CET pode ser punida por abrir a Av. Paulista para as pessoas
Havia tanta gente a pé vendo a decoração de Natal na Av. Paulista que a CET precisou liberá-la para os pedestres por questões de segurança (o que muitos classificaram como “interdição” ou “bloqueio”). Medida mais que acertada, pode ser punida pelo MP com multa e processos. Entenda o caso.
No último final de semana (17 e 18 de dezembro), havia tanta gente visitando a Av. Paulista para ver a decoração de Natal que as pessoas não cabiam nas calçadas. Eram famílias com filhos, casais de namorados, idosos, gente de todas as idades passeando por ali a pé. Alguns haviam estacionado seus carros na região, outros tinham vindo de transporte coletivo.
E a quantidade de pessoas foi aumentando, aumentando, a ponto de que elas começaram a invadir o “leito carroçável”, por pura falta de espaço.
A abertura
Em uma medida inédita e inesperada, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) decidiu desviar o fluxo de carros para as ruas paralelas, deixando a avenida livre para as pessoas.
O que muitos chamam de “fechamento”, principalmente a imprensa, na verdade foi uma “abertura”, já que a maioria das pessoas ali circulava a pé e não de carro. Chamar de fechamento, convenhamos, é analisar a questão por detrás do para-brisa. Quem estava espremido nas calçadas com a família certamente viu a medida como uma liberação.
A quantidade de pessoas era tamanha que logo toda a avenida foi tomada, como mostra esta foto do G1. Mais gente foi chegando, sabendo da novidade pela boca de quem estava lá. Casais passeavam de mãos dadas, crianças corriam despreocupadas, um garoto passeava feliz em sua bicicleta.
Não houve anúncio prévio da abertura. As pessoas souberam ali na hora, vendo a coisa acontecer, em uma surpresa sensacional e inesquecível. E isso porque não foi uma liberação programada: foi o óbvio a fazer naquela situação, pela segurança de todos. Uma atitude que reforça a sensação de que a atual presidência da CET preocupa-se mais com a vida das pessoas do com a fluidez a qualquer custo, compreendendo que esse custo geralmente acaba sendo pago em vidas.
Sempre tem quem reclame
Os comentários de sempre, de que “impede-se o direito de ir e vir” e de que “isso atrapalha as emergências” já eram esperados.
O direito de ir e vir de quem circula de carro continuou assegurado: automóveis poderiam usar as vias paralelas para cruzar a região. Carros de moradores continuavam sendo liberados para acesso aos edifícios. Mas os pedestres não poderiam usar as vias paralelas, afinal o objetivo de sua visita estava ali.
As pessoas a pé, maioria incontestável na avenida todos os dias, o dia todo (exceção talvez nas madrugadas), dessa vez também tiveram seu direito de circulação assegurado. Direito, aliás, que começava a ser impedido quando as calçadas lotaram e impediam a passagem segura das pessoas.
A maior parte da área útil da avenida continuava dedicada aos automóveis, mesmo que eles representassem uma parcela muito pequena das pessoas circulando por ali. As pessoas começavam a descer à via, na faixa dos ônibus, pois não cabiam mais nas calçadas. O que era o mais óbvio a ser feito?
Ambulâncias
O argumento de que uma massa de pessoas (ou bicicletas) na avenida atrapalha as emergências é uma grande falácia. Dita sempre em tom de alarmismo para convencer pelo choque, mascara uma reclamação egoísta quanto ao direito de circular na avenida em seu próprio carro, mesmo que em detrimento da circulação de outras pessoas.
O que ocorre é exatamente o contrário do que vende esse discurso. O que atrapalha os veículos em atendimento de emergência são os carros congestionados, que trancam a ambulância em meio ao caos, testando a paciência de seu motorista e causando, certamente, mortes e sequelas por atraso nos atendimentos das quais não ficamos sabendo.
E todo mundo que já viu uma ambulância em desespero na hora do rush sabe do que falamos aqui: dá vontade de arrancar os carros com as mãos para liberar espaço para a ambulância passar, mas os motoristas simplesmente não têm para onde sair.
