Proibido pedalar no acesso à ciclovia

Nos novos acessos da ciclovia Rio Pinheiros, é proibido andar de bicicleta. Parece um contrassenso, mas de fato você não pode entrar na ciclovia pedalando. É preciso desmontar e empurrar até lá embaixo – ou lá em cima.

Para acessar a ciclovia, é preciso desmontar. Foto: Renata Falzoni
Vista lateral da passarela da Cidade Universitária. Perceba o baixo grau de inclinação.

Nos novos acessos da ciclovia Rio Pinheiros, é proibido andar de bicicleta. Parece um contrassenso, mas de fato você não pode entrar na ciclovia pedalando. É preciso desmontar e empurrar até lá embaixo – ou lá em cima.

Os dois acessos mais recentes, Santo Amaro e Cidade Universitária, consistem de rampas com baixo grau de inclinação. Segundo a videorreporter e cicloativista Renata Falzoni, “as rampas de acesso da ciclovia Rio Pinheiros à Ponte da Cidade Universitária têm inclinação de 8%”, o que seria suficiente para atender tanto ciclistas pedalando quanto cadeirantes. “São mais longas e de quebra têm patamares planos de descanso. Qual o motivo de não poder pedalar por elas, como ocorre em TODOS os países com esse tipo de infraestrutura urbana?”, questiona Falzoni em sua página do Facebook.

Na parte de baixo da passarela da Cidade Universitária também há uma placa proibindo pedalar. Foto: Renata Falzoni

Segurança

Para a CPTM, que administra a Ciclovia, empurrar desmontado nas rampas é uma questão de segurança. A preocupação é com acidentes, principalmente nos momentos em que o fluxo de ciclistas é muito grande.

Milhares de ciclistas entram e saem da Ciclovia nos finais de semana e feriados. O acesso da Vila Olímpia costuma ficar congestionado e é preciso esperar a vez.

Nas rampas não há trafego de pedestres. Apenas ciclistas podem acessar a Ciclovia Rio Pinheiros.

Há momentos em que a passarela da Vila Olímpia congestiona. Descer empurrando pela canaleta causa um gargalo que atrapalha o fluxo de ciclistas.

Escadas e rampas

As escadas do acesso da estação Vila Olímpia são uma reclamação constante de quem frequenta o local. Mas a passarela com escadas não foi falta de planejamento: quando se decidiu criar a ciclovia, a passarela já estava ali e servia como acesso para os funcionários da Usina de Traição. O que se fez foi aproveitar a infraestrutura existente, como uma maneira rápida de conseguir um acesso e viabilizar a Ciclovia.

A passarela foi adaptada com canaletas nas laterais da escada, para permitir que os ciclistas consigam empurrar a bicicleta em vez ter que carregar. Mas como há muita inclinação, ainda é preciso fazer força e nem todos os ciclistas conseguem fazê-lo. Crianças quase sempre precisam de ajuda, algumas mulheres se cansam bastante e idosos evitam o passeio.

Empurrar a bicicleta na canaleta faz com que a velocidade com que o fluxo de ciclistas passa seja bem menor do que se pedalassem em uma rampa. Em alguns momentos, isso causa um gargalo que congestiona a passarela até o outro lado. Forma-se uma fila para entrar no acesso.

Todos os novos acessos serão baseados em rampas, o que faz muito mais sentido em termos de bicimobilidade. Mas a obrigação de desmontar, mesmo em situações de baixa utilização, causa demora para entrar na ciclovia e pode afastar ciclistas que a utilizariam para diminuir o tempo de seus deslocamentos pela cidade.

Opine!

Qual sua opinião sobre a proibição de passar pedalando pelas rampas de acesso? Você concorda e acredita que deva ser mantida, ou entende que precisa ser revogada? Deixe seu comentário.

78 comentários em “Proibido pedalar no acesso à ciclovia

  1. Esse negócio de ciclista não poder andar em acessos, calçadas, ter que andar no sentido da via beira o absurdo. Por isso o elevado número de acidentes, onde os ciclistas são sempre as vítimas.

    A questão é a mesma para todos os veículos, a velocidade.

    Vai andar na calçada, ande devagar, senão multa. Da mesma forma que é para os demais veículos. Se tiver muita aglomeração de pessoas, vá empurrando mesmo.

    Imagine um dono de carro, ter que empurrar seu veículo pela calçada para acessar sua garagem. Só porque a bicicleta é leve, temos que fazê-lo?

    Isso é ilógico e surreal.

    Tá faltando muito bom senso nesse lugar.

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  2. Oi André e Filipe!

    Eu fiquei mesmo pensando como os pedestres fazem para a travessar de um lado ao outro da Marginal Pinheiros (eles tem que pagar passagem para ir pelas estações de trem????!!!). Aumentando o fluxo de ciclistas com os acessos a ciclovias isso precisa ser estudado pela prefeitura. Nos viadutos só passa carros e as bicicletas se não me engano são proibidas (pelo menos na Ponte Espraiada é assim).

