Uma semana sem bicicleta

A bicicleta fala com o ciclista, é preciso estar atento para ouvir e sentir. A minha já estava gritando por socorro. Ao retirar a roda, um pedaço do quadro caiu.

Começou com um “nhec nhec” que eu não sabia bem de onde vinha, apesar de apostar na transmissão. Depois, comecei a sentir como se uma das rodas não rolasse de maneira uniforme, como se o peso dela estivesse mal distribuído, houvesse algum problema no cubo, sei lá. Por fim, ao jogar a bicicleta para os lados quando pedalo em pé nas subidas comecei a sentir algo raspando, que parecia até ser a lateral do pneu. Tudo muito esquisito!

Para tentar descobrir o problema, levei a bicicleta na Ciclourbano no último sábado. Íamos começar a investigação limpando a transmissão, mas não fomos longe: ao retirar a roda traseira, o câmbio veio junto e um pedaço do quadro caiu no chão.

O parafuso que prende a gancheira estava segurando a ponta do quadro no lugar. Provavelmente ele estava trincado e quando a roda foi puxada para baixo esse pedaço se soltou de vez.

Ainda bem que fui ver isso a tempo! A bicicleta “fala” com o ciclista, é preciso estar atento para ouvir e sentir. A minha já estava gritando por socorro.

E o motivo? Bem, não aconteceu nada de especial. Mas rodei cerca de 40.000 km com esse quadro nos últimos 5 anos e uso a bicicleta todos os dias, carregando peso nos alforges. Aplico bastante força na pedalada e sempre jogo a bike de um lado para o outro nas subidas, já que tenho o hábito de pedalar depressa.

Uma hora o material apresenta fadiga mesmo. Por isso é importante uma revisão periódica em uma oficina de confiança, que analise a bicicleta toda em vez de apenas limpá-la, detectando esse tipo de problema.

Vou aproveitar essa internação forçada para trocar algumas coisinhas que também já estavam pedindo água: pedais, corrente, coroa do meio. Câmbio dianteiro troquei recentemente. Acho que também vou trocar os manetes de freio, que estão com folga (também, já têm quase dez anos!).

E em tudo isso vou gastar menos que o seguro de um carro.

Algumas pessoas me ofereceram emprestar uma bicicleta para que eu não ficasse sem. Aproveitei esses primeiros dias para colocar a leitura em dia no metrô e no ônibus, mas vou pegar uma dobrável emprestada nessa quarta, para ir ao seminário sobre as Cicl0-rotas.

Enquanto isso, vão encontrar um novo quadro para mim, transplantar para ele as peças boas e instalar as novas. Pretendo pegar um quadro de mountain-bike mesmo, é mais meu estilo. Senão vou começar a ficar com dó da bicicleta. 🙂

Um dia ainda compro uma segunda bike, mais urbana. Até lá devem surgir opções mais adequadas no mercado nacional.

8 comentários em “Uma semana sem bicicleta

  1. Leonardo,

    Essa inscriçao CRMO é a abreviatura de cromo-molibidênio, e quer dizer que o quadro é de boa qualidade. A ferrugem interna dá para tratar com P.C.F que é um produto quimico que converte a ferrugem em “primer” e para o processo de corrosao. Depois do P.C.F aplica óleo de linhaça e com isso o quadro está protegido da ferrugem. Utilize uma seringa para aplicar esses produtos em todos os tubos do quadro inclusive o garfo. Ats, MarchaFixa (bikefixabr.blogspot.com)

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  2. Depois de ver este post, fiquei preocupado com a minha Peugeot… até mandei um e-mail pro William explicando a situação.

    Só resumindo aqui: o quadro dela ficou parado, sem montagem, por mais de 11 anos. Tem uns poucos focos de ferrugem, bem pequenos.
    Só não sei o material dela, tem uma inscrição no quadro dizendo CRMO.

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  3. Ainda bem que sua bicicleta falou com você. Nessa terça-feira estava descendo a cardeal arcoverde, quase chegando na faria lima há uma bifurcação, peguei o caminho errado e parei em um lugar parecido com um pátio de manobra para os ônibus. só havia eu e um carro nessa rua, nesse momento. o carro começou a me fechar lentamente, deu tempo de eu frear, porém quando eu estava quase parando ouço um creque e vou ao chão sem saber o que aconteceu.
    simplesmente meu guidão, após um ano e meio de uso, quebrou logo depois da mesa, sem antes dar menor menção de desgaste. não houve choque algum, eu simplesmente coloquei um pouco mais de peso pois estava freando. minha sorte foi que eu peguei a rua errada e nada aconteceu comigo. se eu tivesse pego o caminho certo, eu estaria atravessando a faria lima com vários carros atrás de mim.
    não sei ainda o nome do fabricante do guidão. mas assim que eu souber eu mando aqui.

    abs

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  4. Que alegria de viver, a minha também está fazendo um “nhec-nhec” irritante, e parece que é o quadro que está rachado, malditos quadros de alumínio, mas fazer o que, a coitadinha já enfrentou muita estrada, trilha, desce e sobe.

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  5. Estava lendo num blog esses dias sobre a fadiga do aluminio e vire e mexe dou uma geral na minha 1 pois a bichinha ja tem 4 anos bem usada.
    Graças a Deus que não vi nenhuma trinca e na 2, nem me preocupo pois é de cromo e so tem 19 aninhos e está inteira.
    Penso em ficar so com uma bike, mas desfazer de um “filho” é dificil e enquanto a patroa nao briga vou ficando com as duas.
    Realmente é um mal necessario, mas em compensação vc ganhará uma bike nova.
    Tudo tem seu lado bom, rs
    Se cuide
    Aquele

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  6. Cara é muito triste escutar isso!

    Sei como é prq tinha uma bike que era do meu pai depois foi passada pra mim teve de ser aposentada por falta de caixa de direção adequada.

    Fizeram uma gambiarra nela mas um buraco conseguiu estourar o garfo e esta gambiarra não sendo possivel mais restaurar =\

    Mas essa Dahon que vc vai pegar é bunitona demais hein!? Deposi me fala o que achou dela!

    Abs e boa sorte com o transplante!

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