Pessoas circulando a pé ou de bicicleta conseguem dar espaço com facilidade, instantaneamente, pois não têm sua mobilidade tão limitada quanto a de quem está em um automóvel. Um carro só pode sair para frente ou para trás, isso ainda se o outro carro der espaço. Por outro lado, uma pessoa a pé ou de bicicleta consegue sair rapidamente do caminho: há espaço entre as pessoas ao lado, que também vão se mover para liberar o caminho. Cria-se rapidamente um corredor em meio à massa de pessoas para que o veículo de emergência possa passar.
Em março de 2009, durante uma manifestação de ciclistas, presenciei uma cena que me marcou bastante. Subindo a R. Augusta, dos Jardins para a Paulista, havia uma massa de centenas de ciclistas ocupando totalmente a rua, desde a Av. Brasil até a Av. Paulista. De repente, aparece um enorme caminhão de bombeiros, com sua sirene ligada e buzinando, vindo da Estados Unidos e entrando na R. Augusta.
Com a agilidade e maleabilidade que só uma massa de pessoas consegue ter, abriu-se espaço para o carro de bombeiros como se Moisés abrisse o Mar Vermelho. O caminhão subiu a Augusta como se ela estivesse totalmente desimpedida, chegando ao topo em poucos segundos.
Se em vez daquelas quinhentas bicicletas subindo calmamente a R. Augusta os bombeiros tivessem encontrado 50 carros, teriam demorado muito, mas MUITO mais para passar por eles. Fica no ar a pergunta: quem atrapalha o trânsito?
CET pode ser punida
Na segunda-feira 19, o Ministério Público de São Paulo encaminhou à CET uma notificação extrajudicial contestando a legalidade dos “bloqueios” feitos na avenida Paulista. Segundo o promotor José Carlos Freitas, os “bloqueios” são ilegais. Para justificar a afirmação, o promotor chama a liberação da avenida de “evento” e diz que a prefeitura só pode interromper o fluxo de automóveis na avenida em três eventos ao ano. Os eventos escolhidos pela prefeitura teriam sido a Parada Gay, a São Silvestre e o Reveillón.
Ora, a liberação da avenida não foi um “evento”. Foi uma medida para garantir a segurança das pessoas que ali estavam, isso ficou bastante claro. Para quem ainda não entendeu (ou não quer entender), o gerente de engenharia de tráfego da companhia Wlamir Lopes explica: os pedestres estavam ocupando faixas de circulação dos carros, o que poderia resultar em acidentes.
O MP afirma que poderá ser cobrada da CET uma multa de R$ 30 mil por liberação da avenida, além da responsabilização de agentes, servidores e autoridades por improbidade administrativa (danos ao erário, pela incidência da multa) e, ainda, ação de indenização por conta da paralisação do trânsito em outras vias importantes da cidade. Porque o importante é os carros passarem e sempre vão encontrar um parágrafo em algum lugar para justificar isso.
Novas liberações
Segundo a CET, a liberação da avenida aos pedestres pode ocorrer novamente em qualquer dia da semana a partir das 20h, até o dia 25 de dezembro, se o movimento de pedestres voltar a ser intenso.
A recomendação da CET é evitar a região (de carro) e recomenda o uso do metrô. E avisa que a Avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao Parque do Ibirapuera e onde há uma enorme árvore de Natal, também pode ser liberada às pessoas caso o número de pedestres seja muito alto.
Portanto, não deixe de visitar a pé a decoração de Natal da cidade. Você vê melhor, chega mais perto, deixa seus filhos mais felizes e, caso haja pessoas demais na calçada, sua segurança estará garantida pela CET, que com essa atitude demonstra perceber que “trânsito” vai além de automóveis e compreende também pessoas.
Parabéns à Companhia de Engenharia de Tráfego por mais esse acerto. A cidade de São Paulo está mudando.
