!
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Amigo, a reportagem associada ao link “mesmo em detrimento do transporte coletivo” não aparece!
De qualquer modo, muito bom o texto! Veja um pequeno vídeo sobre o assunto:
http://www.youtube.com/watch?v=McieLDHo9js
abs
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Oi Jonas, obrigado por avisar! A matéria para onde o link apontava foi retirada do ar (espero que por vergonha), mas substituí pelo link para uma página do Vá de Bike que comenta a tal matéria. Leia, vale a pena. Abraço!
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Voçe pode ser rico como for más voçe tambem tem muita saude que Deus lhe deu e voçe tem muita vontade que existisse trafego totalmente ciclista para pode passear com muita qualidade de vida é isto é só isto é muito simples quem sabe um dia vamos ter esse dia sendo prorrodados por mais dias agora ninguem vai deixar de possuir seus carros vida normal apenas vida diferenciada para encontrar a tal da qualidade. um abrço
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Veronica, estou para comentar aqui sobre alguns blogs nacionais de cycle chic que apareceram nos últimos tempos, entre eles o seu. Fique de olho! 😉
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Bom, você já deve ter visto por aí, mas não custa deixar o comentário no seu post, né? Estreei o http://gataderodas.blogspot.com/ justamente para isso. Difícil está sendo pegar os flagrantes, mas deixe estar!
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Tem uma marca australiana de acessórios que se chama “Knog”, o marquetingue deles está voltado para uma atitude mais descolada que atinge todos. O endereço virtual é http://www.knog.com.au
Abrax.
P.S.: Muito bom o site!
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Em dias mais frios eu saio na minha FSR com camisetas de corrida (sintéticas, ultraleves) sem logos nem estampas, e uma calça jeans. Não fazia ideia de que estava sendo “bike chic”…
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Não tem haver com esse último post do blog, mas ao ler as notícias do dia em minha cidade me deparei com esta que entristece as pessoas que pedalam no seu dia a dia: http://www.tudonahora.com.br/noticia.php?noticia=39213
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queira ou nao, o calor influencia e muito.
Aqui em Vitoria ando todos os dias para ir a faculdade e qualquer outro lugar e sempre chego suado. Mesmo de noite quando a temperatura fica mais amena eu ainda chego suado (nao tenho qualquer problema de sudorese ou obesidade), no entanto ainda assim eu vou. Os bacanas ligam mais para a aparencia, entao, é bem possivel que só no dia de são nunca eles irão de bike pra balada.
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Já estamos trabalhando em cima.
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