    Grata,

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    1. Então, eu nunca precisei ir da Santo Amaro até o Terminal guido caloi mas conversando com os guardas da Cptm eles provavelmente lhe deixaram atravessar a passarela sem grandes problemas até o Terminal Guido Caloi e eu desconhecia essa proibição a viadutos.
      Acho que o que existe é a boa fé da pessoa ao conversar com o segurança e pedir autorização para apenas atravessar a Avenida e não pegar o metrô.

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        1. Bem, final de semana provavelmente eu vá de bicicleta trabalhar (domingo) vou questionar os guardas da cptm e se puder lhe esclareço já para você se antecipar.
          Qualquer outra dúvida em que possa ajudar, estamos ae.
          Somos forte se formos unidos.

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  3. Sugiro entrar em contato com os ciclistas que conversam com o presidente do metro/cptm para sugerirem o seguinte numa reunião (falar com os seguranças, a ouvidoria do metro, caixinha de sugestões também).

    A curto prazo: na maioria das estações pode-se separar uma pequena faixa de 2, 3 metros que pode ser feita com aqueles trecos que separam a fila no cinema, onde com ajuda de seguranças ou de alguem do metro, o ciclista poderia passar por dentro sem incomodar ninguém, com área demarcada.

    A longo prazo: exigir que existam passarelas para pedestres e ciclistas poderem atravesar os grandes rios, quando a estação não permitir isso. O pedido da construção de tais passarelas não precisa ser pedido somente a CPTM/Metro, mas sim a CET eu acredito.

    Eu não manjo dessas burocracias todas e com quem falar, mas temos uma ‘entidade’ pra representar estes assuntos não é, a ‘Ciclocidade’? (eu nao lembro o nome)

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  4. Ainda não conheço a rampa de acesso da Estação Sto Amaro. Alguém saberia me informar como eu vindo pela ciclovia poderia passar para o outro lado no rio ? Tem que pagar a passagem para ir por dentro da Estação? Quero pegar a Av. Guido Caloi.

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    1. Existem três possibilidades acredito eu.
      A primeira é você paga a passagem e vai andando pela interligação da CPTM com o metrô que liga com o terminal guido caloi, o que acho muito ruim já que você não vai utilizar o metrô, apenas o acesso.
      A segunda é conversar com os Seguranças e dizer a sua intenção, difícilmente alguém vai fazer você pagar uma passagem só para utilizar a passarela.
      A terceira e menos recomendada é sair da estação e ir pedalando, mas dá muita volta e o fluxo de carros é muito intenso, dependendo do horário e sem sinalização, é morte quase certa.

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  5. Diego, para seu cobhecimento, a tia de um amigo morreu após cair no banho e bater a cabeça. Se ela estivesse de capacete, não teria morrido. Que tal obrigarmos as pessoas a tomar banho de capacete? Muitas mortes seriam evitadas… Tem cabimento?

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  6. Tenho acesso a Rampa de acesso da Estação Santo Amaro e na primeira vez, achei meio rídiculo a ideia de descer a rampa empurrando, se houvesse um aviso sobre não descer embalado ou tomar precaução, seria muito melhor do que proibido descer “pedalando”.
    Acho só um saco ter que subir empurrando, depois do longo percuso (normalmente faço Santo Amaro – Vila Olímpia) fica meio chato você descer e subir empurrando com a disposição que lhe sobrou, muitas vezes aproveito o embalo que peguei na ciclovia e já aproveito e subo até metade da rampa de acesso, isso se não houver qualquer ciclista descendo ou subindo, acho que é bom senso muitas vezes.
    Há momentos que uma regra deve ser quebrada e muitas vezes respeitada, e em relação ao capacete, eu não uso mas acredito que é essencial o ciclista usar, como também luzes refletoras para passeios noturnos e afins mas muitas vezes a falta de organização financeira ( a minha) acaba por deixar esse equipamento de lado e alguns outros.

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  7. Adorei visitar a ciclovia semana passada e flagrar alguns desobedientes, que desciam educadamente a rampa com suas bicicletas. Desobediência a regras sem sentido é um tema complicado, porque pode existir algum moralista que argumente contra, mas, ora essa… eu fiquei feliz. Desobediência como forma de demonstração sempre foi uma ferramenta de mudança.

    A gente precisa aprender a conviver, e não vai ser com regrinhas bobas proibindo atitudes sensatas que vamos evoluir.

    Como eu já disse ali acima, o polícia que fica lá sentado pode muito bem reprimir o abuso de velocidade e a falta de educação, da mesma forma que reprimiria o uso pedalando. FGelizmente nesse dia o guarda tinah alguma coisa melhor para fazer. 🙂

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