Envie sua manifestação de apoio à atitude da CET. Comente nas matérias linkadas nesta página e em outras que você encontrar. Divulgue nas redes sociais, comente com os amigos, compartilhe esta página. Não deixe que apenas aqueles que não querem compartilhar a cidade tenham voz.
Vamos mostrar que há cidadãos que preferem uma cidade para pessoas e um uso mais nobre de nossas ruas, principalmente em ocasiões especiais como o Natal.
Oi Willian, sou apenas mais uma a lhe parabenizar pelo texto.
Tudo parece mesmo ser para o bem daqueles que…. dirigem seus carros! Espero que a CET nao seja punida e que o bom senso prevaleça.
É isso aí. Bom dia e bom pedal!
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Moro na Al Jaú, paralela à Av. Paulista. No Domingo à noite, minha rua estava um caos. Carros parados no trânsito, buzinas desesperadas. Não sabia o que acontecia ao redor.Recebia meu irmão, antecipando o Natal, já que não poderia vê-lo no dia. Ele, vendo o caos na rua, antecipou sua saída e terminou a visita sem mesmo abrir os presentes. Achei aquele trânsito um absurdo. Muita gente visitando a Paulista de carro, causando transtorno aos moradores. No dia seguinte li na internet que a Paulista havia sido liberada aos pedestres. Achei MARAVILHOSO!! Os motoristas foram pegos de surpresa e aí sim houve o caos. Infelizmente não presenciei a Paulista tomada por pessoas, mesmo tão perto. Acho que poderiam fechar novamente no próximo final de semana, afinal os paulistanos, e turistas também, merecem uma avenida, tão bonita e decorada, que possa ser apreciada com calma e tranquilidade, sem stress e preocupação de bater o párachoque enquanto as luzes são vistas.
Mudei há seis meses. A escolha do local foi a proximidade ao metrô e à Paulista. Daqui, deixo meu carro na garagem e só uso realmente quando necessário. Já ficou mais de 2 semanas totalmente parado. O paulistano não está acostumado a ter o transporte público como opção. Concordo que em algumas situações, realmente é impossível. Mas para visitar a Paulista não.São tantas as opções, de prédios decorados a parques, que só mesmo à pé para ver tudo. Se escolheu visitar a Paulista de carro, aguente o trânsito, não reclame e não buzine.
Sou a favor da liberação aos pedestres. Eu quero ruas sem carros.
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no sábado, fui com minha namorada e um amigo ver os enfeites de Natal na paulista. e nos deparamos com a avenida toda para os pedestres. foi ótimo passear por lá sem ter a preocupação de carros e ônibus nas ruas. como diz o texto, famílias com idosos, crianças, casais, todo mundo apreciando as luzes num clima muito tranquilo. estava estampado no rosto das pessoas que aquela atitude da CET deu certo. valeu muito a pena!
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Eu estava ali no momento da liberação da avenida para os pedestres. Parabéns CET, e que continue liberando sempre que necessário e possível. Um feliz Natal!
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Estive ontem lá e não fecharam a Avenida, o resultado foi dificuldade para atravessar e carros passando muito próximos a carrinhos de bebes, fiquei com medo de algo acontecer, se não aconteceu.
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A RUA E DE TODOS! E quando há risco a vida, a prioridade é sempre da vida. Nnao há pressa no mundo que valha uma criança atropelada ou qualquer pessoa ferida. A rua deve ser usada conforme a necessidade da maioria e nesse caso eram os pedestres.
Eu estive de carro nas imediações da Avenida Paulista na noite do último sábado, dia 17-12. O transito de carros estava impraticavel, mas com sou ciclista na maior parte do tempo, resolvi ter paciência. Sei que a escolha do carro sempre tem riscos de atraso em SP. Ao passar por um “marronzinho” na rua São Carlos do Pinhal fui informada que a Avenida havia sido fechada para dar mais segurança aos pedrestres.
