Projeto Bicycle Portraits, pela primeira vez no Brasil
Um dos fotógrafos responsáveis pelo projeto, o sul-africano Nic Grobler, estará esse final de semana em São Paulo para apresentar o trabalho e conversar com o público.
Pode não ser uma característica de absolutamente todos os ciclistas urbanos, mas fotografar outras bicicletas e pessoas – por diversas motivações – é uma prática bem comum e cada vez mais recorrente entre quem pedala.
Com os fotógrafos Stan Engelbrecht e Nic Grobler não foi diferente. Durante 2 anos eles registraram a cultura local e vivências ligadas ao uso da bicicleta na África do Sul e, com o material, produziram uma série de livros chamados de Bicycle Portraits (ou Retratos de Bicicleta).
Stan e Nic publicaram mais de 500 fotos, que mostram a relação dos sul-africanos com suas bicicletas. As imagens são cheias de histórias e sentimentos.
Exposição em São Paulo
Alguns exemplares dos livros serão trazidos e expostos pela primeira vez no Brasil. O evento acontece na Ciclo Vila, Zona Sul da São Paulo, onde Nic Grobler receberá o público para um bate-papo informal nesse nesse sábado, 07 de julho, às 14h30.
A Ciclo Vila fica numa travessa da Rua do Rócio, a R. Dr. José Alves de Souza Neto, 49.
O Projeto
“Quando começamos o projeto Bicycle Portraits, o objetivo era ser um estudo da cultura Sul-africana. Queríamos descobrir quem pedalava, se as pessoas amavam suas bicicletas e, claro, por que tão poucos sul-africanos a escolhem como opção de transporte. Mas Bicycle Portraits se transformou em um retrato de uma nação através das bicicletas que eles possuem e usam todos os dias. Revela todos os tipos de nuances sociais, de classe, históricas e culturais nunca imaginadas” (tradução livre retirada do site do Projeto).
É muito curioso notar o interesse do olhar estrangeiro pela cultura da bicicleta no continente Africano. Durante o Dia Mundial Sem Carro do ano passado, a Ciclocidade exibiu o filme With My Own Two Wheels (“com minhas próprias duas rodas”) que conta histórias emocionantes de africanos que mudaram suas vidas – impactando também a comunidade ao redor – por causa do poder revolucionário e de humanização de uma bicicleta.
Por acreditar no potencial que as bicicletas têm de conectar e mudar a realidade das pessoas, o Projeto World Bicycle Relief arrecada fundos no mundo inteiro para montar e distribuir bicicletas às pessoas pobres do continente africano. Um dos exemplares dessa bike, inclusive, foi doada para a Ciclocidade e encontra-se hoje aqui em São Paulo.
“Do outro lado do Atlântico, através da arte, a bicicleta busca ser uma ferramenta de assistência e construção da independência de uma parcela menos favorecida. Essa reflexão é também necessária e está cada vez mais em curso no Brasil, a presença de um ciclista do ‘sul do planeta’ nos ajuda a repensar nossa própria realidade através de um país que tem diversas semelhanças com o Brasil” (trecho retirado do blog da Transporte Ativo em: Bicicleta, ferramenta de aproximação).
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