Achei incrível que o carro não tivesse sido priorizado, como sempre ocorre, em detrimento da vida das pessoas. Parabenizo a CET pela decisão em preservar a segurança e a vida da maioria que desejava circular pela avenida, mesmo que eu tenha sido uma das prejudicadas com o transito.
Repudio a ação do ministério público em tentar punir a CET pela decisão e acho que voltar qualquer política urbana para preservação da vida e segurança das pessoas, mesmo que com prejuízos de tempo a uma minoria motorizada, é sempre a decisão correta e humana a ser tomada.
Parabéns CET!
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Medida de segurança emergencial… sabe o significado disso???
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eu passei na quinta e no sábado na av. paulista e vi a diferença entre os dois cenários. num o caos e estresse estava instalado, com filas e filas de carros parados ao longo da avenida e pedestres se amontoando nas calçadas e igualmente estressados com o barulho e caos do aperto e barulho dos carros.
já no sábado após a liberação para os pedestres foi uma maravilha. pessoas caminhando em grupos de maneira mais tranquila entre uma atração e outra e nenhuma barulho ou fumaça de carros.
PARABÉNS CET!!!
A CIDADE PARA AS PESSOAS!!!
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Aos que reclamam, basta lembrá-los que a preferência será SEMPRE dos pedestres.
Não há o que discutir.
Estacione e saia andando. 😉
Abraços!
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Parabéns a CET!, pois naquela noite havia uma grande concentração de pessoas na Paulista e eu mesmo presenciei muitos pedestres circulando entre a calçada e a faixa de ônibus devido a impossibilidade de se locomover pela calçada, era muita gente mesmo! E se tal atitude não fosse tomada algo mais sério poderia ter acontecido.
Fora isso diga-se de passagem que foi muito bom ver milhares de pessoas tomando conta da Av. Paulista como se fosse uma rua de lazer, dava pra ver a alegria de todos usufruindo da oportunidade que raramente é concedida, isso mostra que a cidade não é só prioridade daqueles que possuem automotores, naquela noite prevaleceua vontade da maioria e do bom senso…
Saia de casa, saia da frente da televisão, largue seu Pc, deixe seu carro em casa, vá para a Paulista!
Grande abraço!
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A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) fez o que deveria ter sido feito, ela é responsavel pelo TRÁFEGO, seja esse gerado por automoveis, motos, bikes, pessoas, não importa.
E com certeza, para Abrir/Fechar a Paulista, não foi uma idéia de momento e decidida na hora, já tinha o planejamento para essa possibilidade.
Por que ao invés de reclamarem dessa atitude da CET, não vão trabalhar para São Paulo e outras grandes cidades possuirem um sistema de transporte(Onibus, metro, bike e etc) que permita a mobilidade das pessoas de forma segura e para todos.
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E para os que reclamam do “congestionamento” causado devido essa época do ano, a realidade é: O congestionamento não é só nesta época do ano, o congestionamento está presente em todos os dias dos outros 11 meses do ano, fato.
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Parabéns pela iniciativa, CET.
Foi LINDO ver centenas de PESSOAS de todos os tipos (crianças, idosos, jovens, casais, grupos de amigos) caminhando tranquilamente pela Av. Paulista e celebrando aquele momento mágico (algumas vezes pareceu que a decoração de natal ficou em segundo plano para muitas pessoas, que estavam felizes apenas em poder andar sem preocupação na avenida mais famosa de SP).
Que mais iniciativas como esta sejam sempre realizadas.
Mais pessoas, mais crianças, mais animais, mais plantas, mais VIDA!!!
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Sábado fui ao Ibirapuera ver a iluminação de Natal e a fonte. Ao sair a Avenida Pedro Álvares Cabral estava liberada às pessoas. Resolvi ir com minha namorada até a Paulista, fizemos o caminho à pé e foi muito bom chegar na Avenida e vê-la ocupada apenas por pessoas.
Foi muito bom ver aquilo acontecendo sem nenhum aviso. Uma surpresa muito agradável.
Espero que o MP veja a besteira que está fazendo e a CET continue trabalhando assim.
Parabéns pelo site!
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